segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Mateus 8.23-34

leitura do dia 13/10.

Na postagem anterior vimos o Senhor curar a muitos. Também vimos o preço de segui-Lo.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/10/mateus-85-22.html

Agora, continuamos nossa viagem a partir do versículo vinte e três do capítulo oito de Mateus. Até o final.

Esse mesmo texto está compartilhado em Marcos, capítulo 4, dos versículos 35-41.
http://www.espalhandoasemente.com/2015/12/a-tempestade-em-meio-ao-mar.html

Jesus havia passado tempo curando a muitos.

Sabemos que precisamos que nos ensine através de acontecimentos. Situações. Circunstâncias. Aí é mais difícil não? Muitas vezes nos perdemos no meio do caminho e precisamos levar uma chacoalhada dEle.

O Senhor pediu aos discípulos, ao cair da tarde, que passassem para o outro lado. Certa vez, quando fui a Israel, atravessamos o Mar da Galileia ao cair da tarde. Num instante virou noite. Breu. Tudo o que víamos era a silhueta da cidade e a luz de alguns barcos. Nada das montanhas e da paisagem que me fascinou quando andamos ali durante o dia. Se hoje, pleno século XXI, estava o maior breu, que dirá nesse dia. Dois mil anos atrás.

Num instante virou noite. Jesus deitou na popa e dormiu. Temos a tendência de esquecer que Ele era homem, sujeito às mesmas coisas que você e eu. Estava cansado. Arrumou um "travesseiro". Dormiu.

Levantou um tremendo vendaval. O texto diz que as grandes ondas se jogavam para dentro do barco, que se enchia de água. O fato de Jesus nos mandar "subir no barco" e atravessar o mar não nos isenta de tempestades. Mesmo tendo sido Ele, as ondas se lançam para dentro do barco, querendo afundá-lo. Na verdade, é quase sempre o que acontece. E ficamos meio aturdidos. Até desnorteados.

É complicado ficar sem norte. Na escuridão. No breu. E ainda dentro da água. No meio de uma tempestade. Nesse caso, só uma coisa para nos socorrer. Seu Nome. Sua identidade. "... Se vocês caminham na escuridão, sem um raio de luz sequer, confiem no Senhor e apoiem-se em seu Deus". - Isaías 50.10 Ah, amo esse versículo.

Quantas vezes entrei nesse barco que Ele me chamou enxergando tudo e logo em seguida o breu caiu sobre mim e a única alternativa era confiar!

Às vezes pego a pontinha do travesseiro e deito ao Seu lado. Está tão escuro que mal consigo enxergar Sua face, mas escuto Sua respiração tranquila e me convenço de que se Ele está dormindo, posso dormir também e deixo "o pau quebrar". Outras vezes esqueço tudo que Ele ensinou. Tudo que vivi. E o pavor me engole. Não posso me deitar ao seu lado! Vamos perecer! É demais para mim! Não posso deixá-Lo dormindo sossegado. Quero chacoalhá-Lo. Então, dou um grito como os discípulos fizeram e O desperto. Às vezes gritando por socorro, às vezes dizendo na maior "cara de pau" que Ele não se importa que morramos. Que não está vendo que o barco vai afundar. E foi Ele quem nos colocou naquela situação! Ah, como Ele sempre é paciente e bondoso comigo! E age na hora certa!

Nunca O vi virar para o outro lado e continuar dormindo, alheio ao meu desespero. Sabe que se eu cair na água, já era! Afogamento certo! Morte certa! Ele se levanta, com a maior calma, sem nenhum "chilique". E simplesmente fala ao vento e ao mar: "Silêncio! Aquiete-se!". Fico olhando para Ele boquiaberta. Tenho certeza que vi uma covinha de riso em Seu rosto. Completa bonança! Não é que diminuiu o vendaval. Acabou!  E antes que eu tenha tempo de esboçar uma reação, Ele me repreende: "Por que o medo? Você ainda não tem fé”?.

Um filme passa pela minha cabeça. Ele é amor. O perfeito amor lança fora o medo (1 João 4.18). Da próxima vez vou me deitar. Segurar em Sua mão, só para ter certeza que está comigo. Às vezes não me basta simplesmente ouvir Sua respiração tranquila e dormir ao Seu lado. No mesmo travesseiro. Preciso sentir Sua mão.

E o filme continua passando e olho incrédula para mim! Quantas vezes já atravessamos esse mesmo mar? De dia. De noite. Na tempestade. No sol escaldante. No frio congelante. Na calmaria. Em outros vendavais. E até tsunamis! Nós dois. Sozinhos. Eu, de olhos fechados, com medo de abrir, e olhar o tamanho das ondas. Correndo às vezes daqui para ali. Deixando o barco estável. Porque, como um dia li, às vezes Ele acalma a tempestade e às vezes o marinheiro. O fato é que hoje, Ele simplesmente ordenou e tudo se fez bonança!

E mais uma vez só o que posso fazer é prostrar-me a Seus pés. Agradecer e adorar. "Quem é esse que acalma a tempestade e o mar Lhe obedece”?

Sei quem Ele é. Conheço Seu nome!  E como João, tenho que cantar: "Oh Rei das nações, quem não temerá, quem não glorificará Teu nome?” (Apocalipse 15.4). https://www.youtube.com/watch?v=4I-XZ-Gisa8

E gentilmente, ah como Ele é gentil! E como amo Sua gentileza! Com firmeza ordena ao mar e ao vento. Me repreende com amor, mas gentilmente me aquieta, e com Sua doçura, coloca a mão sobre Seu travesseiro e me chama para descansar a Seu lado. “Vem! Deita aqui comigo! Vamos chegar ao outro lado. Calma! Silêncio! Aquieta-te!”.

Percebo que fala comigo as mesmas palavras ditas ao vento e ao mar. Mas comigo Seu tom é diferente. Encharcado de amor. Atendo Seu convite e deito. Mãos dadas com Ele. Deus lindo! Como não confiar? Como não amá-Lo? Como não querer agradá-Lo? Não dá para imaginar um barco afundando com Ele dentro! Descansar é a palavra chave!

Digo a mim mesma, mas olhando em Seus olhos - está escuro, mas agora O vejo: "Da próxima vez, vou confiar”. Seu olhar me diz que ainda que eu grite, vai entender e me socorrer! Sabe que estou "no processo" e que preciso desesperadamente dEle. Então diz baixinho: "Sem mim, você não pode fazer nada". É Ele quem age em meu favor! Em qualquer circunstância! Sempre! Lembro que, embora tenha me concedido tantas maravilhas, só preciso dEle!

Sim, Ele é tudo que preciso! O Amado da minha alma! E percebo que não apenas meus olhos estão fitos nos dEle. Seus olhos estão fitos em mim. Tenho Sua total atenção. Nada O distrai! Sou dEle. E Ele é meu! Estou segura! Vamos sim, chegar ao outro lado! E ali, no mesmo travesseiro que Ele, sob o olhar incrédulo dos outros, adormeço sem perceber!

Sei que continua sendo bom. Ele continua sendo Deus. https://www.youtube.com/watch?v=c5U6FDoaCvQ

Quando chegaram ao outro lado do mar da Galileia, aportaram em uma cidade gentia.

Mateus nos conta que dois endemoninhados foram ao encontro deles. Esses homens eram tão violentos que ninguém podia passar por aquele caminho. Eles vinham dos sepulcros, onde viviam.

Os demônios que estavam neles pediram que Jesus os mandasse para os porcos para que não precisassem sair daquele território. E Jesus permitiu.

Os judeus não criavam porcos. Eram considerados alimentos impuros, mas os moradores daquele lugar, que não eram judeus, criavam normalmente. Quando os que cuidavam dos porcos viram o que havia acontecido, saíram correndo. Foram até à cidade e contaram tudo. Inclusive que os endemoninhados haviam sido libertos. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus e pasmem! Pediram para que Jesus saísse de lá.

É triste percebermos que, muitas vezes animais e até objetos são mais importantes que pessoas. A cidade não se regozijou pela libertação daqueles homens que viviam em situação tão terrível. Morando entre os túmulos, tão violentos que ninguém sequer podia passar pelo caminho deles. Não. A cidade ficou apavorada porque os porcos, possessos, se jogaram precipício abaixo. Foi um grande prejuízo financeiro.

Que lição tirar desse texto? Durante muito tempo não conseguia entender. Mas aprendi, finalmente, que pessoas são mais valiosas. Sempre.  Certa vez Jesus disse que uma alma vale mais que o mundo inteiro (Marcos 8.36).

Que amemos as pessoas, como vimos em textos anteriores, com mais intensidade. Com compaixão e misericórdia. Com ações. Num nível diferente, profundo. Como o Senhor amou. E ama.

Continuamos na próxima postagem.

Espero você. Até já.

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