Leitura do dia 03/11.
Na última postagem vimos a cura do filho de um oficial. Ele creu na palavra de Jesus.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/joao-443-54.html
Agora, continuamos nossa caminhada através do capítulo cinco de João. Do versículo um ao versículo quarenta e sete.
Algum tempo depois de Jesus estar na Galileia e visitar novamente Caná da Galileia, subiu a Jerusalém para uma festa dos judeus.
Temos que acompanhar essa cena.
Há em Jerusalém, próximo à porta das Ovelhas, um tanque chamado Betesda, tendo cinco entradas em volta. Digo há, porque quando estive em Jerusalém, visitei suas ruínas. Foi emocionante lembrar o que aconteceu ali.
Naquele lugar, era costume ficar um grande número de pessoas doentes e inválidas: cegos, mancos e paralíticos.
Ser caracterizado como doente já é uma situação aflitiva, ser caracterizado como inválido então, é algo terrível. O que é inválido? Que não tem valor? Inútil?
Pois bem, esses doentes e incapacitados, ficavam ali, esperando o movimento das águas. Era um lugar de milagres. De vez em quando, infelizmente era só de vez em quando, descia um anjo do Senhor e agitava as águas. O primeiro que entrasse no tanque depois disso, era curado de qualquer doença que tivesse. Qualquer doença.
Um dos que ali estava era paralítico há trinta e oito anos. Trinta e oito anos!
Você consegue imaginar ficar deitado, ou arrastado, ou encostado, durante trinta e oito anos, esperando que as águas se movam e que você consiga chegar lá antes dos outros, sendo um paralítico? Só esperando, sem ter mais nada para fazer. Não existia televisão, muito menos celular. Nada para se distrair. Só esperar. Ano após ano.
Quando Jesus o vê, sabendo de sua situação, pergunta se ele quer ser curado.
Fico exasperada! Claro que sim! Está ali há trinta e oito anos. Não trinta e oito dias, ou meses, ou semanas. Olho para Jesus sem entender porque fez essa pergunta, já que a resposta é tão óbvia. O homem vai responder de imediato que sim.
Mas para minha total desolação, ele responde que não tem ninguém que o ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto está tentando entrar, outro chega antes dele.
Fico compadecida. Trinta e oito anos ali. Ninguém mais vai até lá para ajudá-lo. Inválido, seus amigos e sua família esqueceram-se dele. Não tem ninguém.
Mas, meu coração dá um salto, não foi essa a pergunta do Senhor. Perguntou se ele queria ser curado. Não perguntou seus planos e suas dificuldades.
Muitas vezes sou como esse homem. Tenho minha agenda, meus mapas, meu GPS. Traço meus planos. Como ele.
Deve ter imaginado mil maneiras de chegar até às águas quando elas se agitavam. Mas sempre alguém era mais rápido. Estava tão focado em seus planos e nas dificuldades que se apresentavam, que não percebeu o que Jesus havia perguntado.
Tenho vontade de dizer para o Senhor que ele quer, sim, ser curado. Que sua dificuldade é enorme.
Mas, lembro que sou apenas uma observadora da cena. E espero. Olho novamente para o Senhor. E Ele, mais uma vez me surpreende.
Ele também sabe do desejo daquele homem. E diz: “Levante-se! Pegue a sua maca e ande”.
Prendo a respiração!
Imediatamente o homem fica curado. Pega a maca, sua companheira durante trinta e oito anos, e começa a andar.
Ah, eu pulo, e grito, e levanto minha plaquinha, e choro e dou risada. Tudo ao mesmo tempo.
Como o Senhor Jesus é maravilhoso e até quando respondemos errado, Ele, que conhece nossos corações, nos entende. E nos atende.
Continuo ali, maravilhada, olhando aquele homem. Pensando em tudo que poderá e fará agora. Curado.
De repente, os judeus dizem: “Hoje é sábado, não lhe é permitido carregar a maca”.
Fico indignada. Não se alegram com sua cura. Seus corações estão fechados. Tudo que interessa é a lei, ao pé da letra.
Observo a cena.
Ele responde que o homem que o curou lhe disse para pegar sua maca e andar.
Tenho vontade de aplaudir. Agora, por certo, se alegrarão, com ele, por sua cura.
Mas não. Perguntam quem é o homem que lhe mandou pegar a maca e andar.
Espere um minuto. Esqueceram-se de algo. Por que só ouviram a segunda frase? Não ouviram que “esse homem” o curou? Não posso acreditar nisso.
Ah, mas quantos de nós agimos assim? Só ouvimos aquilo que queremos ouvir e não o que de fato aconteceu.
O homem olha ao redor. Eu também. Não faz a mínima ideia de quem o curou.
Jesus desapareceu no meio da multidão.
Logo, vai ao templo. Coração grato por sua cura. Jesus o encontra. E lhe diz que agora está curado. Que não volte a pecar, para que algo pior não lhe aconteça.
Quando o homem O vê, vai até aos judeus que o haviam questionado, para lhes contar que fora Jesus quem O havia curado.
E agora? O que esses judeus farão? Passaram a perseguir Jesus. Sabe o motivo? Estava curando no sábado. Curando!
Dá para acreditar? Dá para acreditar que o ser humano continua com essa mesma tendência até hoje? “Se não é do meu jeito, está errado”.
Jesus lhes disse que Seu Pai continuava trabalhando e Ele também.
Por isso, não apenas queriam persegui-Lo. Queriam matá-Lo. Além de violar o sábado, também está dizendo que Deus é Seu próprio Pai, igualando-Se dessa forma, a Deus.
Não podemos deixar de observar essa cena, com toda atenção.
O Senhor Jesus não se sente intimidado diante deles. Continua dizendo a verdade. Continua Se revelando.
Ele lhes responde que verdadeiramente o Filho não pode fazer nada de Si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz, o Filho também faz. Pois o Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo que faz. Sim, para admiração deles, mostrará obras ainda maiores do que estas.
Estou meio zonza com Suas palavras. Preciso sentar. No meio da rua. Na calçada. Em qualquer lugar.
Jesus afirma que só faz o que vê o Pai fazer. E eu? E nós? Não deveríamos ser assim também? Termos nossos olhos postos no Pai, para só fazermos o que Ele faz e o que Lhe agrada?
Quantas vezes tenho ouvido homens e mulheres dizerem que fazem e acontecem porque têm poder em si?! Quantas vezes tenho ouvido que devemos olhar para dentro de nós e não para o alto, para o Pai?
Sem a menor intimidação, continua dizendo que, da mesma forma que o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, o Filho também dá vida a quem quer.
Aqueles religiosos, que se consideram os donos da verdade, estão com seus olhos esbugalhados.
Suas palavras tornam-se cada vez mais duras. Diz que o Pai não julga, mas deu a Ele, ao Filho, o direito de julgar. Para que todos honrem o Filho como honram o Pai.
Tenho medo de avançarem nEle. Mas Ele continua. Sem ser intimidado. Sabe o que e quando falar. Seu compromisso sempre é com a verdade. Ele é a Verdade.
Diz que aquele que não honra o Filho, também não honra o Pai que O enviou. Suas palavras são claras. Não deixam a menor dúvida de quem Ele é.
Recordo-me claramente do que disse à samaritana: "Sou Eu, Eu, que falo com você”. http://www.espalhandoasemente.com/2018/05/jesus-e-mulher-samaritana.html
Continua e assegura que quem ouve Sua palavra e crê nAquele que o enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida.
Ah, que maravilha ouvir isso! Não há o que temer. A verdadeira vida está com Ele e é assegurada aos que ouvem e creem em Sua palavra. Estávamos mortos, em nossos delitos e pecados e agora, passamos da morte para a vida.
Afirma a todos que estão ali, que está chegando a hora, na verdade já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão. Pois, da mesma forma como o Pai tem vida em Si mesmo, Ele concedeu ao Filho ter vida em Si mesmo.
Novamente o Senhor repete que o Pai deu-Lhe autoridade para julgar, porque Ele é o Filho do homem.
Todos estão admirados com Seu discurso. Não é todo dia que se ouve algo tão surpreendente e profundo. Com tanta autoridade.
Diz para não ficarem admirados. Está chegando a hora em que todos que estiverem nos túmulos ouvirão Sua voz. E sairão. Os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, os que fizeram o mal, para serem condenados. Está falando do julgamento final.
Repete que por Ele mesmo nada pode fazer. E que julga apenas conforme ouve. O Seu julgamento é justo, pois não procura agradar a Si mesmo, mas Àquele que O enviou.
Quantas vezes ouvimos, em nossos dias, pessoas dizerem que podem tudo, por elas mesmas, enquanto o Senhor Jesus dependia do Pai?! E quantos querem e estão agradando a si mesmos, quando Jesus agradava ao Pai. Que diferença!
Seu discurso não para aqui. Mas nós vamos parar. Vamos sondar nossos corações.
A quem temos agradado? Em quem temos confiado? Para onde e para quem temos olhado? Temos seguido o exemplo de Jesus e olhado para o Pai?
Prossigamos.
Os judeus religiosos começam sua perseguição a Jesus.
Ele, abertamente continua Seu discurso.
Nós observamos.
Diz que se testifica de Si mesmo, Seu testemunho não é válido. Há outro que testemunha em Seu favor. E seu testemunho a Seu respeito é valido.
Diz saber que enviaram representantes a João. E João testemunhou da verdade. Não apenas a verdade, mas da verdade. Jesus é a verdade. João testificou dEle.
Afirma também que não busca testemunho humano, mas menciona João para que Seus ouvintes sejam salvos.
Testemunha de João, o Batista. Uma candeia que queimava e irradiava luz. Durante algum tempo quiseram alegrar-se com sua luz. Só durante algum tempo.
Mas Jesus tem um testemunho ainda maior que o de João. A própria obra que o Pai Lhe deu para concluir. A obra que está realizando, testemunha que o Pai O enviou. E o Pai que O enviou, Ele mesmo testemunha a Seu respeito.
Diz que nunca ouviram a voz do Pai, nem viram Sua forma, nem Sua palavra habita neles, pois não creem nAquele que o Pai enviou.
Sem intimidar-se fala que estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a Seu respeito; contudo, não querem ir a Ele para terem vida.
Meu coração chega a doer. Não O querem. Ele não é como queriam que fosse.
Jesus reconhece que estudam cuidadosamente as Escrituras. Estudam, porque querem vida eterna. São as Escrituras que testemunham dEle. Mas, não querem ir até Ele para terem vida!
Por quê? Porque não é como eles haviam pensado, imaginado e crido que seria. Sabem que precisarão negar-se para segui-Lo. Precisarão deixar seus cargos em segundo plano. Deixar suas ambições de lado. E colocá-Lo no centro.
Sabem que Jesus é muito diferente deles. É simples. Está no meio do povo. Coloca as necessidades do ser humano antes das tradições. Não é o que querem de um Messias. Querem que o Messias os engrandeça.
Jesus continua dizendo que não aceita glória dos homens. Porque os conhece. Sabe que não tem o amor de Deus.
Diz ainda, que veio em nome de Seu Pai e não O aceitaram. Se outro vier em seu próprio nome, aceitarão.
“Como vocês podem crer, Ele pergunta, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único?”
Não os acusa. De jeito algum. Quem os acusa é Moisés, em quem estão suas esperanças. Afirma que nem em Moisés eles creem. Se cressem, creriam nEle, pois Moisés escreveu a Seu respeito. Como crerão no que Ele diz, visto que não creem no que Moisés escreveu?
Seus corações estão endurecidos. São tão estudiosos, mas não O reconhecem.
Que possamos ouvir as palavras de Jesus. Que não sejamos como esses estudiosos, que não entendem as Escrituras, que não creem nEle. Que aprendamos com Moisés. Que aprendamos com o testemunho de João. Que possamos segui-Lo.
Continuamos na próxima postagem.
Espero você. Até já.
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