Após, o Espírito Santo O leva até o deserto, para ser tentado pelo diabo. Assim começa o capítulo 4, com essa estarrecedora verdade. Jesus é levado. Onde? Ao deserto. Por quem? Pelo Espírito Santo. Para o quê? Para ser tentado. Por quem? Pelo diabo. Se parássemos nessa única frase já teríamos muito em que pensar.
Quantas coisas acontecem em nossas vidas, que não conseguimos compreender e que depois vemos que o Senhor nos levou até àquela situação para sermos tentados, provados, aprovados.
Nossa vida é uma escola. Passamos por provas constantemente. Se somos aprovados, “passamos para outra fase”, se não, passamos por situações semelhantes, até sermos aprovados. Tenho vasta experiência nisso. Posso lhe afirmar: Não adianta fugir.
Jesus ficou no deserto por quarenta dias e quarenta noites, em jejum. Com certeza, em longos períodos de oração. Então, teve fome. Foi aí que o tentador se aproximou dEle. Em Sua hora frágil. Seu estômago roncava. Devia estar “grudado” depois de tanto tempo em jejum. O “nojento” como costumo dizer lançou sua isca: “Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”.
Está lembrado da última cena antes dessa? Não foi exatamente o Pai dizendo que Ele era Seu Filho? Se o Pai havia falado, não há o que provar. Apenas crer no que Ele disse. Mais nada.
Embora Jesus estivesse com fome, não aceitou a provocação do nojento. Respondeu com a Palavra. Citou Deuteronômio 8.3, que diz que “nem só de pão o homem viverá, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. Nossa arma é a Palavra. Nosso inimigo sempre nos provoca insinuando que não somos o que o Senhor nos disse que somos ou nos provocando a conseguir algo legítimo de maneira ilegítima, irregular, ilegal. Devemos usar a Palavra como nossa arma, nossa Espada. A Bíblia de fato é a “espada do Espírito”. Devemos empunhá-la sempre que necessário. Para tal, precisamos conhecê-la, para saber manejá-la com destreza.
Então, o diabo O levou até o lugar mais alto do templo, em Jerusalém, e disse: “Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito...” Não digo que é nojento? Ele citou as Escrituras Sagradas para Jesus! Ah, também já deve ter acontecido com você! Ele tem o péssimo mal gosto de usar o texto fora de um contexto para tentar convencer as pessoas a fazerem sua vontade. Mas, à semelhança de João Batista, Jesus sabia quem era. Era o Filho de Deus e realmente não precisava provar a ninguém. Jesus respondeu usando a Palavra certa, no contexto certo, da maneira certa.
Depois, o diabo O levou a um monte muito alto e mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor, dizendo que os daria se Ele se prostrasse e o adorasse.
Aqui, mudou sua estratégia. Ao perceber que não adiantava insistir na identidade de Jesus, pois Ele sabia quem era, o diabo O tentou com poder. “Olha, tenho um caminho mais curto para você. Para que passar por qualquer necessidade ou sofrimento? Basta fazer minha vontade e lhe darei todos os reinos do mundo.” Na maioria das vezes, o caminho mais fácil não é o caminho correto. Atalhos não funcionam. Nos levam ao buraco. E as Escrituras dizem que “um abismo chama outro abismo” (Salmos 42.7).
Neste momento Jesus deu um basta! Ordenou que satanás se retirasse, pois “está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus e só a Ele preste culto.” Então, só então, o diabo O deixou. E mais, neste momento vieram anjos e O serviram.
Sempre que passamos por um batismo, uma mudança, ou recebemos uma palavra de afirmação do Pai, seremos levados ao deserto pelo Espírito Santo. Lá seremos tentados e testados. Que estejamos preparados, sabendo quem somos; usando as armas do Espírito de modo adequado e tendo o discernimento também de “dar um basta”. Depois que formos aprovados, seremos servidos.
Hoje ficaremos por aqui. Vamos dar uma pausa neste capítulo. Muito em que pensar, o que garimpar, o que aprender. Amanhã continuamos a partir do versículo 18. Espero você.
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