Iniciamos o capítulo 13 de Mateus.
Gosto de pensar no meu Senhor sentado à beira-mar, ainda que o mar em questão seja o Mar da Galiléia, que na verdade é um lago.
Vamos acompanhá-Lo.
Naquele dia saiu de casa e assentou-se à beira-mar. Sentindo a brisa refrescante. Como já percebemos, para Ele ficar sozinho, só quando sobe a um monte de madrugada para orar.
Logo reuniu-se ao seu redor uma grande multidão. Não podendo perder aquela ou qualquer outra oportunidade, entrou em um barco e assentou-se. Normalmente os mestres daquela época ensinavam assentados.
Jesus ensinou àquele povo reunido na praia, através de muitas parábolas. Vamos ouvir uma hoje, a do semeador.
A semeadura era feita à mão. O semeador saiu a semear. Impossível ficar sentado olhando o campo e esperar que a semente voasse até lá sozinha. O semeador precisa sair e semear. Assim como uma borboleta, uma abelha e um morcego que espalham sementes. Sementes são espalhadas quando saímos e semeamos.
Como somos movimento, devemos e estamos sempre semeando. É necessário que prestemos atenção ao tipo de semente que espalhamos. Como “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.33b), as sementes por nós espalhadas carregam o que somos.
Então, o semeador saiu de seu conforto e semeou. Enquanto lançava a semente, uma parte dela caiu à beira do caminho. E as aves comeram. Jesus explicou que essas sementes são as que “caem” no coração de pessoas que ouvem e não entendem a mensagem do Reino. O Maligno vem e arranca o que foi semeado. Por isso Jesus sempre enfatiza a ouvir e entender. A ter ouvidos “que ouvem”.
E o semeador continua. Parte da semente cai em terreno pedregoso. Nesse terreno, a semente logo cresce porque a terra não é profunda. Mas, por não ser profunda não tem raiz em si mesma. Permanece pouco tempo. Quando vem alguma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, logo a abandona.
Como ter raiz em si mesmo? Quando uma árvore cresce, primeiro lança raízes, se espalha pela terra, procura fontes de águas e então, começa a crescer e brotar. Não vemos o que está acontecendo embaixo da terra. Somente o resultado final. Se queremos ter raízes profundas, inabaláveis, precisamos gastar tempo em comunhão e oração com a Palavra, o Verbo-Vivo, Jesus e conhecer a Palavra escrita, que o Senhor nos deixou para nos alimentarmos. É o nosso tempo a sós com o Senhor que fará com que criemos raízes profundas.
Outra parte da semente caiu entre os espinhos. Os espinhos, e não as sementes, cresceram e as sufocaram. Os espinhos são as preocupações desta vida e o engano das riquezas, que tornam a pessoa infrutífera. Pessoas preocupadas não conseguem espalhar boas sementes. Só falam em suas preocupações, como um “disco arranhado”. E as riquezas seduzem, nos levando a pensar que são nossos objetivos. Queremos mais, mais e mais e nunca nos satisfazemos. Note que Jesus mencionou “engano das riquezas”. Elas sempre se apresentam como um engano. Não que não devamos desejar o melhor. Claro que sim. Queremos, sim, viver de forma agradável. Mas não podemos nos deixar ser enganados e seduzidos pelas riquezas. Devemos, acima de tudo, ser e não apenas ter. É o que somos que realmente importa e isso não é um chavão. É a verdade.
Por fim, uma parte da semente caiu em boa terra. Deu boa colheita. É o caso do que ouve a Palavra e a entende. Esse permanece, apesar das tribulações, perseguições, preocupações, seduções e enganos. Esse produz fruto.
Quando Jesus terminou de contar essa parábola, novamente frisou: “Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça”!
Os discípulos perguntam o motivo dEle ensinar ao povo por parábolas. O Senhor cita Isaías 6.9,10. Se não tivermos olhos que vejam, ouvidos que ouçam, corações que entendam, não vamos nos converter e não poderemos ser por Ele curados.
Quero lembrar que somos semeadores. É importante sabermos o que temos semeado. E mais, nosso papel como semeadores é semear. Sairmos e semear, procurando alcançar o máximo de corações que conseguirmos.
Que tenhamos a percepção de que estamos semeando em todo o tempo. Que encontremos terra boa para a semeadura. Terra que dê boa colheita. E que, enquanto terra, nossos corações sejam de excelente qualidade.
A verdadeira semente é a Palavra. É essa a semente que estamos espalhando?
Vamos olhar para nossas mãos, coração, vida.
Amanhã continuamos nossa caminhada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário