domingo, 24 de dezembro de 2017

Olhos que enxerguem verdadeiramente

Chegando ao fim do capitulo 20 de Mateus, acompanhamos o Senhor Jesus saindo de Jericó.

Como sempre, uma grande multidão O seguia.

Dois cegos estavam sentados à beira do caminho.

Normalmente, os cegos ficavam à beira das estradas oficiais pedindo esmolas. Precisavam da autorização do Império Romano para tal. Usavam uma capa com o símbolo romano, atestando que possuíam essa autorização.

Ouviram que Jesus estava passando. Era impossível não saber quando o Senhor estava passando. Todos comentavam. O “burburinho” era enorme.

Eles começaram a gritar: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!”

A multidão mandou que se calassem. Como se calar diante de Jesus? Ali, diante deles, apenas alguns passos de distância, estava Aquele que poderia atender ao desejo mais ardente de seus corações.

Bastava que Ele tivesse misericórdia. Eles gritaram mais alto ainda. Como dois loucos. E se Ele não passasse mais por ali? Nós, que O temos acompanhado nesta jornada, sabemos que Ele está subindo para Jerusalém, e lá será crucificado. Essa é a chance desses homens! E eles gritaram mais alto.

Jesus parou. Impossível Jesus não parar diante de tal clamor. Ele sempre nos ouve, a qualquer um de nós, quando reconhecemos quem Ele é, como aqueles homens reconheceram (Senhor, Filho de Davi) e clamamos por Sua misericórdia. Seu amor não tem limites. Sua misericórdia se renova a cada dia, como está escrito em Lamentações de Jeremias, 3.23.

Jesus chamou-os. Eles foram até Jesus. Provavelmente ajudados por alguém. Não O viam, mas estavam diante dEle. O Senhor pergunta-lhes: “O que vocês querem que eu faça?” A mesma pergunta, tão importante! A pergunta-chave que cada um de nós precisa responder ao longo da vida.

Não precisaram pensar. Tinham consciência de quem eram e das condições em que viviam. Assim, sabiam exatamente o que queriam. “Senhor, queremos que se abram os nossos olhos”.

Por um momento, paro e penso. Quantas vezes Jesus disse que deveríamos ter olhos para ver? Uno-me a esses homens. Clamo que Ele também abra meus olhos. Quero ter olhos que verdadeiramente enxerguem. Não quero ter nenhum tipo de ametropia (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia). Quero enxergar com nitidez. Sem nenhuma distorção. Clamo Sua misericórdia sobre mim.

Jesus, claro, sempre maravilhoso como é (plaquinha levantada), teve compaixão daqueles homens. Seu coração se compadece sempre que alguém vem até Ele, em temor e humildade. Tocou em seus olhos. Imediatamente recuperaram a visão. O toque de Sua mão sempre traz um milagre.

Aqueles homens O seguiram. Enxergaram o Rei, o Senhor, o Filho de Davi. Como não seguí-Lo?

Volto para minha realidade. Hoje é véspera de Natal. Quantos estão eufóricos, correndo de um lado para outro, atrás dos últimos preparativos para a ceia de Natal. Muitos sem lembrar o que de fato estão comemorando. O que importa é a melhor roupa, o melhor presente, a melhor ceia, bebidas sem limite. Estamos enxergando quem Jesus de fato é? Em meio a essa euforia, pare um instante. Lembre quem Ele é.

Lembre-se que “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Esse deveria ser o significado do Natal. Lembrar do amor do Pai. Lembrar que Jesus nasceu em Belém, uma cidade que não era proeminente em Israel, em uma manjedoura. Viveu para nos ensinar sobre o Reino dos céus e morreu para nos salvar.

Hoje o clamor do meu coração também é que meus olhos se abram. Quero enxergá-Lo como Ele é. Plenamente. Sem imagens distorcidas. Que seja o clamor do Seu coração também.

Amanhã prosseguimos. Até lá.

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