terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A crucificação de Jesus

Prosseguimos, através do capítulo 27 de Mateus. Eu, a duras penas.

Ainda não consegui me recompor. Meu Senhor sofreu o açoitamento romano. Por mim. Está moído. Irreconhecível. A dor deve ser absurda.

Os soldados do governador O levam ao Pretório. Reúnem toda a tropa ao Seu redor.

Observo horrorizada. A tortura e a humilhação vão prosseguir. Mal posso continuar olhando. Mas preciso. Foi por mim.

Eu sou a culpada dEle estar ali. Você também. Foi por nós.

Tiram Suas roupas. Colocam um manto vermelho nEle. Fazem uma coroa de espinhos. Colocam-na em Sua cabeça. Em Sua mão direita, uma vara. Ajoelham-se diante dEle. Zombando gritam: “Salve, rei dos judeus”!

Meu estômago dá voltas. Recomeço a chorar. Minhas lágrimas correm livremente. Jorram.

Ainda não acabou. Cospem nEle. Pegam a vara e batem com ela em Sua cabeça. Me encolho. É muita dor. Muito amor suportar tudo isso.

Parece que cansaram. Ou chegou a hora. Depois de terem zombado dEle, tiram-Lhe o manto. Recolocam Suas roupas. E O levam para crucificá-Lo.

Queria que acabasse logo. Continuo querendo pular para o capítulo 28. Mas sei que não posso. Nem você. Precisamos vê-Lo em Seu sofrimento. Nos identificar com Sua dor. Com Seu amor.

Andamos pelas ruas de Jerusalém, junto com uma multidão. Mal consigo caminhar. Vou aos tropeços. Preciso me apoiar em você. Escuto gritos à volta. Não consigo ouvir o que falam. Só tenho olhos para Ele.

Um homem de Cirene, chamado Simão, é forçado a carregar a Sua cruz. Penso no privilégio que esse homem tem. Não sei se ele sabe.

A "Via Crucis" ou "Via Dolorosa" percorre uma parte de Jerusalém. Do Pretório até ao Calvário. https://www.youtube.com/watch?v=bK7ldDXkKiM

A multidão vai até à rua para ver meu Senhor. Ele mal consegue andar. Acredite, o açoitamento romano não é chamado de flagelo à toa.

O caminho tem uma leve subida. O que torna a caminhada ainda mais difícil. Ele tem dificuldade para respirar. Andamos até sair da cidade. Pensei que não fosse conseguir. Chegamos a um lugar chamado Gólgota, Lugar da Caveira. Não tenho mais forças para chorar.

Dão-Lhe vinho misturado com fel. Ele prova. Recusa-se a beber.

Cravam Seus pés e mãos na cruz. É muito sofrimento. Tiram sortes e dividem Suas roupas.

Como se não tivessem mais nada a fazer, sentam-se, vigiando-O. Será que ainda temem que Ele escape da cruz? Ele se entregou espontaneamente. Por amor. Mas eles não entendem.

Nós O observamos também. Bato em meu peito. Tudo por mim. Por mim. Por causa do meu pecado que me afastou do Pai.

Olho para a cruz. Por cima de Sua cabeça está a acusação que fizeram contra Ele: "Este é Jesus, o Rei dos Judeus".

Não sabem que Ele é o Senhor de todo o Universo. Ninguém está acima dEle. Não há ninguém maior que Ele.

Dois ladrões também estão sendo crucificados. Um em cada lado dEle.

Muitos passam e lançam-Lhe insultos. Balançam a cabeça e dizem: “Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve-se! Desça da cruz, se é Filho de Deus!”

Minha vontade é correr para cima deles. Mesmo que fosse possível, não tenho forças. Tolos!

Os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos também zombam dEle, dizendo: “Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a Si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nEle. Ele confiou em Deus. Que Deus O salve agora, se dEle tem compaixão, pois disse:
Sou o Filho de Deus”!

Tolos! Desgraçadamente tolos. Não sabem com quem estão falando. Não se importaram em saber.

Mateus conta que os ladrões ao Seu lado também O insultam. Lucas, no entanto (Lucas 23.39-43), nos conta que um deles disse que Ele não havia cometido crime nenhum e pede que se lembre dele quando entrar em Seu Reino. O Senhor responde: “Com toda a certeza te garanto: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”! Esse é o Senhor a quem servimos!

Ao meio dia a terra escurece. Alguns estão assustados. Tudo fica escuro até às três horas da tarde. Então, Ele brada em alta voz, tamanha Sua dor: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni”? que significa: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste”? Nosso pecado O separa do Pai. Ainda dói mais que a dor por todo o Seu corpo.

Alguns acham que está chamando Elias. Alguém corre em busca de uma esponja, embebeda-a em vinagre, coloca-a na ponta de uma vara e leva para Jesus beber. Outros dizem: “Deixem-No. Vejamos se Elias vem salvá-Lo”.

Lembro-me do que disse quando foi preso. Se quisesse, o Pai colocaria, no mínimo, quarenta e oito mil anjos à Sua disposição. Queria ver todo mundo correndo, morrendo de medo, se acontecesse. Mas Ele entregou-Se por mim. Por nós. Não fará isso.

Então, novamente brada em alta voz e entrega Seu espírito.

Meu coração quase para. Meu Senhor morreu. Por mim. Por todos.

A terra treme. Rochas se partem. No santuário, o véu rasga, sozinho, de alto a baixo, do céu para a terra. Sua morte nos dá livre acesso ao Pai. Seu sacrifício é perfeito. Completo. Ele realmente é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1.29).

Sepulcros se abrem. Corpos de pessoas que haviam morrido são ressuscitados. Saem do sepulcro, entram em Jerusalém e aparecem a muitos. Será que agora aqueles zombadores crerão?

O centurião e os que com ele vigiavam Jesus, ao verem o terremoto e tudo o que aconteceu, ficam aterrorizados e exclamam: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus”! Soldados romanos. Não os judeus ali presentes.

Muitas mulheres estão ali. Observam de longe. Corações sangrando. Seguiam Jesus desde a Galiléia, para O servir.

Mas ouça, não foram os judeus ou os romanos que mataram Jesus. Foi o meu pecado. O seu pecado. O pecado de todos nós.

João escreveu: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. – João 3.16

Vamos parar aqui. Preciso me lançar aos pés da cruz. Agradecê-Lo mais uma vez por tão grande amor. Nem a eternidade será suficiente para agradecê-Lo.

Novamente, junte-se a mim. Se ainda não entregou Sua vida a Ele, não deixe para depois, faça-o agora. Ele morreu em meu lugar. Em seu lugar. Seu sacrifício nos leva de volta ao Pai. Ele é o Único que pode e faz isso por nós. "Assegurou-lhes Jesus: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim". - João 14.6

Vamos adorá-Lo.

Amanhã prosseguimos.

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