quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A parábola do fermento

Continuamos assentados ouvindo o Senhor Jesus contar parábolas através dos versículos de Mateus, capítulo 13.

Após contar a parábola do grão de mostarda e seu crescimento, Ele afirma que o Reino dos céus é como o fermento que uma mulher tomou e misturou com uma grande quantidade de farinha e toda a massa ficou fermentada.

Praticamente todos já fizemos um bolo, ou pão, ou alguma massa que precisasse de uma quantidade de fermento para levedar a massa.

Não é incrível que apenas uma ou duas colheres de fermento, ou um tablete pequeno, possam fazer com que a massa toda fique fermentada? E quando nos esquecemos de colocar o fermento, fica tudo horrível e feio?

Assim é o Reino dos céus. Precisamos que ele cresça em nós, se não, apesar de todos os outros ingredientes, não teremos o crescimento, nem a aparência e nem o gosto que deveríamos ter.

Isso me fez lembrar de algo que aconteceu comigo, muitos anos atrás.

Queria fazer um calzone, olha a pretensão! Vi a receita. Comprei os ingredientes. Mas nunca havia feito nenhum tipo de massa que levasse fermento em tablete. Quando fui comprar, só vi um tablete grande, devia ser uns 150g. O que eu devia ter usado era 15g.

Juntei todos os ingredientes. Por último era o fermento. Achei que a receita devia estar errada. Era fermento demais! Coloquei só a metade. Ainda bem. Não sei o que teria acontecido se tivesse colocado todo aquele fermento. Só de lembrar já tenho um acesso de riso.

Deixei a massa para descansar. Esperei. Fui fazer outras coisas. Quando voltei à cozinha, tudo fedia. Um cheiro insuportável de fermento. E a massa tinha transbordado pela vasilha. Logo vi que realmente a receita estava errada (na verdade, quem tinha errado era eu). Tive que jogar tudo fora.

Coloquei num saco de lixo enorme. Na frente da minha casa tinha uma lixeira daquelas de pé. Coloquei o saco lá. E da sala (tinha um quintal na frente), sentada no sofá, conseguia escutar os estouros que a massa dava dentro do saco e só ia crescendo e crescendo. Sei que você está rindo. Pode rir à vontade. Gargalho toda vez que lembro.

Mas isso me faz pensar. Tudo em nossas vidas tem que ser com equilíbrio. Quando Jesus contou essa parábola, disse que um pouco de fermento leveda toda a massa. Um pouco. É necessário utilizar a medida certa. O exagero leva a algum tipo de erro.

Ao esquecermos o fermento, estragamos a massa. Se colocarmos menos que o necessário, não terá o crescimento esperado. Se colocarmos em excesso, teremos que jogar todos os ingredientes fora. Fede. Fermento em excesso fede. Não que o Reino dos céus vai feder. A massa é que fede. Como a religiosidade fede. Assim como aquele fermento deixou minha cozinha fedendo.

Precisamos ter atenção. O Reino dos céus é relacionamento. Não adianta querer colocar mais que o necessário para ver a massa crescer. Isso não vai acontecer. Bem, na verdade, a massa vai crescer. Mas não vai prestar. Terá que ser jogada no lixo. Prejuízo. Tempo e ingredientes jogados fora. Como aconteceu comigo. Sem contar a frustração. Eu, com o recheio pronto e sem ter onde colocar.

Religiosidade não nos leva a nada. Não é o que o Senhor deseja para nós. Regras e mais regras era o que os fariseus viviam. Eles fediam com o excesso de fermento. Suas vidas não alimentavam ninguém. Não eram exemplos a serem seguidos. Não edificavam. Apenas iam crescendo. De vez em quando um barulho de um estouro aqui e ali. E mais fedor espalhado.

Que enxerguemos o Reino dos céus como de fato ele é. Que não inventemos regras. Que não sejamos religiosos. Que vivamos. Que sejamos como a mostarda e sirvamos de refúgio e abrigo. Que sejamos como um bolo lindo, saboroso, cheiroso e nutritivo. Que atraiamos as pessoas pelo nosso aroma.

"Contudo, graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo, e por nosso intermédio exala em toda parte o bom perfume do seu conhecimento; porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e mesmo para com os que estão perecendo." - 2 Coríntios 2.14,15

Amanhã continuamos. Até lá.

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