domingo, 7 de janeiro de 2018

De quem o Cristo é filho?


Prosseguindo através do capítulo 22 de Mateus.

Ainda ecoa em meus ouvidos e coração a resposta de Jesus quanto ao maior mandamento. Fico pensando que achamos mais fácil seguir regras e costumes a amar.

Nos apegamos a “não faça isso”, “não faça aquilo”, ou “faça isso”, “faça aquilo”, sempre procurando defender nossa justiça própria.

É mais fácil que amar. Amar exige entrega, renúncia. Envolve relacionamento. Preciso me mostrar. Quando o Senhor se mostra, acabo enxergando a mim e nem sempre é agradável. Amar não é algo fácil. Exige tantas renúncias. Sua resposta ainda está clara em meu coração, revolvendo-o e sondando-o, como uma lâmpada.

Quero amar. Quero relacionamentos, ainda que seja difícil. Percebo que é uma escolha que devo fazer a cada dia. Não posso agir como um robô. Sou humana. Quantas vezes não gosto de me expor. Amar exige exposição. Quando amo o próximo, enxergo a mim mesmo também. E melhor. Assim como o outro passa a me enxergar. Como sou.

Volto novamente minha atenção para Ele. Os fariseus continuam reunidos. Calados. Escuto Sua voz.

Jesus lhes pergunta. Novamente, é Sua vez de perguntar e Ele aproveita a oportunidade, como o sábio maravilhoso que é.

Sua pergunta também é à queima-roupa: “O que vocês pensam a respeito do Cristo? De quem é filho?”

Claro que Ele sabia a resposta. Diferente dos fariseus, não queria colocar ninguém à prova. Queria ensinar. Esclarecer. Revelar. Como antes fazíamos com o negativo de uma fotografia. Mostrar a verdade oculta. Sua hora estava chegando.

Os fariseus, claro, responderam que o Cristo, o Ungido esperado, era filho de Davi. Não havia dúvidas quanto a essa informação.

Jesus aprofunda a pergunta: “Então, como é que Davi, falando pelo Espírito, O chama Senhor? Pois ele afirma: O Senhor disse ao meu Senhor: Senta-Te à minha direita, até que Eu ponha os teus inimigos debaixo de Teus pés”. Se, pois, Davi O chama Senhor, como pode ser Ele seu filho?”

E agora? O que responder? Os fariseus não conseguiam. Ninguém conseguiu. Não tinham a revelação de que o Cristo era sim, filho de Davi, porque o Todo-Poderoso cumpriria Sua promessa a Davi, mas também era, é, o Deus Encarnado, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, como João tão lindamente explica no capítulo um de seu livro.

Jesus deixou a pergunta no ar. Para ser pensada. Ruminada. Pesquisada. Estudada.

Se queremos aprender, precisamos examinar as Escrituras, com o coração atento às verdades ali contidas.

Depois disso, ninguém mais conseguia responder-Lhe sequer uma palavra. E daquele dia em diante, não tiveram mais coragem de fazer perguntas.

Quero repetir o que escrevi esses dias. Se fazemos perguntas ao Senhor, devemos desejar Suas respostas. Ele irá responder. E Suas respostas, assim como Suas perguntas, sempre vão fazer com que, de alguma maneira, tenhamos que tomar atitudes, posições. Então, faça perguntas, se quiser aprender e mudar. Se não, prossiga quieto, à margem do caminho, como um simples expectador. Eu não quero essa posição. Você quer?

Amanhã prosseguimos.

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