Leitura do dia 30/10.
Na postagem anterior vimos o ensino de Jesus sobre perdão e fé. A cira de dez leprosos. Um deles, samaritano. E a vinda do Reino.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-171-37.html
Agora, prosseguimos pelas páginas do capítulo dezoito.
Jesus conta a Seus discípulos uma parábola. Quer mostrar que devemos orar sempre, sem nunca desanimar.
Disse que em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus. Nem se importava com os homens.
Nesta mesma cidade havia uma viúva. Ela constantemente se dirigia a esse juiz, suplicando-lhe que fizesse justiça contra o seu adversário.
Por um tempo, o juiz se recusou. Finalmente pensou e disse a si mesmo que embora não temesse a Deus nem se importasse com os homens, ia fazer justiça àquela viúva que o estava aborrecendo, para que não viesse mais importuná-lo. Queria se ver livre dela.
Jesus diz que devemos prestar atenção nesse juiz injusto. Se age assim, acaso o Todo Poderoso não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele dia e noite e continuará fazendo-os esperar? Jesus mesmo responde que lhes fará justiça. E depressa.
Faz uma pergunta desconcertante. Quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?
Vamos ficar aqui um pouco.
Olho ao redor. Como as pessoas têm estado? Temos visto tantas coisas. Tantas coisas absurdas. Tantas ordens invertidas. O mundo de cabeça para baixo. Homens falando sobre si mesmos. Homens no centro de tudo. Homens que olham para si. Que não apontam o Cordeiro de Deus.
Temos visto, com tristeza e dor, a Palavra sendo relegada à segundo e terceiro planos. Técnicas colocadas acima de relacionamento com Deus. A Palavra sendo mercadejada, como se não fosse viva e eficaz. Barganhas sendo feitas em nome do Todo-Poderoso.
Clamemos ao Senhor, para que encontre sim, fé na terra, quando voltar. Que nós sejamos essas pessoas, que O esperam, cheios de fé.
Jesus conhece os corações. E para alguns que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros, contou uma parábola.
Disse que dois homens foram orar no templo. Um deles era fariseu. O outro, um publicano.
O fariseu era um religioso. O publicano, o cobrador de impostos do Império Romano, odiado por todos os judeus.
O fariseu ora em pé. Em seu íntimo agradecia a Deus por não ser como os outros homens. Não era ladrão, nem corrupto, nem adúltero. Nem mesmo era como aquele publicano. Jejuava duas vezes por semana e dava o dízimo de tudo quanto ganhava.
O publicano ficou à distância. Não tinha ousadia de olhar para o céu. Batia em seu peito e pedia misericórdia a Deus, reconhecendo ser pecador.
Todos olham para Jesus. Olhos arregalados. Os fariseus eram admirados. Os publicanos, odiados.
Ele termina Sua fala dizendo que o publicano e não o fariseu, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.
Vamos ficar aqui um pouco. E pensar.
Nós, que não fomos constituídos juízes, temos a terrível tendência de julgarmos segundo as aparências. Entre um religioso, conhecedor da lei, e um publicano, cobrador de impostos, justificamos o religioso. É nossa tendência.
Não conhecemos os corações. Conhecemos apenas a aparência. Não temos paciência para esperar os frutos.
Jesus não. Seu julgamento é correto. Ele enxerga tudo. Enxerga os corações. Enxerga o que está por trás das nossas ações. Enxerga nossas intenções. Sabe que fruto daremos, antes mesmo deles serem gerados.
Que aprendamos com esse precioso ensino do Senhor.
Que tenhamos um coração ensinável e humilde. Que não batamos em nosso peito, nos achando “os tais”, com os corações repletos de orgulho, pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Aprendamos a agir com humildade. Que o Senhor seja o nosso modelo.
Certo dia trouxeram crianças para que o Senhor Jesus impusesse as mãos, abençoando-as, e orasse por elas. Os pais queriam ter seus filhos abençoados pelo Senhor. Claro. Quem não iria querer?
Mas os discípulos repreendiam essas pessoas, não querendo que as crianças se aproximassem de Jesus.
Ele ordenou que as deixassem ir até a Ele, que não as impedissem. Disse também que o Reino dos céus pertencem aos que são semelhantes a elas, como já falara. http://www.espalhandoasemente.com/2017/12/que-tipo-de-pergunta-temos-feito.html
Certa vez um homem se aproxima. Chamando-O de Mestre, pergunta-lhe o que fará de bom para ter a vida eterna.
Todos ficam em silêncio. Querem ouvir Sua resposta: “Por que você me chama de bom? Há somente um que é bom”.
Afirma que o homem conhece os mandamentos. O homem responde que tem obedecido a todos eles, desde sua mocidade.
Jesus disse que lhe faltava ainda uma coisa. Deveria ir, vender seus bens e dar o dinheiro aos pobres. Teria um tesouro nos céus. Depois, fosse a Ele e seguisse-O.
Aquele homem devia desapegar-se de seus bens materiais, de sua riqueza material, vender seus bens e dar aos pobres. O Senhor assegurou-lhe de que teria um tesouro nos céus, onde sabemos que a traça e o ladrão não tem acesso. Depois que fizesse isso, desapegado de tudo o que lhe era mais precioso, ou seja, negando-se a si mesmo, devia vir e seguir ao Senhor.
http://www.espalhandoasemente.com/2017/12/andando-ao-lado-de-jesus.html
http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/tesouro-verdadeiro.html
Sempre assim. Negue-se a si mesmo vem primeiro. Não podemos seguir ao Senhor sem nos negarmos. Afinal, nem sabemos onde estamos indo. Sabemos com quem, mas não para onde.
Observo a cena com atenção. Jesus, como sempre, tão específico, tão claro, tão direto.
Aquele homem afastou-se triste. Era muito rico. Seu coração estava em suas riquezas. Era fácil obedecer os mandamentos, mas muito difícil desfazer-se de seus tesouros, pois ali, em seus bens materiais, é que estava o seu coração.
Depois que o homem se afastou, Jesus diz a Seus discípulos que dificilmente um rico entrará no Reino dos céus e para deixar bem claro o quão difícil era, diz que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. Uau, fico pensando. Muito difícil mesmo.
Assim como eu, os discípulos ficam perplexos e perguntam quem pode ser salvo!?
Jesus olha para eles e responde que para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis.
Não há impedimento em nada para o Todo-Poderoso. Tudo é possível para o Criador e Rei do Universo.
Pedro, sempre ele, fala que deixaram tudo para segui-Lo.
A resposta de Jesus é surpreendente. Garante que todos que deixaram casa e pessoas por causa do Reino, receberão, neste mundo uma recompensa muito maior e, no mundo futuro, a vida eterna.
É demais para meus pensamentos. Ser restituído apenas em uma vez seria suficiente, duas, excelente. Agora, muito mais? Sua bondade é assim. Restitui a cem por um, como uma colheita próspera, onde tudo acontece exatamente como deve acontecer, com chuva e sol, calor e frio, a seu tempo, na medida certa.
Em mim ecoa essa pergunta? “O que me falta ainda?”.
Ecoa em você também?
Vamos parar, sentar em uma dessas pedras no caminho. Sondemos novamente nossos corações. “O que me falta ainda?” Quero ser totalmente Sua, Senhor, sem nenhum tipo de reservas. E você?
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Depois, Jesus chama os Doze à parte. Começa a explicar-lhes a necessidade de ir a Jerusalém, onde tudo que foi escrito pelos profetas a respeito dEle será cumprido. Será entregue aos gentios que zombarão dEle. Vão açoitá-Lo. E o matarão. Mas ao terceiro dia ressuscitará.
Os discípulos não entenderam. O significado destas palavras ainda estava oculto para eles.
Jesus se aproxima de Jericó.
Um mendigo está sentado à beira do caminho. Normalmente, os cegos ficavam à beira das estradas oficiais pedindo esmolas. Precisavam da autorização do Império Romano para tal. Usavam uma capa com o símbolo romano, atestando que possuíam essa autorização.
Soube que Jesus estava perto. Era impossível não saber. Todos comentavam. O “burburinho” era enorme. Começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”.
A multidão mandou que se calasse. Como se calar diante de Jesus? Ali, diante dele, apenas alguns passos de distância, estava Aquele que poderia atender ao desejo mais ardente de seu coração. Bastava que tivesse misericórdia.
Gritou mais alto ainda. Como louco. E se não passasse mais por ali? Nós, que O temos acompanhado nesta jornada, sabemos que está subindo a Jerusalém. Lá será crucificado. Essa é a chance daquele homem! Ele grita mais alto.
Jesus para. Impossível não parar diante de tal clamor. Sempre ouve, a qualquer um de nós, quando reconhecemos quem Ele é, como aquele homem reconheceu e clamamos por Sua misericórdia. Seu amor não tem limites. Sua misericórdia se renova a cada dia, como está escrito em Lamentações de Jeremias, 3.23.
Jesus mandou que o chamasse. Não O via, mas estava diante dEle, que pergunta o que quer que Ele faça. A mesma pergunta, tão importante! A pergunta-chave que cada um de nós precisa responder ao longo da vida.
Não precisou pensar. Tinha consciência de quem era e das condições em que vivia. Sabia exatamente o que queria. Chamando-O de Senhor, respondeu que queria enxergar.
Por um momento, paro e penso. Quantas vezes Jesus disse que deveríamos ter olhos para ver? Uno-me a esse homem. Clamo que também quero enxergar. Quero ter olhos que verdadeiramente enxerguem. Não quero ter nenhum tipo de ametropia (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia). Quero enxergar com nitidez. Sem nenhuma distorção. Clamo Sua misericórdia sobre mim.
Jesus, claro, sempre maravilhoso como é (plaquinha levantada), teve compaixão daquele homem. Seu coração se compadece sempre que alguém vem até Ele, em temor e humildade.
Respondeu: “Receba a visão! Sua fé o curou”. Imediatamente recuperou sua visão. E começou a seguir o Senhor pelo caminho, louvando a Deus. Todos que presenciaram essa cena, também louvavam a Deus.
Aquele homem enxergou o Rei, o Senhor, o Filho de Davi. Como não segui-Lo? Não era mais tempo de ficar à beira do caminho. Era hora de seguir pelo caminho. Seguir o próprio Caminho.
Hoje o clamor do meu coração também é que eu enxergue. Quero enxergá-Lo como é. Plenamente. Sem imagens distorcidas. Que seja o clamor do Seu coração também.
Continuamos amanhã. Leremos a partir do capítulo dezenove. Até o capítulo vinte e um. Os três últimos capítulos de Lucas.
Espero você. Até lá.
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