sexta-feira, 3 de novembro de 2017

João, o Batista



Naqueles dias, surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Assim começa o capítulo 3 de Mateus. João significa “Deus é cheio de graça”. O nome de João por si só era uma pregação. 

Chama minha atenção o fato de João pregar no deserto.


Já tive o privilégio de ir a Israel. O deserto da Judéia é realmente um deserto. O que um homem iria fazer naquele lugar é difícil de imaginar. Pregar no deserto? Foge à minha compreensão. A vista é fabulosa, é verdade. Mas praticamente toda da mesma cor. Sem contar o calor! Mesmo à beira do rio Jordão.

Vemos pregadores escolherem os lugares mais centrais, agradáveis e luxuosos para levarem suas pregações. Mas João? Ele surgiu, pregando no deserto da Judéia. Tenho que perguntar: Que homem é esse? Ah, e a pregação dele? Ele não prega o que se quer ouvir. Não fala de coisas agradáveis e doces aos nossos ouvidos. Sua pregação chamava as pessoas ao arrependimento. Simples assim. Sem barganhas. Sem afagos.  

Mateus afirma que esse é o que o profeta Isaías anunciou. A voz. A voz do que clamaria no deserto e prepararia o caminho do Senhor.

Sua roupa era semelhante a dos profetas do Antigo Testamento. Ele comia gafanhotos e mel silvestre. Era o que “tinha pra hoje”. Alimento fácil de achar no deserto.

E sabe o que acontecia? Pasmem! As pessoas vinham de Jerusalém, de toda a Judéia e da região ao redor do Jordão. Vinham, confessavam seus pecados e eram batizadas por João no rio Jordão. Elas iam até João. Ouviam sua pregação. Eram confrontadas. Confessavam seus pecados. E eram batizadas.

O batismo era um ritual de purificação naquela época. Por batizar, João passou a ser conhecido como João Batista.

Ele percebeu que muitos fariseus e saduceus vinham até a ele. Os fariseus eram um grupo legalista e separatista, que zelava pela Lei de Moisés e pela tradição não escrita. E os saduceus, um grupo de ricos. Influenciavam a política e a religião. Usavam o templo para tal. Amo João Batista. Não era “politicamente correto”. Falava a verdade. Chamava “na cara dura”, esses dois grupos de raça de víboras e ordenava-os que produzissem frutos dignos de arrependimento antes de desejarem o batismo.

João também falava que ele batizava apenas com água, mas depois dele viria alguém mais poderoso, que ele não era sequer digno de carregar suas sandálias! Que homem é esse? Não se vangloriava. Não batia no peito reclamando sua autoridade e exigindo respeito. Dizia que era o menor. E apontava para Jesus, Aquele que batizaria com Espírito Santo e com fogo. Aquele que limparia a sua eira, juntando o trigo e queimando a palha no fogo. Quando se colhia o trigo, deixava-se na eira, ao vento. A palha era espalhada. Separava-se o trigo para colocá-lo no celeiro.

É João sabia quem ele era e para que veio! Conhecia sua identidade. Nem mais, nem menos. Como é importante sabermos quem somos, independente da opinião das pessoas, das circunstâncias e do tempo.

Jesus foi até João para ser batizado por ele. João quase “caiu duro”. Ele dizia que precisava ser batizado por Jesus e Jesus foi até ele! Não via lógica nisso. Mas o Senhor, sempre tão maravilhoso e sábio respondeu que era necessário para que se cumprisse toda a justiça. Então João concordou e O batizou.

Ah, quando Jesus saiu da água! O céu se abriu. Ele viu o Espírito Santo descer em forma de pomba e pousar sobre Ele. E ouviu uma voz dos céus dizendo que Ele era o Filho amado, em quem o Pai tinha prazer. Jesus viu e ouviu. Ele possuía olhos que viam e ouvidos que ouviam, como devemos possuir.

Agora Jesus entra finalmente em cena. A partir do próximo capítulo.

Que aprendamos com João a não negociar os valores e a verdade, independente de quaisquer coisas. Que saibamos quem somos e qual nossa missão. E que aprendamos com Jesus a ver e ouvir.

Ah, se quiser ler um pouco mais sobre João: 
http://www.espalhandoasemente.com/2016/04/o-deus-das-impossibilidades.html

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