quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Querendo ser um e sendo outro
Não que não faltem histórias para contar ou livros para ler. Mas, assim como você, estou "em construção". É verdade que existem áreas em que posso já estar "construída", mas nessas áreas serei testada, para ver se o alicerce é bom e se o acabamento "presta".
Mas quantas vezes queremos ser um e somos outro...
Quantas vezes quero ser o Adão que aguarda ansiosamente pela virada do dia para encontrar-se com o Senhor e acabo sendo o que vê Eva com o fruto proibido na mão e não faço nada. Fico passivamente observando. Sem tomar uma atitude correta.
Quantas vezes quero ser o Abraão que se levanta de madrugada para obedecer a Deus, sacrificando seu filho amado, sem procrastinar, mas sou como o povo de Israel que precisa ouvir dezenas, centenas de vezes a mesma ordem, para só então obedecer.
Quantas vezes quero ser o Abraão que se levanta para combater os reis que levaram Ló cativo, mas sou o Abraão covarde que tem medo de ser morto por causa da beleza de Sara e me escondo atrás de uma meia verdade!
Quantas vezes quero ser o Jacó que luta com Deus, mas sou o Jacó que se agarra a uma túnica velha suja de sangue de algum animal qualquer, acreditando que José está morto.
Quantas vezes quero ser o Davi que se desvia das lanças de Saul, mas sou o Davi que corta o manto desse mesmo Saul.
E quantas vezes quero ser o Calebe que anima o povo à conquista da terra, mas sou um dos outros dez e ao invés de olhar para o Senhor, olho para o meu tamanho e o tamanho do gigante e balanço a cabeça, já me sentindo derrotada.
Quantas vezes quero ser o Josué que pergunta a Deus, e espera Sua resposta, mas sou o Josué que não discerne que Acã pecou ou que aquele povo com aparência de cansado na verdade é um povo vizinho com quem não posso me aliançar.
Quantas vezes quero ser o Davi que diz “o Senhor é o meu Pastor, nada me faltará”, mas sou o Davi que diz “o ímpio prospera” e grito: “até quando Senhor”?
Quantas vezes quero ser o Elias que enfrenta os profetas de Baal mas sou o Elias que foge de Jezabel, se esconde na caverna e anseia pela morte, sem querer sair do lugar.
Quantas vezes quero ser Ana que se prostra na casa do Senhor, clamando por um filho, ano após ano, mas na minha ansiedade me torno Tamar, procuro Judá e resolvo a situação, eu mesma!
E quantas vezes quero ser Jeremias que fala o que Deus quer, mesmo sendo lançado na prisão, mas sou Jonas e pego um navio para o lado oposto ao que Deus mandou, tentando me esconder no porão de um navio qualquer.
Quantas vezes quero ser Jairo, olhar para minha filha sem cor, estendida naquela cama, morta, e não temer, mas continuar crendo e sou aquele homem que berra angustiado: “eu creio, ajuda a minha incredulidade”.
E quantas vezes quero me tornar rei sem ter que enfrentar Golias, sem ter que fugir de Saul, sem ter que morar anos em cavernas. Mas não é possível. E quero um milagre antes de ser lançada na fornalha. Mas sou lançada assim mesmo. Quero que os leões morram todos antes de ser jogada na cova com eles. Mas eles estão bem vivos. E famintos. E tenho que enfrentá-los!
Só há um jeito de ser quem Ele quer que eu seja: meus olhos fixos nEle. Mas às vezes uma simples borboleta passa e me distraio. E depois, como é difícil voltar meu foco. E só olhar para Ele. Porque a borboleta me fez olhar para um vulcão. E tenho certeza que entrará em erupção a qualquer momento e o medo quer me paralisar! Ou olho para o mar e as ondas vão me alcançar onde estou. E isso me enche de pavor! Com certeza, vou morrer, NÃO SEI NADAR. Tudo por causa daquela minúscula borboleta. E grito e forço minhas pernas a correrem.
Então, volto meus olhos para Ele. Tudo muda, dentro de mim. O vulcão pode entrar em erupção. A onda vai me alcançar. Continuo não sabendo nadar, mas estou nos braços dEle! Daquele que faz os montes fumegarem. Daquele que sabe andar sobre as águas. E é nEle, só nEle que venço. Que sou alguém. Que tenho identidade. Que saio do esconderijo e enfrento as batalhas. E luto. E aquela mulher de 1,51 m vai para o front e faz um estrago! Por Ele. Para Ele.
O meu consolo e a minha alegria é que Deus não me ama menos nesses momentos. Ele não nos ama mais quando cremos e menos quando não conseguimos crer. Sua medida de amor se esgotou quando Ele deixou Sua glória e Se entregou por nós. Naquela cruz.
Quando acerto, é Deus em mim. É Ele que amorosamente inclina o meu coração para dar a resposta certa àquilo que se apresenta diante de mim. Sim, é verdade, eu sou a Guerreira, mas é por Ele. E vou e luto pela minha terra e pela de outros também.
Só pela minha força, estaria escondida numa caverna bem funda e secreta, esperando a guerra acabar para sair. Depois que a poeira acabasse. Não somos super-homens. Ou super-mulheres. Somos apenas pessoas que querem ouvir e obedecer a Ele. E Ele conhece nossas limitações. E nos abençoa. Ele é o Cordeiro que venceu. E tem paciência conosco. Por nos amar! Por isso, por Ele, vamos prosseguir. E continuar com nossas escolhas. E escolher ser a melhor versão de nós mesmos. E construir o nosso futuro! Um bom futuro! A cada dia. Prosseguindo. Sempre.
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Neste texto você fez uma auto-análise certo? Acho que foi muito crítica pois seus amigos como eu conhecem seus pontos fortes e sabemos o quanto você é preciosa e a força do teu caráter mesmo em meio a tribulações. O Mestre deve se orgulhar de você.
ResponderExcluirAmém, que assim seja com cada um de nós.
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