Prosseguimos através do capítulo 27 de Mateus. Não posso mais fugir.
Levaram meu Senhor Jesus até Pilatos, o governador. Nós acompanhamos.
Os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos não podiam pedir que O matassem por Ele ter dito que era o Filho de Deus.
A acusação diante de Pilatos era de que Ele havia declarado ser rei.
Colocaram-No diante de Pilatos que lhe perguntou se de fato Ele era o rei dos judeus. Jesus responde: “Tu o dizes”. Seu posicionamento me faz amá-Lo mais. Quero correr e prostrar-me aos Seus pés. Mas agora, só posso observar.
Enquanto isso, os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos continuam acusando-O. Pilatos lhe pergunta se Ele não ouve as acusações. Jesus não responde. O governador fica impressionado. Muito.
Me lembro de Isaías: “Ele foi maltratado, humilhado, torturado; contudo, não abriu a Sua boca; agiu como um cordeiro levado ao matadouro; como uma ovelha que permanece muda na presença dos seus tosquiadores Ele não expressou nenhuma palavra”. – Isaías 53.7
De repente, chega uma mensagem para Pilatos. Nós vimos, é de sua mulher. Ela pede para ele não se envolver com Jesus. O chama de inocente. Diz ter sonhado com Ele e sofrido muito por Sua causa, no sonho.
Durante a Páscoa era costume do governador soltar um prisioneiro. A multidão escolhe quem deve ser solto.
Estava preso um homem muito conhecido chamado Barrabás. Os chefes dos sacerdotes e os líderes religiosos convencem a multidão que peçam para Barrabás ser solto e Jesus, executado.
Meu coração salta pela boca. Não tenho mais forças. Seguro-me em você.
Pilatos sabe que os chefes dos sacerdotes haviam entregue Jesus por inveja. Agora, o sonho de sua mulher. Ele pergunta à multidão que havia se reunido ali, quem eles queriam que fosse solto. Barrabás ou Jesus, chamado o Cristo.
Eles respondem que querem Barrabás. Minhas pernas dobram. Como assim? Quantos dessa multidão ouviram os ensinos revolucionários de Jesus e O viram operando milagres? Agora pedem que Barrabás seja solto. E quanto ao Senhor Jesus?
O governador pergunta o que deve fazer com Jesus, chamado Cristo. A multidão, a uma só voz responde: “Crucifica-O!”
Estou literalmente "em frangalhos". Não consigo entender. Então lembro que Ele precisa morrer. Para me justificar. Justificar você. Justificar todo o que nEle crer. Como está escrito em João 3.16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que Deus o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
Pilatos também não entende e pergunta: “Por quê? Que crime Ele cometeu?” Nenhum, respondo. Mas ninguém me ouve. Somente você que está ali, observando comigo.
A crucificação era o pior tipo de morte a que alguém podia ser submetido. Só os piores traidores e criminosos eram crucificados. Era considerada uma morte maldita (Deuteronômio 21.23).
Minhas lágrimas não param de rolar. Sei que se fez maldito por minha causa. Em meu lugar. Em seu lugar. Era totalmente inocente.
Aos prantos, não paro de me perguntar: Que amor é esse?
Seu amor sempre me emociona. Sempre me emocionará. É demais para mim.
A multidão parece ensandecida. Gritam mais alto: “Crucifica-O!”
Não consigo manter-me em pé.
Pilatos percebe que não adianta argumentar. A multidão grita mais alto. Um tumulto está prestes a estourar. Como um estouro de uma boiada.
Ele está ali para garantir a segurança de Jerusalém em dias de festa, quando a população aumentava consideravelmente.
Então pede que lhe tragam água. Lava as mãos diante da multidão e diz estar inocente do sangue de Jesus. “A responsabilidade é de vocês”.
Horrorizada escuto a multidão responder: “Que o sangue dEle caia sobre nós e sobre nossos filhos!”
Loucos, não sabem o que estão falando. Tento gritar. Quero mandar que fechem suas bocas. Que se arrependam. Que voltem atrás. Então lembro que esta cena já aconteceu. Aproximadamente dois mil anos atrás. Não há mais o que fazer.
Pilatos solta Barrabás. Manda açoitar Jesus. Depois, será crucificado.
Minha vontade é fechar o livro. Não quero mais ler. Não quero mais saber de nada. Não sei se posso suportar o que vem a seguir. Meu coração dispara. Choro desconsoladamente.
O açoitamento romano era tão cruel que muitos condenados não chegavam a ser crucificados. Morriam ali mesmo. Também era chamado de flagelo. Era feito com um chicote que possuía várias tiras, com pedaços de ossos de carneiro ou mesmo humanos e metal, em suas pontas. Alguns eram conhecidos como "gato de nove caudas". Outros como "escorpião". Esses pedaços de ossos e metal não apenas arrancavam a pele do açoitado. Penetravam sua carne, rasgando vasos sanguíneos, nervos, músculo e pele. A cada chicotada.
É o que acontece com meu Senhor. A cada chicotada sua pele é arrancada. Seus vasos sanguíneos são rasgados. Seus nervos. Músculos. Peles. Como tiras. Seu sangue é derramado. Espirra para todos os lados. Ele literalmente é moído. Esmagado.
Estou jogada no chão. Sem forças. Obrigo-me a olhar. Quase não suporto. Minhas pernas tremem. Todo meu corpo treme. Minha boca está seca. Não choro mais. Soluço alto. Sei que ninguém pode me ouvir. Berro. Meu coração dever ter saltado pela boca há muito tempo. Preciso olhar. Afinal, todo esse sofrimento é por mim. Por você. Por toda a humanidade.
Como Isaías escreveu: “Mas, de fato, Ele foi transpassado por causa das nossas próprias culpas e transgressões, foi esmagado por conta das nossas iniquidades; o castigo que nos propiciou a paz caiu todo sobre Ele, e mediante Suas feridas fomos curados.” – Isaías 53.5
Depois desse sofrimento terrível, Ele terá que carregar a cruz para ser crucificado. Mesmo estando esmagado.
Preciso ficar aqui. Não tenho mais forças. Não consigo entender tão grande amor. Deixou Sua glória por mim. Viveu como homem, por mim. Foi condenado, por mim. Foi humilhado, por mim. Castigado, por mim. Massacrado, moído, por mim.
Me prostro aos Seus pés. Minha vida é dEle. Não tem como não ser, depois de tudo o que fez por mim.
Foi por você também. Se sua vida ainda não é dEle, agora é o momento. Entregue-se a Ele. Deixe que Ele trabalhe em sua vida. Como tem trabalhado na minha.
Não existe nada melhor do que seguí-Lo. Mesmo com todas as dificuldades.
Seu amor é maravilhoso. Podemos percebê-Lo a cada dia. Junte-se a mim. Prostre-mo-nos diante dEle.
https://www.youtube.com/watch?v=GnuMCM4TEHI
Amanhã prosseguimos.
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