“Muito tempo depois morreu o rei do Egito. Os israelitas gemiam e clamavam debaixo da escravidão e o seu clamor subiu até Deus. Ouviu Deus o lamento deles e lembrou-se da aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó. Deus olhou para os israelitas e viu a situação deles.” – Êxodo 2.23-25
Olha a palavra aí novamente, “Deus lembrou-se”. Como se fosse possível Deus esquecer! Mas é aquela lembrança que muda as situações. Deus "olhou" e "viu". Ele atentou para o que estava acontecendo. E começou a agir. Será?
Na verdade, já estava agindo em secreto, sem que ninguém visse. Muito tempo antes dessa frase.
Volte alguns versículos. Volte ao começo do capítulo 2 de Êxodo. Moisés nasce. É escondido. Durante três meses. Depois desse tempo, não havia mais como escondê-lo. Então, sua mãe o coloca em uma cesta e o deixa no Nilo. Não há mais o que fazer. Se o Senhor tiver algum propósito com aquele menino, lindo, que foi escondido durante três meses, será o Senhor que terá que fazer algo.
E Ele o faz.
O menino é encontrado pela filha do faraó. Ela se compadece. E ele é levado para ser criado por sua própria mãe. Deus e suas surpresas. Além de ter o menino de volta, sua mãe recebe um salário para cuidar dele.
O tempo passa. Moisés é levado à filha do faraó, que o adota como seu filho. É criado como um egípcio. Como ninguém nada menos que um neto de faraó. Mora no palácio. É visto como um egípcio. Não sabe o que é escravidão.
Quando adulto vai até seus irmãos. Vê um egípcio maltratando um hebreu. Toma suas dores. Olha para um lado e para o outro. Não vê ninguém. E mata o egípcio.
Mas sempre há alguém. E Moisés foi observado. Faraó procurou matá-lo, percebendo a ameaça que se tornara. Moisés então foge para o deserto. Ali, novamente é identificado como um egípcio. Era alguém sem identidade. Nascido hebreu. Criado egípcio. Havia um faraó morando dentro dele. Um faraó que precisava ser dominado. E que precisava morrer.
Fico imaginando nosso inimigo vendo tudo aquilo. Um bebê que foi resgatado. Que foi criado como filho da filha de faraó. Um grande perigo. Deus está, com certeza, “tramando alguma”. Enfim, comete um assassinato. É afastado de cena. Abandonou o palco. Agora no deserto. Sozinho. Pastoreando o rebanho de seu sogro Jetro. Insignificante. Não apresenta mais perigo. Acabou sua história. Até que havia começado bem interessante, mas acabou.
Ah, como o inimigo estava enganado. Aqueles anos no deserto forjaram Moisés. O faraó que havia dentro dele morreu. O homem que fazia justiça com as próprias mãos, que não esperava para agir, que acreditava estar acima da lei, foi deposto e morto. No lugar, um pastor, que conhecia o deserto como ninguém. E que cuidava e se importava com um rebanho. Em secreto, o Deus que não esquece, estava preparando Moisés para libertar o Seu povo do Egito. Mas Ele não queria um herdeiro de faraó. Ele queria um pastor. Ele não podia contar com um homem cheio de orgulho. Ele precisava contar com um homem que perdeu. Que perdeu posição e riqueza. Que não era mais lembrado. Alguém que sequer era mencionado “nas rodas sociais” do Egito. Que não era mais um egípcio. Um homem que aprendera a se curvar.
Então, quando faraó dentro dele é morto, o Senhor se apresenta. E lhe diz que o está enviando ao Egito para tirar Seu povo de lá, libertá-lo da escravidão. Deus se revela a Moisés e lhe revela a sua própria identidade. Ele não era um egípcio. Era um libertador.
E quando Deus finalmente “se lembra”, tudo está no seu devido lugar. Tudo devidamente e minuciosamente preparado. Nos mínimos detalhes, como Ele gosta.
O personagem principal, aquele com quem Ele vai contar e a quem Ele usará, está pronto. Passou pelo treinamento do deserto. E quando ninguém mais se lembrava dele, quando achavam que estava fora de cena para sempre, Moisés volta ao Egito. Mas agora, não é mais um egípcio. Ou alguém sem identidade. Ele é Moisés, o homem de Deus.
Aquele que havia sido um assassino, agora é o homem mais manso da terra. Lembre-se que mansidão significa "força sob controle".
Como é linda a maneira que Deus trabalha. Em secreto. Em segredo. Sabendo exatamente o que está fazendo. Sabendo exatamente como.
O povo de Israel gemia. E o Senhor agia. Sem ninguém perceber. Treinando um líder para libertar e liderar Israel.
E, à semelhança das águas baixando quando o Senhor “se lembrou” de Noé, aqui em Êxodo, podemos perceber todo um processo desde antes do Senhor “se lembrar”, até o povo de fato sair do Egito. Foram necessários dias de tribulação, sinais e aliança, até o momento das águas secarem e os israelitas atravessarem a seco o Mar Vermelho. E deixarem definitivamente o Egito para trás. E faraó afogado, morto pelas águas.
Deus nunca se esqueceu. Ele está trabalhando. Na escola secreta do deserto. Onde ninguém vê. Enquanto ninguém vê. Onde é realmente necessário. Dentro dos nossos corações. Quando as águas baixarem, estaremos prontos para conquistar a terra em Seu nome. Sabendo exatamente quem Ele é e quem nós somos.
É preciso deixar faraó morrer. Faraó não pode atravessar em seco. Ele precisa ser afogado pelas águas.
Amigaaaa! Nunca tinha olhado Moisés por esse lado. Deus prepara nosso caminho! Temos muitas vezes perder para ganhar! 😍😍😍😍😍
ResponderExcluirSim amiga. E Deus é lindo.
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