Continuando nossa caminhada através das páginas de João.
Agora, capítulo 6. Do versículo 1 ao 15.
Jesus vai, com Seus discípulos, para a outra margem do mar da Galileia, também chamado mar de Tiberíades.
Grande multidão O segue. Por causa dos milagres que operou entre os doentes.
Precisamos observar essa cena. Vamos?
Jesus sobe a um monte e senta-se com Seus discípulos. Quando levanta os olhos vê a grande multidão que se aproxima.
Ele pergunta a Filipe: “Onde compraremos pão para esse povo comer?”
Olho em volta. Não há comércio. Não há lugar nenhum. Além disso, é muita gente. Não é uma multidão. É uma grande multidão.
Então João nos conta que Jesus faz essa pergunta apenas para por Filipe à prova. Já sabia o que ia fazer. Se fosse comigo, já estaria reprovada. Não estou vendo solução. Não sei o que responder. Pão? E se fossem pescar?
O raciocínio de Filipe passa, antes de tudo, pela quantidade de dinheiro necessária.
Jesus pergunta onde. Filipe não consegue pensar no local. Sua resposta é quanto. Faz os cálculos e responde que nem duzentos denários é suficiente para comprar tantos pães que desse ao menos para cada um receber um pedaço.
Um denário é o salário equivalente a um dia de trabalho. Duzentos denários é muito dinheiro. Quase o salário de um ano. E nem ainda é suficiente.
Sei que muitas vezes sou assim. O Senhor pergunta e minha mente faz cálculos, abre mapas, traça rotas, procura soluções. E respondo algo que não perguntou. Muitas vezes, Ele precisa "desenhar" para que eu entenda.
Ele não pergunta a Filipe como iriam pagar ou como iriam comprar. Pergunta onde. Mas Filipe, mesmo não cuidando da bolsa, sabia que não teriam tanto dinheiro. Sua mente trava. Não consegue pensar nada além do raciocínio natural. O que adiantaria saber onde comprar, sem ter o dinheiro necessário?
André, irmão de Simão Pedro, toma a palavra.
Será que sabe onde comprar? Conhece alguma padaria de grande porte que, àquela hora, teria pães suficientes para tanta gente?
Não. Ele não fala nada sobre local. Diz que há um rapaz, entre a multidão, com cinco pães de cevada e dois peixinhos. Quase caio dura. Pergunto, praticamente junto com ele: “Mas o que é isto para tanta gente?”
Não sei porque mencionou tal fato. Chega a ser hilário. Quanta inocência! Tenho vontade de dizer ao rapaz que se esconda, "saia de fininho" e coma logo, antes que avancem nele.
Olho para Jesus. O que vai responder? Vai repreender os dois. Nenhum respondeu o que foi perguntado.
Mas, se quase caí dura com a informação de André, fico embasbacada com a ordem de Jesus.
Ele fala para os discípulos mandarem o povo assentar-se.
Para quê? O que planeja? Quer alimentar essa multidão com cinco pães e dois peixinhos? Não pode ser! É impossível.
Havia muita grama naquele lugar. Todos se assentam. Em grupos. Cerca de cinco mil homens.
Meus olhos estão fitos nEle. Estou com taquicardia.
Ele toma os pães, dá graças e os reparte. O mesmo faz com os peixes.
Todos recebem e comem quanto querem! Todos. Como pode? Mal posso crer!
E mais: depois que todos comem à vontade, manda que seja recolhido o que sobrou para nada ser desperdiçado.
Acho que ainda não consegui fechar minha boca. Todos comeram e ainda sobrou!
Sobraram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada.
Depois de ver esse milagre, o povo começa a dizer que, sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo.
Sim é Ele. Sabemos que é. Estou maravilhada com Seu poder. Não só com isso, mas com o interesse dEle em alimentar essa multidão.
Alguns, no meio da multidão, planejam proclamá-Lo rei, à força. Não entendem Sua missão.
Assim como os fariseus, esperam um Profeta que supra suas necessidades. Queriam um rei. Alguém que libertasse Israel.
Sabendo disso, Jesus sai de cena. Sobe monte. Sozinho.
Sabe que não veio para ser servido. Veio para servir e dar a Sua vida em favor de muitos (Mateus 20.28).
Precisamos ficar por aqui. E pensar um pouco.
Jesus faz uma pergunta, mesmo sabendo o que pretende fazer.
Faz porque deseja testar Filipe. Como faz tantas vezes conosco. A resposta é para aprendermos, não para dar a Ele uma solução. Ele não apenas tem a solução. Ele é a solução.
Filipe não responde o que o Senhor pergunta. Nem mesmo André.
Mas enquanto Filipe pensa nos recursos, André mostra o que tem, embora admita ser insuficiente.
Jesus não discute com nenhum dos dois. Apenas recebe o que André apresenta. O pouco para Ele é suficiente. Ele abençoa e multiplica. Já vi acontecer em minha vida. E ainda assim, muitas vezes, penso e respondo como Filipe. Talvez vá até além. Traçando planos. Dando ideias. Ah, como sou boa em dar ideias para o Senhor, esquecendo que para Ele nada é difícil, quanto mais impossível.
Mas quero aprender com André. Quero apresentar ao Senhor o que tenho. Ele é capaz de multiplicar. De adequar ao que Ele mesmo deseja fazer. Do modo dEle, que sempre é melhor que o meu.
Que possamos aprender.
Amanhã prosseguimos.
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