“Alegrem-se com os que se alegram e chorem com os que choram”. – Romanos 12.15
Queridos, quero compartilhar minha experiência de hoje.
Fomos ao cemitério junto com irmãos venezuelanos que estão aqui em Brasília. Uma menina de apenas onze anos foi enterrada hoje. Estava com câncer. Fazendo tratamento. Mas, o Senhor, em Sua onisciência, resolveu levá-la para estar com Ele. Antes de seus pais. Antes de todos nós.
A dor de perder um filho, com certeza, é indescritível. Tive um pastor, muito querido, que sempre orava para não morrer antes de seus pais. Ele imaginava o sofrimento que seria. Ele era um pai.
Louvo ao Senhor porque o casal, pai desta menina, estava tranquilo, apesar da tristeza. Apesar da necessidade de vários abraços. Tinham absoluta convicção de que ela está descansando nos braços do Pai. Mesmo assim, a dor é muito grande. Pudemos abraça-los e sentir seu sofrimento. O sofrimento de seu irmãozinho. O sofrimento das crianças que ali estavam. O sofrimento daquela comunidade.
Doeu ver uma criança ser enterrada em terra estranha. Longe de sua pátria. Todos chorando.
O que, porém, mais me comoveu, foi que, enquanto o caixão era baixado, um rapaz os convidou a cantar o hino de sua nação. Estava um sol escaldante. Muitos estavam com bonés. Eles o tiraram. Colocaram as mãos no coração e cantaram o hino nacional da Venezuela. Com todo amor. Cada palavra demonstrava amor. Saudade. Respeito.
Quase morri para me controlar e não me jogar no chão. Meu coração doeu. Estão aqui, longe de sua amada terra. Deixaram em nosso solo o maior tesouro que uma nação tem, uma criança. O maior tesouro que uma família tem, um filho. Tiveram que sair de sua terra. A maioria, com apenas a roupa do corpo. Muitos andaram 400 km. Andaram. A pé. Deixando tudo para trás. E estavam ali, cantando, com o maior amor e respeito, o hino de sua amada terra.
Hoje, mais que nunca, entendi porque o Senhor ordenou que Israel amasse o estrangeiro como amava a si mesmo (Levítico 19.34). Eles sabiam o que era sofrer em terra estranha.
Eu não sei. Moro na terra onde nasci. Terra que eu amo.
Ainda assim, esse mandamento pesa sobre mim. Sobre você.
Os dez mandamentos ordena amar nosso próximo como a nós mesmos. O Senhor Jesus foi além. Deu-nos um novo mandamento: “Por isso, agora Eu lhes dou um novo mandamento: Amem uns aos outros. Assim como Eu os amei, vocês devem amar uns aos outros. Seu amor uns pelos outros provará ao mundo que são Meus discípulos". – João 13.34,35
Temos sido obedientes?
O que eu sei é que, naquela hora, vendo aquele povo, num momento de tamanha tristeza, cantarem o hino de sua terra distante, meu coração transbordou. Minha vontade era abraçá-los todos, num mesmo abraço. Para que sentissem, não apenas o amor do Senhor por eles, mas o amor de uma brasileira que nunca sofrera esse tipo de sofrimento e agora estava ali, entendendo, no coração, sua dor.
Que o amor do Senhor em nós ultrapasse fronteiras e preconceitos. Só assim o mundo terá uma prova verdadeira de que somos Seus discípulos.
Que façamos alguma coisa para amenizar a dor de nossos vizinhos, de nossos irmãos!
Eu sei, eu posso. Você pode. Nós podemos.
Façamos.
“Filhinhos, não nos limitemos a dizer que amamos uns aos outros, demonstremos a verdade, por meio de nossas ações”. – 1 João 3.18
Nenhum comentário:
Postar um comentário