Na postagem anterior, vimos Israel sendo exilado. Vieram estrangeiros para habitar em Samaria. Um sacerdote voltou do exílio para ensiná-los os caminhos do Senhor. Mas não adiantou. Não quiseram. “Temiam” ao Senhor, mas também serviam seus ídolos. http://www.espalhandoasemente.com/2019/04/2-reis-171-41.html
Agora, caminharemos através das páginas do capítulo dezoito.
Ezequias, filhos de Acaz, passou a reinar em Judá. Era o terceiro ano de Oseias, filho de Elá, rei de Israel. Ezequias estava com vinte e cinco anos. Governou vinte e nove anos em Jerusalém. Agiu de maneira que agrada ao Senhor. Como Davi, seu antepassado.
Tenho vontade de pular quando leio essas linhas! Finalmente não lemos que um rei de Judá fez o que o Senhor reprova. Ou que agiu apenas como seu pai. Ezequias foi além. Agiu como Davi! O padrão foi elevado, graças a Deus. Meu coração bate forte ao passar por aqui.
Ele retirou os altares idólatras das colinas, colocou abaixo as colunas “sagradas” e destruiu os postes de adoração pagã. Teve o discernimento de despedaçar a serpente de bronze que Moisés havia construído. Os israelitas lhe prestavam culto queimando incenso. Era conhecida como Neustã.
http://www.espalhandoasemente.com/2016/11/fazendo-do-certo-o-errado.html
Que tenhamos cuidado com os instrumentos que o Senhor utiliza. Na época do deserto, o Senhor ordenou que essa serpente de bronze fosse levantada. Ali, havia um propósito. Quem olhasse para ela era curado. A serpente apontava para Jesus. Mas o povo de Israel, ao invés de utilizá-la apenas como símbolo, um instrumento que o Senhor utilizou, pontualmente, passaram a adorá-la.
http://www.espalhandoasemente.com/2018/04/jesus-e-uma-conversa-intrigante-no-meio.html
Instrumentos, métodos ou qualquer outra coisa não são dignos de adoração. Somente o Senhor é. Cuidado! Se seu foco está em métodos ou instrumentos, algo está errado. É preciso focar o Senhor. Somente nEle.
Tenho vontade de abraçar e beijar Ezequias. De dançar com ele. Sua atitude enche meu coração de alegria e esperança.
Quantos anos o povo adorou aquela serpente? Ele teve a coragem e o discernimento de despedaçá-la. Despedaçá-la. Para não sobrar absolutamente nada.
Além disso, Ezequias depositou toda sua confiança no Senhor. Toda sua confiança. Não era como os estrangeiros que foram para Samaria. Nem como os israelitas, que claudicavam entre um caminho e outro. Muito menos como os reis que o precederam.
Não houve ninguém semelhante entre todos os reis de Judá. Nem antes nem depois dele. Conservou-se fiel ao Senhor. Sem jamais se afastar dEle, observando Seus mandamentos, entregues através de Moisés. Não é maravilhoso?
Sabe qual a consequência? O Senhor esteve com ele. Concedeu-lhe prosperidade em tudo que fazia. Deixou de ser vassalo do rei da Assíria. Derrotou os filisteus até às terras de Gaza, devastando seu território, desde as torres de vigia até às cidades fortificadas.
Que diferença! Enquanto vemos os reis anteriores perdendo territórios, riquezas e liberdade, Ezequias foi próspero em tudo que fazia. Pôde ser rei em sua terra, sem interferência de outro rei. E ainda derrotou os filisteus! http://www.espalhandoasemente.com/2019/01/a-apostasia-em-juda.html
Agiu como Davi orientou e, ao invés de colheita maldita, teve uma colheita abençoada, conhecendo o Senhor em sua caminhada.
Quando Ezequias estava no quarto ano de seu governo e Oseias, filho de Elá, no sétimo ano, Salmanasar, rei da Assíria, marchou com seu exército contra Samaria e a cercou. Como já vimos, depois de três anos de cerco, ele a invadiu e conquistou. Deportou o povo de Israel para a Assíria, estabelecendo-o em Hala, e às margens do Habor, rio de Gozã e nas cidades dos medos.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/01/colheita-maldita.html
No décimo quarto ano do governo de Ezequias, o rei da Assíria, Senaqueribe, atacou todas as cidades fortificadas de Judá. E pior, conquistou todas. Ezequias mandou uma mensagem. Estava errado quando não pagou mais os tributos. Que Senaqueribe parasse de atacá-lo. Pagaria tudo que fosse exigido.
Não sei porque Ezequias não clamou ao Senhor neste momento. O fato é que entregou à Assíria, toda a prata que se encontrava no templo e nos tesouros do palácio real. Mandou retirar todo o revestimento de ouro dos batentes e dos umbrais das portas do santuário. O revestimento que ele mesmo mandara fazer. E o entregou ao rei da Assíria. Senaqueribe estava em Laquis. De lá mandou seu general, seu principal oficial e seu comandante de campo a Jerusalém. Com um grande exército.
Quando chegaram, pararam nas proximidades do aqueduto do açude superior, na estrada que levava ao campo do Lavandeiro. Lá mandaram convocar o rei; o administrador geral do palácio, Eliaquim, o escrivão Sebna, e o cronista e arquivista real, Joá. Todos foram ao encontro.
Rabsaqué, o comandante de campo de Senaqueribe tinha uma mensagem a transmitir. Ordenou que dissessem a Ezequias que o grande rei, o soberano da Assíria, estava lhe advertindo. Perguntou em quem Ezequias depositava sua confiança. Disse que sua estratégia e palavras vazias não tinham poder suficientes para vencer uma guerra. Por que Ezequias havia se revoltado? Estava confiando naquele caniço quebrado que era o Egito, que espetava e feria a mão de quem se apoiasse nele? Mas, se Ezequias alegasse que estava confiando no Senhor, seu Deus, ele não entendia. Afinal, não eram deles os santuários e os altares que Ezequias destruíra, ordenando a Judá e Jerusalém que só adorassem perante o altar em Jerusalém?
Seu discurso queria minar a coragem e a confiança do povo. E colocar a fé de Ezequias em xeque. Deixá-los desnorteados, completamente confusos e indefesos. Sem ter em quem confiar.
Ele continuou. Lançou um desafio proposto pelo rei. Daria dois mil cavalos se tivessem cavaleiros para montá-los. Mas não tinham. Era impossível que Jerusalém derrotasse um só príncipe dos menores servos do rei da Assíria. E o Egito não lhe forneceria carros de guerra e cavaleiros para tanto.
Jogando contra a soberania do Senhor, o rei perguntou se teria ido atacar e guerrear contra eles sem o consentimento do Senhor. E foi além, disse que o próprio Senhor havia lhe ordenado que atacasse e destruísse Jerusalém. Quantas sementes e flechas de dúvidas sendo lançadas sobre o povo e seu rei! Haveria alguma solução para eles?
Os homens do rei pediram a Rabsaqué que falasse em aramaico. Compreendiam a língua. Que não falasse em hebraico. Assim todos que estivessem por perto saberiam o que dizia.
Rabsaqué respondeu que seu senhor não havia mandado mensagem exclusivamente para o rei e seus representantes. A mensagem era para todos. Que ouvissem, afinal, se não se entregasse, acabariam comendo suas próprias fezes e bebendo suas urinas.
Em seguida, não satisfeito com o tom de voz que usara e, para realmente amedrontar e intimidar a todos, Rabsaqué, levantou-se e bradou em hebraico, a língua dos judeus. Que ouvissem a palavra do grande rei, do soberano da Assíria! Que não deixassem que Ezequias os enganasse. Ele não seria capaz de livrá-los de sua mão. Muito menos que ele não os convencesse a depositar toda a sua confiança no Senhor dizendo que, com certeza, o Senhor os salvaria e Jerusalém não seria entregue. Que não dessem ouvidos a Ezequias. Ele conquistaria a cidade.
O rei da Assíria tinha uma proposta. A “tacada” final. Se celebrassem um pacto de paz com ele e fossem serví-lo, comeriam com fartura, cada um da sua própria vide e da sua própria figueira. Beberiam cada um da água da sua própria cisterna. Ficariam na terra, até que ele mesmo viesse e os levasse para uma terra como a deles, de cereal, de vinho, de pão, de oliveiras e mel. Assim viveriam e não morreriam.
Voltou a atacar Ezequias. Que não os enganasse quando dizia que o Senhor poderia livrá-los. Era impossível. Os deuses das outras nações não as puderam salvar. Os deuses de Hamate e de Arpade não fizeram nada por eles. Muito menos os deuses de Safarvaim, de Hena e Iva. Nem conseguiram livrar Samaria. O Senhor também não conseguiria salvar Jerusalém. Não havia solução para eles. A não ser entregar-se.
O povo ouviu tudo em absoluto silêncio. Engolindo em seco essas palavras. Ezequias havia ordenado que ninguém respondesse.
Quando Rabsaqué terminou seu discurso, Eliaquim, Sebna e Joá foram ao rei. Rasgaram suas vestes em sinal de indignação. Comunicaram a ele as palavras desafiadoras de Rabsaqué.
E agora? O que acontecerá? Ezequias se renderá? Haverá mais algum tesouro para uma negociação? Uma trégua? Farão uma aliança com Senaqueribe, aguardando o exílio?
Continuamos na próxima postagem.
Espero você. Até já.
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