
Naqueles dias, surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Assim começa o capítulo 3 de Mateus. João significa “Deus é cheio de graça”. O nome de João por si só era uma pregação.
Chama minha atenção o fato de João pregar no deserto.
Já tive o privilégio de ir a
Israel. O deserto da Judéia é realmente um deserto. O que um homem iria fazer
naquele lugar é difícil de imaginar. Pregar no deserto? Foge à minha
compreensão. A vista é fabulosa, é verdade. Mas praticamente toda da mesma cor.
Sem contar o calor! Mesmo à beira do rio Jordão.
Vemos pregadores escolherem
os lugares mais centrais, agradáveis e luxuosos para levarem suas pregações.
Mas João? Ele surgiu, pregando no deserto da Judéia. Tenho que perguntar: Que homem
é esse? Ah, e a pregação dele? Ele não prega o que se quer ouvir. Não fala de
coisas agradáveis e doces aos nossos ouvidos. Sua pregação chamava as pessoas
ao arrependimento. Simples assim. Sem barganhas. Sem afagos.
Mateus afirma que esse é o
que o profeta Isaías anunciou. A voz. A voz do que clamaria no deserto e
prepararia o caminho do Senhor.
Sua roupa era semelhante a
dos profetas do Antigo Testamento. Ele comia gafanhotos e mel silvestre. Era o
que “tinha pra hoje”. Alimento fácil de achar no deserto.
E sabe o que acontecia?
Pasmem! As pessoas vinham de Jerusalém, de toda a Judéia e da região ao redor
do Jordão. Vinham, confessavam seus pecados e eram batizadas por João no rio
Jordão. Elas iam até João. Ouviam sua pregação. Eram confrontadas. Confessavam
seus pecados. E eram batizadas.
O batismo era um ritual de
purificação naquela época. Por batizar, João passou a ser conhecido como João
Batista.
Ele percebeu que muitos
fariseus e saduceus vinham até a ele. Os fariseus eram um grupo legalista e
separatista, que zelava pela Lei de Moisés e pela tradição não escrita. E os
saduceus, um grupo de ricos. Influenciavam a política e a religião. Usavam o
templo para tal. Amo João Batista. Não era “politicamente correto”. Falava a
verdade. Chamava “na cara dura”, esses dois grupos de raça de víboras e
ordenava-os que produzissem frutos dignos de arrependimento antes de desejarem
o batismo.
João também falava que ele
batizava apenas com água, mas depois dele viria alguém mais poderoso, que ele
não era sequer digno de carregar suas sandálias! Que homem é esse? Não se
vangloriava. Não batia no peito reclamando sua autoridade e exigindo respeito.
Dizia que era o menor. E apontava para Jesus, Aquele que batizaria com Espírito
Santo e com fogo. Aquele que limparia a sua eira, juntando o trigo e queimando
a palha no fogo. Quando se colhia o trigo, deixava-se na eira, ao vento. A palha
era espalhada. Separava-se o trigo para colocá-lo no celeiro.
É João sabia quem ele era e
para que veio! Conhecia sua identidade. Nem mais, nem menos. Como é importante
sabermos quem somos, independente da opinião das pessoas, das circunstâncias e
do tempo.
Jesus foi até João para ser
batizado por ele. João quase “caiu duro”. Ele dizia que precisava ser batizado
por Jesus e Jesus foi até ele! Não via lógica nisso. Mas o Senhor, sempre tão
maravilhoso e sábio respondeu que era necessário para que se cumprisse toda a
justiça. Então João concordou e O batizou.
Ah, quando Jesus saiu da
água! O céu se abriu. Ele viu o Espírito Santo descer em forma de pomba e pousar
sobre Ele. E ouviu uma voz dos céus dizendo que Ele era o Filho amado, em quem
o Pai tinha prazer. Jesus viu e ouviu. Ele possuía olhos que viam e ouvidos que
ouviam, como devemos possuir.
Agora Jesus entra finalmente
em cena. A partir do próximo capítulo.
Que aprendamos com João a
não negociar os valores e a verdade, independente de quaisquer coisas. Que saibamos quem somos e qual nossa missão. E que
aprendamos com Jesus a ver e ouvir.
Ah, se quiser ler um pouco mais sobre João:
http://www.espalhandoasemente.com/2016/04/o-deus-das-impossibilidades.html
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