quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Deus, um estrategista totalmente confiavel

A última vez que o vimos, Gideão estava animado. Lá em Juízes, capítulo sete.

Após escutar a narração do sonho do midianita e sua interpretação, ajoelhou-se e glorificou a Deus.

Chegou ao acampamento e bradou: “Levantai-vos, porque o Senhor entregou todo o arraial dos midianitas nas nossas mãos!”

Finalmente, o COMO vencer será revelado.

E eu que amo mapas, planos e estratégias, leio com a maior atenção. E fico intrigada. Que estratégia é essa? Será que dará certo? É tão diferente! E minha mente se enche de novas perguntas. Quando foi revelada? Quando surgiu?

Releio a história novamente. Desde seu início. O Senhor o chama de guerreiro valente. Diz que está com ele. Ordena que liberte Israel dos midianitas. Que derrube o altar de Baal e o poste de Asera. Ordena que ofereça um holocausto. Fala que há muito povo para a guerra, que os covardes voltem e observem. E que Gideão leve os que restaram para beber água. Ele mesmo, o Senhor, irá provar e escolher os que participarão da guerra. Escolhe. Manda Gideão atacar mas, se estiver com medo, que desça ao acampamento dos inimigos.

Não encontro uma palavra dizendo COMO seria a guerra. Quando essa estratégia surgiu ou foi revelada?

Quando só ficaram os trezentos e os que foram embora deixaram suas provisões e trombetas, Gideão já devia saber o COMO, embora não soubesse com quantos. Então, vejamos!

Seu exército: Trezentos guerreiros, corajosos e atentos.

Sua distribuição: Três pelotões com cem soldados cada.

Suas armas: Trombetas em uma mão e jarros com tochas dentro, na outra. Não vejo nenhuma espada.

Sua ordem: "Olhem para mim. O que eu fizer, façam exatamente igual."

O momento da ação: Quando ele estivesse chegando à fronteira do acampamento.

A posição: Gideão à frente de um dos pelotões. E os outros dois pelotões ao redor do acampamento.

Seu grito de guerra: "À espada, por Yahweh e por Gideão." (Continuo sem ver nenhuma espada.)

Sua ação: Tocar as trombetas e bradar o grito de guerra como se fossem uma só voz. Depois, todos deveriam ficar imóveis.

O horário da ação: Um pouco depois da meia-noite, após a hora da vigília, quando as sentinelas fossem trocadas.

O fim da ação: Após o toque das trombetas, o despedaçar dos jarros com as tochas dentro e o grito de guerra, deveriam manter-se imóveis, cada um no seu lugar, ao redor do acampamento.

As instruções acabam assim. Parece loucura! E com certeza é.

Não sei quando nem como Gideão soube qual seria a estratégia, mas aí está, nos mínimos detalhes. Bem do jeito que eu gosto.

Se o Senhor falou com ele, se lhe deu um sonho, se a ideia surgiu em seus pensamentos, não sei. O fato é que, de repente, do nada, o "meu" tão esperado COMO apareceu. Em detalhes. E nessa hora aprendo muito com Gideão. Como eu aprendo!

Esqueço que fiquei admirada quando o Anjo do Senhor o saudou com um "Valente guerreiro", embora estivesse se escondendo.

Esqueço que achei um absurdo aquela história de novelo molhado, novelo seco para ter certeza de que o Senhor era com ele. Afinal, essa era a principal informação e não o "meu" COMO. Era o que importava, Sua presença!

Esqueço tudo. E concordo com o Senhor. Que homem corajoso! Que valente guerreiro!

Releio. Preciso fazer isso! E não encontro, em nenhum momento, Gideão reclamando com o Senhor sobre a estratégia. Não o vejo fazendo as contas que eu faria. "Comecei com 32 mil, agora, na hora da batalha, são só 300. Menos de um por cento. Quantos inimigos para cada guerreiro? Como vou cobrir todo o acampamento inimigo? Socorro! Preciso de reforços!"

Enxergo um homem que confiou ao Senhor a escolha de seus guerreiros, de acordo com os Seus critérios.

Não o vejo choramingando por suas armas. Trombetas e tochas. Continuo não enxergando nenhuma espada! Ah, o que importa? O Senhor era com ele. E a espada estava no grito de guerra daquele exército.

Enxergo um valoroso guerreiro, aos brados, afirmando ao seu exército, que o Senhor havia entregue o inimigo em suas mãos, antes da guerra, de fato, ter acontecido.

Recordo que o inimigo era uma multidão que não podia ser contada, espalhada pelo imenso Vale de Jezreel.

Enxergo um líder que vai à frente do seu exército. Um homem que tem a ousadia de dizer: "Olhem para mim. Façam exatamente o que eu fizer."

Enxergo um homem confiando no Senhor. "Faremos nossa parte, em seguida ficaremos imóveis e Ele fará a parte dEle." Sem nenhum plano "b". Sem nenhum desespero no "e depois, faremos o quê?"

Enxergo um exército confiável. Que segue seu líder. Que acredita em sua palavra. Que confia em sua estratégia. Que olha para seu líder e não para as circunstâncias e o imenso exército inimigo espalhado por todo o vale. Homens dignos de honra.

E qual o resultado disso? O arraial dos midianitas virou uma agitação só. E, gritando, todos fugiram. Completamente desesperados.

Pois enquanto, exatamente enquanto os trezentos homens soavam suas trombetas, o Senhor fez uma confusão em todo o acampamento inimigo. Cada um levantou sua arma contra o seu companheiro. E fugiram apavorados!

Não havia possibilidade de ser diferente, depois de uma entrega tão completa. Trezentos. Contra milhares.

A obediência sempre move o coração de Deus.

Recordo-me de uma frase por mim ouvida inúmeras vezes: "Um com Deus é maioria, dois é covardia." - Marcos de Souza Borges, Coty

Você consegue imaginar a cena? Lembra que era um pouco após a meia noite. A maior escuridão. As sentinelas haviam acabado de ser trocadas. Uns haviam acabado de acordar, ainda um pouco atordoados. Os outros, cansados com sono. De repente, escutam um toque de trombetas. Um barulho estranho que não conseguem dizer do quê (os jarros quebrando). Olham e enxergam uma luz que não sabem de onde vem. E uma gritaria: "À espada, por Yahweh e por Gideão." Pelo menos dois deles tinham certeza de que seriam derrotados pelo Deus de Gideão. O que sonhou e o que interpretou. Imagino a gritaria, o desespero! Então, o Senhor ainda os confunde e eles se atacam, uns aos outros. Só restava fugir desesperadamente!

Enquanto os homens soavam as trombetas, Deus agia no meio do acampamento do inimigo, confundindo-os.

Lembro de Abraão, em Gênesis 12.1. Sair da sua terra e ir para uma terra que o Senhor iria mostrar. Enquanto ele caminhava.

Lembro da água sendo transformada em vinho, lá em João, capítulo dois, enquanto os jarros eram levados para o vinho ser provado pelo mestre-sala. E de tantos milagres que Jesus operou enquanto as pessoas estavam "indo".

Que aprendamos a amar a companhia do Senhor, Sua presença. Sabendo que, no momento certo, o COMO, o com quem e o quando nos serão revelados, ao modo dEle, um Deus totalmente confiável. O maior estrategista de todo o Universo. O Senhor dos Exércitos, Poderoso nas batalhas. O Invencível. Que está conosco, todos os dias, até a consumação dos séculos (Mateus 28.20).

Um comentário: