domingo, 27 de dezembro de 2015
Naamã e o processo
Vamos ler a história de Naamã?
Naamã era poderoso. O texto bíblico fala dele, de suas qualidades. Era "o cara". Mas, havia um porém. Um terrível “porém”. "Porém leproso". Que situação a desse homem! Vivia de armadura o tempo todo. Ansiava por chegar em casa. Os seus o viam como ele era. Leproso. Que triste!
Mas uma escrava, que sabia seu papel de ser benção em qualquer lugar que estivesse, como José também sabia, disse: “Ah se meu Senhor estivesse em Israel”! E explicou.
Deus ama um coração assim! Naamã não procrastinou. Não hesitou. Como tantas vezes faço. Logo arrumou presentes para dar ao profeta e se colocou a caminho. Devia se parecer comigo. Foi pelo caminho "imaginando" como ia ser aquele encontro! "O profeta vai falar algumas palavras e serei curado". Decididamente parecia comigo. Tudo prático. Rápido. Num estalar de dedos. Ledo engano. Ah, os processos. Eu podia ficar aqui o dia inteiro falando sobre essa história. Todos os lados dela. Mas hoje é só um lado. Que já será bastante.
Naamã, lembre quem era, foi recebido pelo servo do profeta com um recado: “Lave-se sete vezes no Jordão”. Naamã fica furioso! Na terra dele tem rios muito melhores. “Esse profeta me dá essa ordem”! Ah, se fosse comigo, entenderia perfeitamente! Seria Deus me mandando enfrentar meu maior medo.
Nada me angustiava mais que pensar no batismo. Eu queria muito dizer a todos que agora era nova criatura mas não podia ser de outro jeito? Por que inventaram esse negócio de batismo? Só de lembrar meu coração dispara! Tinha pavor em pensar (tenho) em colocar minha cabeça dentro da água. Ficar submersa.
Voltando a Naamã. Era um guerreiro poderoso. Com certeza não partilhava de meus medos. Seu servo corajosamente fala: "Meu Senhor, se o profeta não te pedisse algo difícil, o senhor não faria”? Amo isso nesse homem: ele sabia ouvir! Não importava quem estava falando. Importava o que estava falando! Ouviu uma escrava. Agora um servo! Se fosse para mim, diria que preferia qualquer outra coisa a mergulhar UMA vez no Jordão. Imagina SETE. Tremo de pavor só de pensar no que Naamã teria que fazer para ser curado da sua lepra. E isso me paralisa de um jeito que não conseguia enxergar mais nada! Para ele não era o mergulhar! Era tirar a armadura diante de seu exército. Expor sua lepra diante das pessoas que só conheciam o poderoso guerreiro que era! Quantas vezes também temos medo de tirar a armadura!? Evitamos ao máximo nos expor. Queremos ficar protegidos.
Naamã se expôs diante de todos, mostrando como a lepra havia tomado conta dele. De novo os processos. Deus ama processos. Eu não. Quero tudo para ontem. Quero tudo na velocidade da luz. Como no micro ondas. Mas não é uma delícia um feijão feito no fogão à lenha? Demora horas e horas. Uma noite inteira. Mas é muito mais saboroso. As coisas com Deus são assim também. Mesmo que o processo seja doloroso, seja difícil. Precisamos passar por ele. Precisamos dele.
Naamã deixou seu orgulho, seu preconceito sobre como as pessoas iriam olhar para ele. Se lembrariam da lepra ou do que aconteceu em seguida? Ele mergulhou e da primeira vez não aconteceu nada. Teve que mergulhar as sete vezes. Quando levantou a sétima vez, estava completamente curado. Sua pele era como a pele de um bebê. Deus não faz pela metade. Não era a pele de um homem da sua idade. Deus sempre faz muito mais do que pedimos, imaginamos ou pensamos. Ele sempre vai além. Naamã se converteu ao Deus verdadeiro. Nunca mais ofereceu sacrifícios a outros deuses.
Se temos que passar pelos processos para sermos curados, que os enfrentemos. Teremos uma vida melhor, sem lepra, sem precisar carregar uma armadura pesada onde quer que estejamos, o tempo todo. Vamos nos despir. Mergulhar e deixar-nos ser curados. O esforço valerá a pena.
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