Prosseguimos nossa caminhada. Agora, pelo capítulo 4 de João. Do versículo 1 ao 30.
Os fariseus ouviram falar que Jesus estava fazendo e batizando mais discípulos do que João. Apesar de não ser Jesus quem batizava e sim, seus discípulos.
Quando o Senhor ouviu isso, saiu da Judeia. E voltou para a Galileia.
João nos conta que era necessário que Ele passasse por Samaria.
Se olharmos o mapa daquela região, veremos que Samaria está entre a Judeia e a Galileia.
Acredito, no entanto, que João teve um motivo a mais para nos dar essa informação. Alguma coisa deveria acontecer nesta viagem.
Vamos observar.
Ele chega a uma cidade, em Samaria, chamada Sicar. Ficava próxima às terras que Jacó dera a seu filho José. Havia ali o poço de Jacó.
Seus discípulos foram à cidade comprar comida. Jesus ficou.
Cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia.
Essa hora o sol está muito forte.
De repente vem uma mulher. Cântaro na mão. Ela vem tirar água? Essa hora? Ao meio-dia? Na hora em que o sol está mais forte? Muito estranho.
Naquela época, naquela região, homens não costumam falar com mulheres em público. Além disso, os judeus não se davam bem com os samaritanos. O que vai acontecer?
Para nosso espanto, ouvimos Jesus pedir à mulher que lhe dê um pouco de água para beber.
Estou pasma. A mulher também.
Ela pergunta ao Senhor como, Ele sendo judeu, pede a ela, uma samaritana, água para beber. Seu espanto é tão grande que não consegue não perguntar.
Ele diz: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você Lhe teria pedido e Ele lhe teria dado água viva”.
Sua resposta faz meu coração disparar. O Senhor está se revelando a esta mulher? Quem será ela? Ele acabou de deixar a Judeia porque os fariseus estavam falando que Ele batizava mais que João e agora Ele faz uma declaração dessas?
Prendo a respiração.
A mulher está impressionada. Ela olha para o Senhor. Ele não tem nada em Suas mãos. Como iria tirar água, ela pergunta. O poço é fundo. E onde pode se conseguir essa água viva? Ela também pergunta se Ele é maior que Jacó, que havia lhes dado aquele poço, do qual ele mesmo havia bebido, assim como seus filhos e seu gado.
Ainda não consegui soltar a respiração. Aguardo em suspense o que Ele responderá.
Jesus explica à mulher que quem beber daquela água terá sede novamente, mas quem beber da água que Ele der, nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que Ele der se tornará uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.
Uau!
A mulher Lhe pede dessa água, para não ter mais sede, nem precisar voltar até ali para tirar água. Deve ser terrível ter que pegar água àquela hora.
Ela ainda não entendeu sobre o que Ele está falando. Seu pensamento é natural, ficar livre de ter que ir até ali, ao meio-dia, tirar água.
Jesus fala: “Vá, chame seu marido e volte”.
Ela responde que não tem marido. Jesus diz que ela está sendo correta, dizendo não ter marido.
Meu queixo cai.
Ele ainda acrescenta que ela já teve cinco maridos, mas o homem com quem agora vive não é seu marido. Novamente frisa que ela disse a verdade. Não é fácil falar algo assim.
Preciso me sentar.
A mulher reconhece que Ele é profeta. Afinal, como saberia do que acaba de falar?
Se fosse eu, acho que sairia correndo. Sei que se envergonha com sua situação, pois está buscando água sozinha, sem a companhia de outras mulheres. Em um horário terrível para se andar no clima daquela região.
Felizmente ela não é como eu e, ao invés de fugir, aprofunda a conversa, dizendo que seus antepassados adoraram no monte ali, mas que os judeus, dizem que Jerusalém é o lugar certo para adorar.
Jesus responde: “Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém”.
E diz que os samaritanos adoram o que não conhecem. Já os judeus adoram o que conhecem, pois a salvação vem dos judeus.
Ah, quando fala isso, preciso levantar minha plaquinha de “aplausos”. Ele não diz que a salvação vem para os judeus e sim que a salvação vem dos judeus. Dos judeus para o mundo. Porque, como o Senhor disse a Nicodemos, Deus amou o mundo, não apenas um povo, mas todos os povos. O mundo todo (João 3.16). http://www.espalhandoasemente.com/2018/04/jesus-e-uma-conversa-intrigante-no-meio.html
Tenho vontade de dançar de alegria.
Cada frase Sua é mais intrigante que a anterior. E meu coração dispara um pouco mais. Quase saindo pela boca.
Ele diz que está chegando a hora, e de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.
Ele revela a essa mulher que não importa o lugar. Importa como.
É necessário adorar ao Pai em espírito e em verdade. Por quê? O Pai procura adoradores. E são estes adoradores que o Pai procura. Adoradores verdadeiros.
Por quê? Porque Ele é espírito, e é necessário que seus adoradores O adorem em espírito e em verdade. Não é necessário adorar seguindo uma liturgia, ou só em um determinado lugar, ou só de uma forma, ou sei lá o que possam falar por aí. É necessário adorá-Lo em espírito e em verdade. Com o coração.
Ele conhece nossos corações.
Ela está começando a entender sobre o que o Senhor está falando. Diz que sabe que o Messias, chamado Cristo, está para vir. E quando Ele vier explicará tudo.
Jesus responde: “Eu sou o Messias. Eu, que estou falando com você”.
Agora, meu coração sai pela boca. Definitivamente.
Jesus não havia se revelado a ninguém dessa maneira, tão direta e clara.
Ele escolhe se revelar agora. A uma mulher. Samaritana. Que havia tido cinco maridos e agora vivia com um homem que não era seu marido.
É a ela, e não aos estudiosos, ou às autoridades religiosas, que Ele se revela claramente.
Que amor é esse? Que Deus é esse? Que não pergunta nosso currículo. Que não olha nossas credenciais. Que não se importa com nossa posição.
Aquela mulher disse que sabia que o Messias estava para vir. Não importa quem ela era. Como era sua vida. Ela O esperava. O ansiava. E Ele se revelou a ela. Simples assim.
Ainda estou em choque.
Seus discípulos chegam. Ficam surpresos ao encontrá-Lo. Mas não tem coragem de perguntar o que Ele queria saber ou porque conversava com uma mulher.
Ela deixa seu cântaro junto ao poço e volta à cidade. Será que agora resolveu fugir? Agora que Ele se revelou a ela? Não posso crer.
Ela chega à cidade. E tal como fez André e Filipe, não se contentou em ter uma informação dessas apenas para ela. Como João, ela precisa apontar. http://www.espalhandoasemente.com/2018/04/filipe-disse-venha-e-veja.html; http://www.espalhandoasemente.com/2018/05/ele-ou-eu.html
Aquela mulher, que ia ao poço sozinha, ao meio-dia tirar água, disse a todos: “Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que Ele não é o Cristo?”
Seu testemunho foi muito convincente. O povo saiu da cidade, mesmo com o sol a pico, e foi até o poço.
O que acontecerá?
Veremos amanhã.
Enquanto isso, pensemos que o Senhor tem procurado verdadeiros adoradores. Que O adorem em espírito e em verdade. Que sejamos desses. E que Ele nos encontre.
E que sejamos Suas testemunhas, como essa mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário