Volto a Gideão e vejo os trezentos contra um incontável exército
montado em camelos. Percorro I Samuel novamente, meu livro preferido. E me
encontro com Jônatas, a quem tanto amo.
E tenho que falar novamente desse admirável guerreiro.
“Um
dia, Jônatas ordenou ao seu jovem escudeiro: Vamos, atravessemos até o posto
avançado do exército filisteu que está posicionado do outro lado.” – I Samuel
14.1
Todos estavam parados. Esperando que algo acontecesse. Jônatas tomou uma atitude. Foi, juntamente com seu escudeiro. Passaram por desfiladeiros e penhascos. E
Jônatas propôs ao seu escudeiro que avançassem até onde os filisteus estavam. Ele sabia tudo o que precisava saber. “Não existe nada que possa impedir a vontade
de Yahweh de nos dar a vitória, quer sejamos muitos ou poucos!” – I Samuel 14.6
Para o Senhor agir, não há necessidade de um grande
exército. E aqui quero dizer que não há necessidade de quase nada. Só uma coisa
é necessária: a vontade do Senhor! E, como sempre falo, alguém disponível.
O Senhor possuía uma estratégia para libertar o povo de
Israel do Egito. E encontrou Moisés. Que aceitou o chamado.
O Senhor possuía uma estratégia para libertar o povo de
Israel dos midianitas. Encontrou Gideão. Que aceitou o desafio.
O Senhor possuía uma estratégia para libertar o povo de Israel dos
filisteus. Encontrou Jônatas. Que soube agir.
O Senhor é criativo. Criatividade faz parte de Sua
natureza. Pode agir de diversas maneiras, conforme lhe apraz. Não há limite para o Criador de todo o Universo.
Então, voltemos a Jônatas. Ele e seu escudeiro foram até o
acampamento dos filisteus. Jônatas teve uma ideia. Não havia tempo para novelo seco,
novelo molhado como no caso de Gideão. Ou esperar alguém ter um sonho. Ou
qualquer outra coisa. O exército estava ali. Diante dele. Havia uma decisão a
ser tomada. E deveria ser imediata. Jônatas propôs duas alternativas ao Senhor.
Não sem se expor. Ah, acredite, esse tipo de exposição agrada ao coração de Deus.
Eis o que propôs: “Partiremos na direção deles, de peito
descoberto.” Há batalhas, situações, que precisamos enfrentar de peito
descoberto. Nós, o Senhor e a coragem. “Se aqueles homens nos advertirem: ‘Não
vos movais até que cheguemos perto!’, ficaremos parados e não avançaremos sobre
eles. Entretanto, se nos convidarem: ‘Subi até nós!’, então subiremos, porque é
sinal que Yahweh nos dará a vitória e os entregará em nossas mãos!” Simples
assim. Não sei o que aconteceria se os filisteus falassem para eles não se moverem. Era um risco que Jônatas estava disposto a correr. Muitas vezes, riscos são necessários. É preciso prevê-los e aceitá-los ou não.
Bem, não era tão simples se você pensar exatamente naquela cena.
O exército dos filisteus acampados contra Israel. Uma guarnição inteira em
Micmás. Todos armados. O exército de Saul, apenas seiscentos homens. Só Jônatas
e Saul tinham espadas. Mais ninguém. E, de repente, dois homens, apenas um com
espada, resolvem aparecer de peito descoberto diante do inimigo. Que disposição e coragem!
Mas foi o que Jônatas fez. Confiando que o Senhor pode
livrar com muitos ou com poucos. Com armas ou sem. E os filisteus gritaram que
eles fossem até lá. Nesse momento Jônatas entendeu e afirmou ao seu escudeiro: “Conserva-te
atrás de mim, porque Yahweh acaba de entregá-los nas mãos de Israel.” Como? Não importa! Era o Senhor quem faria. E ele foi. Engatinhando. Seu fiel escudeiro atrás. Um só coração. Uma só vontade.
Jônatas sabia quem era. Seu escudeiro e ele, peito
descoberto, avançaram sobre os filisteus. A informação que precisava, era sua.
O Senhor havia entregue os filisteus nas mãos de Israel. Jônatas ia atacando e
derrubando os filisteus e seu escudeiro os ia matando. Mataram cerca de
vinte homens. Mas o exército era enorme!
Então, há como amo esses “então” que encontramos na
Bíblia, um terrível pavor tomou conta de todo o exército filisteu. Tenho que
rir. Em I Samuel 14.15, fala que o pavor atingiu os que estavam no acampamento,
no campo, nos destacamentos e até nas tropas de ataque. Ocorreu um terremoto e
grande medo de Deus caiu sobre todos.
Deus fez sua parte! Depois que Jônatas se expôs e cheio
de coragem enfrentou os filisteu, de peito descoberto.
Do outro lado, as sentinelas de Saul observaram que os soldados
filisteus se debatiam e corriam para todos os lados, desnorteados.
Naquele tempo a arca da aliança estava no meio de Israel
e era o costume perguntar a orientação do Senhor, diante dela. Saul pediu ao
sacerdote que trouxesse a arca para saber o que fazer mas, enquanto o sacerdote foi buscar, o tumulto no acampamento
dos filisteus crescia de uma maneira tão violenta que não havia mais dúvidas.
Deus estava nesse negócio. Saul falou ao sacerdote que não precisava de outra
resposta. A resposta estava diante dele. Bem à sua frente.
Naquele momento, Saul e seus homens partiram para o local
de batalha. Ao chegar lá, encontraram todos em total confusão, atacando uns aos
outros. Alguns hebreus que estavam ali, desertaram e ficaram ao lado de Saul. E
o povo os perseguiu. I Samuel 14.23 afirma que o Senhor concedeu plena vitória
a Israel naquele dia.
Muitas vezes pensamos e até esperamos que o Senhor nos responda com fogo ou sei lá mais o quê, mas suas respostas podem vir das
maneiras mais diversas.
Sempre volto ao Salmos 32.8 onde o Senhor fala que nos
guiará com os Seus olhos. Não é raro que as respostas que procuramos nos venham de maneira muito mais simples e diversa do que esperamos.
Precisamos conhecê-Lo para que aprendamos a discernir Sua
vontade. O quê, o como e o quando sempre vem depois de com quem. Ele deve ser
nosso objetivo. Sua presença em nós e conosco. Seu altar restaurado em nós. Todos os outros altares derrubados, extintos. Assim, ou como lemos acima, “então”,
Ele nos concederá plena vitória.
Precisamos ter coragem como Jônatas e seguir
em frente. Em toda circunstância. A cada dia. Se somos com Ele, certamente Ele será conosco.
"E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." - Mateus 28.20
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