terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Jesus denuncia a nata da religião

Prosseguindo pelo capítulo 23 de Mateus.

Estamos em meio à multidão. Ontem o Senhor nos instruiu a ouvir o que é ensinado sobre as Escrituras, mas não copiar as atitudes dos mestres da lei, que não faziam o que ensinavam.

Além disso, nos lembrou sobre nossa posição de servos no Reino.

Agora meus olhos estão quase saltando. Meu coração também. Ele se dirige aos mestres da lei e aos fariseus. E os chama de hipócritas!

Minha plaquinha cai no chão. Fiquei sem forças. Meu Senhor é tão corajoso e verdadeiro. Fala na “cara” daqueles homens, mestres da lei e fariseus, considerados “os tais”, os estudiosos das Escrituras, que eles são falsos, que agem de uma maneira, mas pensam de outra.

Ele continua. Vou me encolhendo.

Chama atenção daqueles homens, os estudiosos da lei, pois fecham o Reino dos céus diante dos homens. Não entram e nem deixam entrar os que gostariam. Estou pasma. Que coragem!

Mas ainda não acabou. Ele denuncia aqueles homens que, com a desculpa de orarem, devoram as casas das viúvas. Serão castigados com mais severidade. Sabem perfeitamente o que estão fazendo.

Realmente me encolho. Parece que Ele está vivendo os dias de hoje. Fala desses estudiosos que percorrem terra e mar para fazer um convertido e quando o fazem não o libertam, mas o tornam duas vezes mais filho do inferno que eles. 

Quantas vezes a igreja tem feito isso ao longo da história? Quantas vezes tem sido pregado um evangelho distorcido, que empobrece a alma ao invés de enriquecê-la? Que escraviza ao invés de libertar?

O Senhor os chama de guias cegos, cegos e insensatos. Considerando o ouro mais que o santuário? Ele disse isso faz dois mil anos? Hoje precisamos ouvir essa denúncia!

E quanto ao dízimo? Davam rigorosamente o dízimo das colheitas, mas negligenciavam os preceitos mais importantes: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Olho à volta. Estou mesmo nas páginas do livro de Mateus ou estou em pleno século 21? Será que vivemos dando voltas? Recordo-me do que Salomão disse: “Assim, tudo o que há, já havia existido; o que será, já existiu antigamente (Eclesiastes 3.15a). Onde está a justiça, a misericórdia e a fidelidade hoje em dia?

Sinceramente, estou embasbacada.

Comprometido com a verdade, Ele é a própria Verdade, repete a denúncia. São guias cegos que coam um mosquito e engolem um camelo. Enxergam os ciscos e não enxergam as traves. Sinceramente, fui arrancada das páginas de Mateus e trazida para os dias de hoje.

Mestres da lei que limpam o exterior e por dentro estão cheios de ganância e cobiça. O coração não importa mais. A alma pode estar estraçalhada. A aparência é o que importa. É ter e não ser.

Quantos sepulcros caiados temos visto? Bonitos por fora e cheios de ossos e toda imundície por dentro. Com aparência de justiça e cheios de hipocrisia e maldade. Estou pasma! Tenho certeza que o Senhor está falando à nossa geração, a muitos de nossos líderes, a muitos de nós.

Ele ainda denúncia que esses mestres edificavam os túmulos dos profetas e adornavam os monumentos dos justos dizendo que não teriam derramado sangue se fossem vivos naquela época.  Testemunham que são descendentes dos que agiram dessa maneira, mas não fazem como Esdras e Neemias, que confessaram e pediram perdão pelos pecados de seus antepassados. http://www.espalhandoasemente.com/2017/05/neemias-um-homem-de-oracao.html http://www.espalhandoasemente.com/2017/06/neemias-um-homem-de-zelo.html

Tenho que sentar. Imagino João Batista, ou Isaías, ou Elias ou qualquer um dos profetas “surgindo” diante de nós. Estou certa de que seriam mortos. O mais rapidamente possível. Sua mensagem seria muito dura para nós, para nossa geração, acostumada a fechar os olhos para mosquitos e camelos.

O Senhor diz que aqueles homens estão enchendo a medida de pecados de seus antepassados. Estamos fazendo o mesmo? Temo e tremo diante dessa palavra.

Seu semblante é duro, assim como Suas palavras. Mestres da lei e fariseus, considerados a nata, sendo chamados pelo Mestre de serpentes e raça de víboras. E sua pergunta ecoa por toda Jerusalém: “Como vocês escaparão da condenação ao inferno?” Como?

E o Senhor profetizou que estava enviando profetas, sábios e mestres. Uns seriam crucificados, uns açoitados e uns perseguidos.

E, para meu total horror, afirma que sobre eles recairia todo o sangue justo derramado na terra, desde Abel até Zacarias, que foi assassinado.

Tantas palavras duras, embora verdadeiras, mas então, meu coração derrete. Olho para Ele. Justiça, fidelidade e misericórdia é o que vejo. Sua declaração de amor por Jerusalém, e por todos nós. Ele se compara a uma galinha que reúne seus pintinhos debaixo de suas asas. Quantas vezes quis fazer assim, mas não quiseram. Fugiram de Seu cuidado, de Seu carinho. 

Choro. Sinto Sua dor. Seu amor em meio a todas as denúncias que fez. Seu interesse em denunciar é o arrependimento.

Suas palavras me atingem. Não apenas por mim, mas pela minha geração. Pela nossa geração. Por nós. 

Temos, como geração, como igreja, agido assim? Como hipócritas, cegos insensatos, serpentes, raças de víboras?

Venho sondando meu coração ao longo dessa jornada. Quantas verdades o Senhor tem revelado. Quero ser como Ele. Quero ser como Ele deseja. Preciso que continue sondando meu coração. 

Fique comigo. Deixe que o Senhor nos toque, coloque luz em nossas vidas e corações. Vamos pedir que nossa situação como igreja mude! Precisamos disso. Muito.


Amanhã prosseguimos.

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