A espera é algo que sempre temos que experimentar.
Quando bebês, esperamos a hora de nos alimentar. E, não
sabendo como falar, choramos em nossa espera, clamando pelo alimento
necessário.
Quando crianças, esperamos nossos pais chegarem do trabalho,
sem saber de onde vem ou o que estavam fazendo. Simplesmente esperamos.
Esperamos a hora de ir à escola. Depois, esperamos o
recreio. A saída. As férias.
Ah, e nosso aniversário? Quando crianças, esperamos
ansiosamente por esse dia e mal termina a festa, já estamos esperando a do
próximo ano. E o Natal. Os presentes.
Depois, outros tipos de espera. O dia da prova. A prova.
O resultado. E finalmente, a formatura.
Esperamos uma entrevista. Um concurso. Seu resultado.
Esperamos uma viagem. Uma notícia. Um diagnóstico.
Esperamos o cumprimento de promessas.
Esperar. Ao longo da vida torna-se algo corriqueiro. Na
maioria das vezes, não muito agradável.
No trânsito, esperamos o sinal abrir. Fechar. O trânsito
andar. O pedestre atravessar. Ou o carro passar.
Esperamos a chuva parar. O sol voltar a brilhar. A lua
surgir. O dia amanhecer.
Há várias maneiras de se esperar. Diferentes em função do
que se espera.
Esperamos na fila do mercado. Já cansados da compra.
Desejando estar livres daquele lugar.
Esperamos na fila do caixa de uma livraria. Ansiosos para
chegar em casa e começarmos uma nova leitura, um novo aprendizado.
Esperamos na fila de um banco. Contando os segundos para
sair dali.
Esperamos em frente a um estádio. Com muita vontade de
entrar. Sentar e esperar o jogo começar. E esperamos que nosso time ganhe. E
que o jogo termine. E o campeonato.
Esperamos na sala de um consultório, muitas vezes
ansiosos por algum diagnóstico. E esperamos que tudo esteja bem.
Esperamos na fila de um cinema. Prontos para uma nova aventura.
Esperamos em um aeroporto. Eufóricos por uma viagem e
todas as emoções nela prometidas.
Um noivo espera sua noiva atravessar a nave da igreja
para se reunir a ele na cerimônia em que os unirá diante de Deus e de
testemunhas. Com o coração cheio de ternura e alegria.
Como nosso ânimo é diferente de acordo com aquilo que
esperamos!
A Bíblia fala em Isaías 40, versículos 30 e 31: “Ora, até
os adolescentes se cansam e ficam exaustos, e os jovens tropeçam e caem; mas
aqueles que esperam no Senhor renovam suas forças. Voam alto como águias;
correm e não se fatigam, caminham e não se cansam”.
Quando estou na cadeira de um aeroporto, o meu ânimo é
completamente diferente de eu estar na cadeira de uma clínica para fazer um
exame ou aguardando um resultado.
No aeroporto estou cheia de expectativas, esperando o voo
que me levará a uma viagem cheia de promessas. Amo viajar. Seja rever lugares
ou conhecê-los. É sempre uma deliciosa aventura.
Na clínica, espero com um pouco de apreensão.
Agora, e esperar em Deus?
Esperar, no hebraico “qawar”, indica dependência e
esperança.
Esperar em Deus não se refere a mim, mas a Ele. Estou
esperando nEle, por Ele. E Ele é Aquele que trabalha por quem nEle espera
(Isaías 64.4). Completamente confiável.
Ele não faz um serviço por obrigação ou cobrança, Ele faz
porque Ele É. Um Deus que se alegra em abençoar.
Estou esperando em Deus, no Criador do Universo, no meu
Remidor. Minhas expectativas são maiores do que a de um simples voo que me levará a
algum lugar desejado. Meu estado de espírito tem que ser o de grandes
expectativas. Repleto de dependência e esperança.
Não estou esperando um empregado de algum lugar, me
atender com má vontade, sem sequer olhar para mim. Sem a certeza de que serei atendida
a contento. Estou esperando EM DEUS!
Que estado de espírito deve ser o meu? De murmuração ou
coração acelerado porque a espera me trará um fruto maravilhoso?
É verdade, a espera muitas vezes cansa. Mas os que esperam
no Senhor tem suas forças renovadas, restauradas, consertadas, revigoradas. E mais,
os que nEle esperam voam alto como águias, não dão “pulinhos” como as galinhas.
Voam. Não voam como um pardal. Voam alto, como águias. E quem voa como águia
tem uma visão privilegiada do todo, enxergam o cenário, como deve ser
enxergado. E não para por aí. Correm e não se fatigam, caminham e não se
cansam. Por quê? Por terem suas forças renovadas nEle. Sempre que se cansam,
vem o renovo.
Esperar no Senhor deve ser algo agradável, e não uma
tarefa árdua. Porque Ele sempre tem o melhor.
Devemos esperar como uma criança espera a entrega de um
presente. Coração acelerado. Olhos brilhando. Sorriso no rosto. Pulando. Um
grito na garganta. Expectativa.
Esperar no Senhor não significa ficar sentado à beira do
caminho até que as coisas aconteçam. É viver. Viver em abundância. É aprender
com cada experiência, a cada dia. Aproveitando o tempo. O processo.
Quando estou esperando, sempre tenho um livro à mão. E
faço a espera ser agradável. Se com alguém, aproveito o tempo conservando. E o
tempo passa. E nem percebo. Porque tenho uma atividade. E é agradável.
Como temos esperado em Deus? Com o coração cheio de
dúvida. Sentados à beira do caminho ou aproveitando o tempo e aprendendo?
Afinal, estamos esperando no Senhor. Naquele que nos ama.
Que deu Sua vida por nós.
Podemos esperar, como o salmista (Salmos 40.1), com
paciência, pois Ele sempre é fiel, é Sua natureza. Seus planos, certamente, são
melhores que os nossos. Seu amor por nós já foi provado. De forma extrema.
Esperar no Senhor é melhor que esperar um avião que me
levará a um bom destino. Ele nunca falha. Não atrasa. Não muda o “portão de
embarque”. Sabe o que é melhor. E nos ama.
E Ele só precisa de um instante, para que tudo seja mudado. A nosso favor.
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