Leitura do dia 31/10.
Continuamos nossa caminhada pelo livro de Lucas, o médico.
Ontem vimos a parábola do administrador astuto e desonesto. Os fariseus e a lei. A história do rico e do mendigo Lázaro.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-161-31.html
O ensino sobre perdão e fé. A cura dos dez leprosos. A vinda do Reino. http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-171-37.html
Também vimos a parábola da viúva persistente e do juiz injusto. A parábola do fariseu e do cobrador de impostos. Jesus abençoa as crianças. O homem rico que amava suas riquezas. As recompensas do discipulado. Jesus prediz Sua morte e ressurreição. E cura um mendigo cego, em Jericó.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-181-42.html
Hoje caminharemos a partir do capítulo dezenove. Até o capítulo vinte e um.
Na primeira postagem, apenas o capítulo dezenove.
Agora Jesus entra em Jericó. E atravessa a cidade. Nós O acompanhamos.
Ali mora um homem chamado Zaqueu, chefe dos publicanos. Um homem muito rico.
Ele queria ver quem era o Senhor. Mas era baixinho. E não conseguia. Por causa da multidão. Sei bem o que é isso! Todo mundo na sua frente e você não enxerga nada. Só costas e cabeças.
Assim, antes que Jesus passasse, correu e subiu em uma figueira brava para poder vê-Lo. Eu, teria feito o mesmo.
Ficou ali, assentado, aguardando Jesus passar.
Quando o Senhor chega àquele lugar, olha para cima. Seu olhar chama atenção. O que está vendo?
Ele diz: “Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje”.
Uau! Você aceitaria esse oferecimento?
Quase como eu faria, Zaqueu desce rapidamente. Creio que eu pularia da árvore, feito uma doida.
Zaqueu recebe o Senhor, em sua casa, com muita alegria.
Meu coração também fica cheio de alegria. O Senhor sabia que estava em cima da árvore, para vê-Lo. Sabia seu nome. Sabia até quem era.
O povo não pensa como eu. Começa a se queixar dizendo que o Senhor se hospedou na casa de um pecador. Como se houvesse alguém nesse mundo capaz de hospedá-Lo que não fosse um pecador.
Mas a história não termina aí. No meio da visita, Zaqueu levanta-se e diz ao Senhor que, a partir daquele momento, está dando a metade de seus bens aos pobres, e se de alguém extorquiu qualquer coisa, devolverá quatro vezes mais. Quatro vezes mais! Está disposto a abrir mão de muita coisa!
Estou maravilhada! Levanto minha plaquinha. Sei que aconteceu algo com esse homem. Era chefe dos publicanos. Quanto dinheiro deveria ter! Quantas vezes deve ter extorquido alguém?
Agora, fala que está dando metade do que tem aos pobres e que restituirá a quem tiver extorquido, quatro vezes mais. Esse homem só pode ter sido tocado profundamente pela presença do Senhor.
Isso é arrependimento. Isso é conversão. Isso é mudança de vida. Isso é “metanoia”.
Então Jesus diz: “Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão!”. Aleluias! Há festa no céu! Jesus veio buscar e salvar os perdidos!
Ah, o Senhor testemunhou sobre Zaqueu! Zaqueu não pode se importar com o que o povo diz depois de ouvir essas palavras da boca do próprio Senhor!
Esse é o testemunho que quero ouvir! O Senhor testemunhando a respeito de mim. E você?
Qual testemunho prefere? Da multidão ou de Jesus?
Não importa quem você ou eu fomos antes de sabermos quem Jesus é. Importa quem Ele nos tornou depois que nos encontramos com Ele e fomos por Ele tocados.
Vamos continuar caminhando.
Ao perceber que a multidão estava atenta, ouvindo, Jesus conta mais uma parábola.
Iam para Jerusalém e o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato e politicamente.
Ele conta que havia um homem que era nobre de nascimento. Esse homem foi para uma terra distante para ser coroado rei. E depois voltar.
Chamou dez dos seus servos e lhes deu dez moedas de prata (equivalia a cerca de meio quilo de prata, o salário por três meses de trabalho). Disse que deveriam fazer esse dinheiro render até que voltasse.
Mas, seus súditos o odiavam e enviaram uma delegação para lhe dizer que não queriam que fosse o rei. Mesmo assim foi feito rei. Depois voltou. Mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro. Queria saber quanto tinham lucrado.
O primeiro veio prestar contas e disse que as moedas haviam rendido outras dez. Elogiou o servo, dizendo que por haver sido confiável no pouco, governaria sobre dez cidades.
O segundo prestou contas e disse que as moedas haviam rendido cinco vezes mais. Seu senhor também o elogiou e o colocou sobre cinco cidades.
Veio outro servo e devolveu as moedas, disse que as conservou guardadas num pedaço de pano. Teve medo porque sabia que ele era um homem severo, que tirava onde não colocara e colhia onde não semeara.
Seu senhor lhe respondeu que o julgaria por suas próprias palavras. Chamou o servo de mau. Se sabia que seu senhor era severo, que tirava onde não colocara e colhia onde não semeara, por que não colocou o dinheiro no banco? Assim, ao menos quando o senhor voltasse o receberia com juros.
O senhor disse aos que estavam ali que tomassem suas moedas e dessem ao que tinha dez.
Questionaram-no dizendo que já possuía dez moedas. Ele respondeu que a quem tem, mais será dado, mas ao que não tem, até o que tiver lhe será tirado.
Ordenou que trouxessem os homens que não queriam que reinasse. Mandou que fossem mortos. Em sua frente.
Após contar essa parábola, Jesus seguiu adiante, subindo para Jerusalém.
Vamos parar aqui e pensar um pouco.
É interessante que o Senhor não explicou a parábola, como muitas vezes fez. Pelo menos, Lucas não conta que tenha feito. Nem conta se alguém perguntou sobre seu significado.
Podemos entender que esse nobre é Jesus. Rei por direito. Os servos somos nós. Ele nos dá talentos e espera que os desenvolvamos. Alguns desenvolvem com mais facilidade, e conseguem “multiplicar” como aquele que rendeu dez vezes mais. Outros têm um pouco mais de dificuldade, ainda assim, rendem cinco vezes mais.
Os talentos, com os quais devemos servir ao Senhor e às pessoas, nos ensinarão a desenvolver o que precisamos para sermos recompensados na eternidade. Se formos fiéis no “pouco”, o Senhor nos colocará sobre o “muito”, na eternidade.
Novamente gostaria de dizer que ninguém vai passar a eternidade deitado em uma nuvem, tocando harpa e morrendo de tédio. Acredite, Ele nos reserva grandes surpresas para aqueles dias.
Algumas pessoas são como aquele homem que teve medo e guardou as moedas, escondidas, para não roubarem. Não desenvolveu seu talento. Tinha uma imagem distorcida do Senhor, como infelizmente muitos têm, acreditando que o Senhor é um velho rabugento e ranzinza, que adora implicar conosco.
Esse homem ficou sem nada, uma vez que não deu valor ao que foi lhe concedido e não se preocupou em desenvolver. Perdeu o que tinha. Não foi fiel no pouco, não havia como ser colocado sobre “o muito”. Não era confiável.
Ainda há os homens que não queriam que o Senhor reinasse sobre eles. Tiveram um destino triste. Foram chamados à Sua presença, julgados e condenados.
Muitos acham que é “história da carochinha”, mas a verdade é que Jesus um dia voltará.
O que temos feito com os talentos que nos deu? Estamos sendo como mordomos fiéis ou temos enterrado nossos talentos e “aproveitado a vida” a nosso bel-prazer?
Que o Senhor nos ajude. Que sejamos fiéis em tudo que tem nos concedido. Um dia prestaremos contas diante dEle.
Sondemos nossos corações, motivações e atitudes.
Jesus está se aproximando de Jerusalém. Sabe o que O espera. Sabe também como entrará na cidade.
Quando chega ao Monte das Oliveiras, pede a dois discípulos que vão até ao povoado em frente. Lá encontrariam um jumentinho amarrado. Esse jumentinho nunca fora montado. Deveriam desamarrá-lo e levá-lo até Ele. Se alguém perguntasse, deviam responder que o Senhor precisava dele. Simples assim.
Chegar a Jerusalém pelo Monte das Oliveiras é fantástico! Você vê a cidade toda diante de si. Ao entardecer, é dourada, devido às pedras de suas construções. Enquanto os discípulos foram buscar o jumentinho, Jesus deve ter ficado ali, olhando.
Os discípulos foram como Jesus lhes ordenara, e tudo aconteceu como Ele dissera.
Naquela época, a realeza andava em jumentos. O profeta Zacarias (Zacarias 9.9), havia profetizado o Rei entrando em Sião montado em um jumento. Foi o que aconteceu naquele dia.
Os discípulos trouxeram o jumentinho e colocaram sobre ele seus mantos. Jesus montou.
Fico imaginado o “alvoroço” no mundo espiritual quando uma profecia desse “calibre” se cumpre.
Ah, e não posso deixar de falar do privilégio desse jumentinho, ser montado pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores. Devia ser só sorrisos. Se tivesse uma plaquinha como a minha, levantaria.
À medida que Jesus vai passando, as multidões estendem seus mantos pelo caminho, fazendo uma estrada, digna de um Rei.
Ele ia em meio a uma grande multidão, que gritava: “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!”.
Consegue imaginar? Precisamos de um drone para observar essa cena. Por todos os lados.
Jerusalém, a cidade dourada, a cidade do Grande Rei. Jesus sentado em um jumentinho, e como o Rei que é, entrando pela porta da cidade. Uma multidão adiante dele. Uma multidão seguindo-O. E todos gritando, reconhecendo que Ele é o Salvador e o Rei legítimo, filho de Davi.
Jerusalém, cercada por montes, ecoa essa saudação e esse reconhecimento por suas ruas. Com toda certeza, anjos cantam, celebrando o Grande Rei. A atmosfera era toda de louvor e adoração, como não se via ou se ouvia desde a época em que a Tenda de Davi estava ali.
Uma de minhas cenas preferidas. O Rei entrando em Sua cidade, sendo aclamado por todos.
Aquela multidão não conseguiu perceber a magnitude do que estava acontecendo. Você e eu podemos. Sabemos que de fato era o Rei que estava entrando em Sua cidade. O Rei que alguns dias depois daria Sua vida por nós. Entrou na cidade como Rei. Sairia dela como maldito, por minha causa, por sua causa.
Tenho que ficar aqui. Observar diversas vezes essa cena. Gritar com a multidão, a plenos pulmões, pois sei quem está sentado naquele jumentinho, “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!”.
Nem sei por onde anda minha plaquinha de aplausos. Meus braços estão erguidos em louvor a Ele, o Único Rei da minha vida, o legítimo herdeiro do trono de Davi. Meu coração parece saltar pela boca. Que privilégio poder louvá-Lo. Venha e louve-O comigo.
Mas, alguns fariseus que estavam entre a multidão, fazendo sabe se lá o quê, pedem que Jesus repreenda a multidão. Ele responde que se a multidão calar, as próprias pedras clamarão! Ah, como gostaria de ver essa cena. Pedras bendizendo Seu glorioso nome, reconhecendo Sua identidade. Aqueles fariseus devem ter ficados horrorizados.
Ele continua indo e subindo para Jerusalém.
Ao se aproximar, vê a cidade.
Já tive esse privilégio. Por três vezes. Do alto do Monte das Oliveiras, podemos contemplar a “cidade do grande Rei”.
Quando o Senhor a vê, chora sobre ela. Sente pesar porque Jerusalém não compreende o que lhe dá paz. Estava em oculto. “Seus olhos” não conseguiam enxergar.
Chorando, o Senhor diz que virão dias em que os inimigos de Jerusalém construiriam trincheiras contra ela. Rodeando e cercando-a de todos os lados. Não somente isso, mas também a lançariam por terra. A “ela” e aos seus filhos. Não deixando pedra sobre pedra. Tudo porque não reconheceu que o Eterno a visitou.
No ano 70 d.C., aconteceu essa destruição. Jerusalém foi rodeada, cercada, lançada por terra, queimada. Seus filhos destruídos.
Meu coração dói junto com o do Senhor. E penso não apenas em Jerusalém, mas em todas as nações, cidades e pessoas que não reconheceram e não reconhecem o tempo da visitação do Senhor. Não reconhecem Sua identidade, rejeitando-O. Que triste destino!
Hoje temos a oportunidade de ouvi-Lo, percebê-Lo, reconhecê-Lo, segui-Lo. Que não sejamos como Jerusalém foi naqueles dias. Que não sejamos como tantos que O rejeitam.
Que não sejamos os que deixam para "amanhã", para "depois", para "mais tarde".
“Por isso o Espírito Santo diz: ‘Hoje, se ouvirem Sua voz, não endureçam o coração, como eles fizeram na rebelião, quando Me puseram à prova no deserto.” – Hebreus 3.7,8
Se abrirmos nossos corações, conseguiremos enxergar a verdade. A verdade que liberta. E conheceremos quem de fato o Senhor Jesus é!
Jesus vai ao templo. Ao chegar, depara-se com a seguinte cena: o pátio do templo é um mercado. Compradores, vendedores e cambistas. Fica indignado. Expulsa todos que estavam ali vendendo.
O comércio no pátio do templo havia se tornado natural.
Cambistas estavam ali para trocar a moeda corrente pela moeda do templo, que era diferente. Animais eram vendidos para o sacrifício a preços exorbitantes.
Ele diz em alto e bom som: “As Escrituras declaram: ‘Meu templo será casa de oração’, mas vocês o transformaram num esconderijo de ladrões!”.
Como atrair nações para o Deus de Israel, se o pátio onde essas nações deveriam orar, é utilizado para comércio?
Jesus os chamou de ladrões, afirmando que aqueles homens estavam transformando a casa de oração em um covil. Covil é uma cova de animais selvagens. Não passou "panos quentes". Não disse palavras amenas. Somente selvagens para transformar a casa de oração em esconderijo de ladrões. Sua ira é santa e legítima. É justa. O complexo do templo havia se transformado em um lugar de comércio. Comércio e oração não combinam. Oração é relacionamento.
Fico imaginando se o Senhor fizesse isso hoje. Se visitasse todos os lugares que são denominados na atualidade como "templo". Quantos comerciantes expulsaria? Quão indignado e irado ficaria?
Ele passou a ensinar todos os dias no templo. Mas, pasmem, quando os principais sacerdotes e os mestres da lei e outros líderes do povo viram, planejaram matá-Lo. Não conseguiam pensar em uma armadilha perfeita pois o povo ouvia tudo que Ele dizia. Atentamente.
Vamos ficar um pouco aqui. Analisando Suas atitudes, Suas prioridades, Sua ira santa e justa. Analisemos nossas atitudes também. Temos ficado alheios ao que tem sido feito "no templo"? Sua casa tem sido feita casa de oração ou covil de ladrões? Somos os que expulsam os vendedores ou os que organizam o comércio? O zelo pela Sua casa tem nos consumido como consumia o Senhor (Salmos 69) ou temos sido consumidos por todo tipo de comércio em Sua casa?
Nossas vidas têm sido vidas de oração ou vidas de comercialização?
Jesus seria aceito em nossos templos? Ou seria odiado como os chefes dos sacerdotes e mestres da Lei odiaram-No?
Continuamos na próxima postagem.
Espero você. Até já.
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