quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Ana e seu sonho



Vamos ler Ana. Claro que não consigo ler assim: Ana não tinha filhos. Orou. Engravidou. Tenho que enxergar tudo que representa. Adoro descobertas.

Ana. Esposa de Elcana. Amada por seu marido. Estéril. Não havia nada pior para uma mulher, que ser estéril. Uma mulher dizia "eu te amo" ao seu marido, dando-lhe filhos. É tão terrível essa sensação de não poder gerar um filho que quando ouvi o médico me dizer (embora não pretendesse ter mais filhos) que precisava tirar o útero porque poderia "explodir" dentro de mim, a qualquer momento e eu ter uma infecção generalizada, me deu uma sensação de perda de poder.

Ana era uma mulher que amava seu marido. Sabia ser amada por ele. Vivia presenciando seu carinho pelos filhos e não podia lhe oferecer um! Como é horrível nos sentirmos impotentes. Seja pelo motivo que for. Ah, e como Penina se aproveitava daquela situação. O tempo todo humilhando Ana. E o que Ana podia fazer? Nada! O que Penina lhe jogava na cara era a pura verdade: Deus, o seu Deus, que ela amava, havia lhe deixado estéril. Que dor terrível!

E todo ano acontecia a pior situação da sua vida. Elcana ia até Siló com suas duas mulheres. Seus filhos e filhas. Oferecer sacrifícios, adorar ao Senhor e se alegrar em Sua presença. Apesar de seu marido lhe oferecer porção dobrada. De amá-la "com grande amor", dizendo e demonstrando, faltava algo a Ana. A esterilidade mata. Observe o Mar Morto.

E enquanto todos se alegravam e se divertiam, Ana sentava-se sozinha. Sem conseguir comer. Só chorava. E cada ano era uma tortura maior. Até que certa vez Ana levantou-se, "com a alma profundamente sofrida", chorou muito e orou ao Senhor. Se o Senhor lhe desse um filho, ela O dedicaria todos os dias de sua vida.

Fico imaginando a dor dessa mulher! Ser mãe é maravilhoso! Não só gerar um filho. Ser mãe. Ouvir as primeiras palavras. Ver os primeiros passos. Os sorrisos. Os olhinhos. Ensinar. Corrigir. Beijar. Amar. Contar histórias. Correr. Brincar. Ah! Que delícia! E quando crescem, lançá-los como flecha para alcançar o alvo. E vê-los crescer. Mas como dói a casa vazia. A mesa vazia. A falta da correria. As risadas deliciosas. A bagunça maravilhosa.

"Não havendo bois, o celeiro fica limpo, mas pela força do boi, há abundância de colheitas”. – PV 14.4  Ah, eu prefiro ter que ficar limpando o celeiro e dar comida aos bois, do que estar tudo limpo. Não ter trabalho. Nem colheita. E aquela mulher, desesperada, quer abrir mão de tudo isso só para não ser estéril. Ter um filho e o entregar ao Senhor!

E além de tudo o que Ana precisa sofrer, o profeta a acusa de bêbada. Que mulher incrível! Ela se humilha diante do profeta. Explica sua dor. “Estou aqui abrindo a minha alma para o Senhor! Contando a Ele toda minha amargura”! O profeta lhe dá uma palavra! E ela crê! Ela se levanta. Sua alma em paz. Comeu. E seu semblante não era mais triste!  A fé faz coisas que não podemos imaginar!

Algo um pouquinho maior que um grão de mostarda começa a crescer dentro dela. Não. Ainda não era seu filho. Era a esperança. O sonho. E ela começou a imaginar sua barriga crescendo. Podia ver seu sorriso! Imaginava-se trocando fraldas. Amamentando. Ah! A alegria da expectativa!  Aquela alegria do Senhor, que é a nossa força! E algo começou a acontecer dentro dela. Seus hormônios se modificaram. Tudo dentro dela mudou. A vida que estava em sua mente e em seus sonhos, saltou! Acabou com sua esterilidade! Gerou vida! Não tinha como ser diferente! Sua mente só pensava em vida! E ela engravidou! O que era apenas sonho foi OBRIGADO a se tornar realidade!

No ano seguinte, Ana não foi com Elcana. O menino ainda era muito novo. E quando foi desmamado, o entregou como havia prometido. Posso imaginar a dor em seu coração. Ter que se separar de seu filho, ainda tão novinho! Mas ela orou. O Senhor se lembrou dela. Ela engravidou. Era um menino. Ela cumpriu seus votos!

E sabe o que acho mais maravilhoso? "Àquele que é poderoso para realizar infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou imaginamos, de acordo com o Seu poder que opera em nós, a Ele seja a glória na Igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém". – Ef 3.20

Ela pediu um filho. Simplesmente para poder mostrar o seu amor ao seu marido! Sentir-se mulher. Deus lhe deu mais três filhos e duas filhas! E esse seu filho, primogênito, tornou-se uma peça chave na história de Israel! Que homem foi Samuel! Depois de toda dor. Sofrimento. Humilhação. Choro. Se ela fosse como eu, teria a capacidade de produzir o equivalente às Cataratas do Iguaçu em lágrimas, Deus lhe deu um filho que abençoou toda uma nação! Quem era estéril, agora se torna mãe de seis filhos! Mãe de Samuel! "E esta é a segurança que temos para com Ele: que, se lhe fizermos qualquer pedido, de acordo com a vontade de Deus, temos certeza de que Ele nos dá atenção”. – I Jo 5.14 Deus é fantástico!

Que o seu coração se encha de fé e esperança! E que comece a agir de maneira poderosa dentro de você. Independente das circunstâncias. Que o Seu amor o envolva. Que você sinta, perceba o Seu cuidado! Que as bênçãos do Senhor venham até você e o alcancem! Que o seu sonho venha à tona, como o de Ana, e se torne realidade, vida!

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