sábado, 12 de novembro de 2016

Fazendo do certo, o errado


 Já percorremos algumas vezes a história de Gideão. Mas agora quero ressaltar o que aconteceu após a grande vitória que o Senhor lhe deu.

Vale a pena pensarmos um pouco no que está escrito em Juízes, capítulo 8, versículos de 22 a 27.

Após voltar vitorioso de suas guerras, os israelitas pedem que Gideão reine sobre eles. Gideão afirma que o Senhor é quem deve reinar sobre o povo. E pede um brinco de cada israelita. Os israelitas haviam tirado os brincos dos ismaelitas, parentes dos midianitas, como parte dos despojos de guerra. Todos concordaram de bom grado. Ele recebeu mais de vinte quilos em ouro.

O desejo de Gideão era construir um manto sacerdotal. Um desejo bom e legítimo. O manto sacerdotal, naquela época, representava a presença do Senhor. Mas o versículo 27 fala que “o povo de Israel passou a idolatrar este objeto, vindo a se prostituir em relação a Deus, o que se transformou numa armadilha para Gideão e toda a sua família”. Um manto sacerdotal, que deveria levar o povo ao Senhor mas levou à prostituição espiritual, à idolatria.

I Samuel, capítulo 14, conta que Saul proclamou um jejum. Jejum é algo bom. Mas, nessa ocasião, veio a ser um tropeço. O povo estava em guerra. O exército de Israel perseguiu os filisteus até tarde. Sem se alimentar. Quando entardeceu, a fome era tão desesperadora que os soldados comeram a carne com o sangue, algo completamente reprovado pelo Senhor. Um jejum, que deveria levar o povo à dependência de Deus, levou à desobediência, ao pecado.

Em Números, capítulo 21, lemos quando os israelitas estavam no deserto e tiveram que contornar a região de Edom. Mais uma vez perderam a paciência. Murmuraram contra o Senhor que enviou serpentes para picá-los. Então, clamaram ao Senhor que ordenou a Moisés a construção de uma serpente de bronze que devia ser colocada no alto de um poste. Quem olhasse para a serpente, era curado. A serpente apontava para Jesus, conforme João 3.14. Jesus é aquele para quem devemos olhar para sermos curados. Mas essa serpente transformou-se em tropeço para os israelitas, que passaram a adorá-la, até que Ezequias sabiamente a destruiu, conforme II Reis 18.4.

É sempre hora de refletirmos se o que estamos realizando e colocando nossos corações é o lugar, a maneira e o momento certos. Será que o nosso vestido sacerdotal, chamado efode, ou a serpente de bronze, que deveriam apontar para o Senhor Jesus, se transformou em algum detestável ídolo aos olhos dEle? Será que o jejum que temos feito é para agradar ao Senhor, no momento certo, pelo motivo certo? Se observarmos qualquer coisa que desagrade ao Senhor, é hora de fazer como Ezequias e destruir a serpente de bronze, ainda o Senhor, em outra época, tenha nos mandado construí-la.

Que nossos corações sejam puros e que não venhamos a cair nas armadilhas que o inimigo prepara contra nós, fazendo o que deveria ser certo, tornar-se um erro e transformar-se em nossa ruína. Que tenhamos discernimento. Que olhemos para o Senhor, a fim de sermos guiados pelos Seus olhos, como está escrito nos Salmos 32.8. A cada dia. Em toda a nossa caminhada.

Que nossa oração seja como a de Davi: "Sonda-me, ó Deus, e analisa o meu coração. Examina-me e avalia as minhas inquietações. Vê se há em mim algum sentimento funesto, e guia-me pelo Caminho da vida eterna!" - Salmos 139.23, 24


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