sábado, 16 de novembro de 2019

João 6.1-70

Leitura do dia 03/11.

Na postagem anterior vimos Jesus curar um paralítico no sábado. Ele afirma ser o Filho de Deus.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/joao-51-47.html

Agora, caminharemos através das páginas do capítulo seis de João.

Jesus vai, com Seus discípulos, para a outra margem do mar da Galileia, também chamado mar de Tiberíades.

Grande multidão O segue. Por causa dos milagres que operou entre os doentes.

Precisamos observar essa cena. Vamos?

Jesus sobe a um monte e senta-se com Seus discípulos. Quando levanta os olhos vê a grande multidão que se aproxima.

Ele pergunta a Filipe: “Onde compraremos pão para esse povo comer?”.

Olho em volta. Não há comércio. Não há lugar nenhum. Além disso, é muita gente. Não é uma multidão. É uma grande multidão.

Então João nos conta que Jesus faz essa pergunta apenas para por Filipe à prova. Já sabia o que ia fazer. Se fosse comigo, já estaria reprovada. Não estou vendo solução. Não sei o que responder. Pão? E se fossem pescar?

O raciocínio de Filipe passa, antes de tudo, pela quantidade de dinheiro necessária.

Jesus pergunta onde. Filipe não consegue pensar no local. Sua resposta é quanto. Faz os cálculos e responde que nem duzentos denários seria suficiente para comprar tantos pães que desse ao menos para cada um receber um pedaço.

Um denário é o salário equivalente a um dia de trabalho. Duzentos denários é muito dinheiro. Quase o salário de um ano. E nem é suficiente.

Sei que muitas vezes sou assim. O Senhor pergunta e minha mente faz cálculos, abre mapas, traça rotas, procura soluções. Respondo algo que não perguntou. Muitas vezes, Ele precisa "desenhar" para que eu entenda.

Ele não pergunta a Filipe como iriam pagar ou como iriam comprar. Pergunta onde. Mas Filipe, mesmo não cuidando da bolsa, sabia que não teriam tanto dinheiro. Sua mente trava. Não consegue pensar nada além do raciocínio natural. O que adiantaria saber onde comprar, sem ter o dinheiro necessário?

André, irmão de Simão Pedro, toma a palavra.

Será que sabe onde comprar? Conhece alguma padaria de grande porte que, àquela hora, teria pães suficientes para tanta gente?

Não. Ele não fala nada sobre local. Diz que há um rapaz, entre a multidão, com cinco pães de cevada e dois peixinhos. Quase caio dura. Pergunto, praticamente junto com ele: “Mas o que é isto para tanta gente?”.

Não sei por que mencionou tal fato. Chega a ser hilário. Quanta inocência! Tenho vontade de dizer ao rapaz que se esconda, "saia de fininho" e coma logo, antes que avancem nele.

Olho para Jesus. O que vai responder? Vai repreender os dois. Nenhum respondeu o que foi perguntado.

Mas, se quase caí dura com a informação de André, fico embasbacada com a ordem de Jesus. Fala para os discípulos mandarem o povo assentar-se.

Para quê? O que planeja? Quer alimentar essa multidão com cinco pães e dois peixinhos? Não pode ser! É impossível.

Havia muita grama naquele lugar. Todos se assentam. Em grupos. Cerca de cinco mil homens.

Meus olhos estão fitos nEle. Estou com taquicardia.

Ele toma os pães, dá graças e os reparte. O mesmo faz com os peixes.

Todos recebem e comem quanto querem! Todos. Como pode? Mal posso crer!

E mais: depois que todos comem à vontade, manda que seja recolhido o que sobrou para nada ser desperdiçado.

Acho que ainda não consegui fechar minha boca. Todos comeram e ainda sobrou!

Sobraram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada.

Depois de ver esse milagre, o povo começa a dizer que, sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo.

Sim é Ele. Sabemos que é. Estou maravilhada com Seu poder. Não só com isso, mas com o interesse dEle em alimentar essa multidão.

Alguns, no meio da multidão, planejam proclamá-Lo rei, à força. Não entendem Sua missão.

Assim como os fariseus, esperam um Profeta que supra suas necessidades. Queriam um rei. Alguém que libertasse Israel.

Sabendo disso, Jesus sai de cena. Sobe um monte. Sozinho.

Sabe que não veio para ser servido. Veio para servir e dar Sua vida em favor de muitos (Mateus 20.28).

Precisamos ficar aqui. E pensar um pouco.

Jesus faz uma pergunta, mesmo sabendo o que pretende fazer.

Faz porque deseja testar Filipe. Como faz tantas vezes conosco. A resposta é para aprendermos, não para Lhe dar uma solução. Ele não apenas tem a solução. Ele é a solução.

Filipe não responde o que o Senhor pergunta. Nem mesmo André.

Mas enquanto Filipe pensa nos recursos, André mostra o que tem, embora admita ser insuficiente.
Jesus não discute com nenhum dos dois. Apenas recebe o que André apresenta. O pouco para Ele é suficiente. Ele abençoa e multiplica. Já vi acontecer em minha vida. E ainda assim, muitas vezes, penso e respondo como Filipe. Talvez vá até além. Traçando planos. Dando ideias. Ah, como sou boa em dar ideias para o Senhor, esquecendo que para Ele nada é difícil, quanto mais impossível.

Quero aprender com André. Quero apresentar ao Senhor o que tenho. Ele é capaz de multiplicar. De adequar ao que Ele mesmo deseja fazer. Do modo dEle, que sempre é melhor que o meu.

Que possamos aprender. http://www.espalhandoasemente.com/2018/05/jesus-faz-uma-pergunta-que-ninguem.html; http://www.espalhandoasemente.com/2017/12/continuamos-nossa-viagem-atraves-do.html

Prossigamos.

Anoitece. Seus discípulos despedem a multidão e descem para o mar da Galileia. Entram em um barco e começam a travessia para Cafarnaum.

Jesus não está com eles.

Quando estive no mar da Galileia, pude ver como escurece rapidamente. De repente, tudo está escuro. Não se enxerga praticamente nada. Hoje, em pleno século 21. Imagine dois mil anos atrás!

Escurece. Breu. Jesus ainda não foi ao encontro deles.

Sopra um vento forte. As águas estão agitadas. Algo comum ali, em função da localização do mar da Galileia.

Eles continuam. Remam cerca de cinco ou seis quilômetros. Estão cansados.

De repente alguém se aproxima do barco, andando sobre o mar. Quem poderia vir andando sobre as águas? Ficam completamente aterrorizados.

São homens adultos. Alguns, pescadores experientes. Mas estão completamente aterrorizados. Nunca viram nada parecido. Será um fantasma? http://www.espalhandoasemente.com/2017/12/a-duvida-de-pedro.html

Então Jesus lhes diz: “Sou Eu! Não tenham medo!”.

Eles se animam. Corações vão voltando ao normal. Pernas vão parando de tremer. Recebem-No no barco. E logo chegam à praia para a qual iam.

Já parou para pensar como as coisas parecem tenebrosas no escuro? Como imaginamos vultos e perigos que não existem? Como ruídos parecem estrondos? Como ventos viram furacões? E nossos corações disparam. Nossas pernas tremem. Nossos dentes batem.

Precisamos que Jesus se identifique. Precisamos que Ele, nossa Luz, clareie nossa escuridão. Assim, os medos vão embora. Podemos recebê-Lo em nosso barco e chegarmos ao lugar onde estamos indo. Com Ele, clareando nosso caminho, chegaremos ao porto seguro.

Se sua vida está em escuridão, clame e peça que Ele a clareie. Ele o fará.

No dia seguinte, a multidão que ficou do outro lado, percebe que apenas um barco estivera ali e que Jesus não havia entrado nele, com Seus discípulos. Eles haviam partido sozinhos.

Alguns barcos de Tiberíades, aproximam-se do lugar onde a multidão havia comido pão, após o Senhor agradecer.

Quando a multidão percebe que nem Jesus nem Seus discípulos estão ali, entra no barco e vai para Cafarnaum em busca dEle.

Quando O encontram, perguntam-Lhe quando havia chegado. Estavam um pouco intrigados, afinal não viram Jesus quando Seus discípulos atravessaram o mar.

Nós vimos. Ele andou sobre as águas até alcançar o barco onde Seus discípulos estavam. http://www.espalhandoasemente.com/2018/05/jesus-anda-sobre-as-aguas.html

Jesus não responde à pergunta. Fala que eles O procuram, porque comeram os pães e ficaram satisfeitos, não porque viram sinais miraculosos.

Todos têm fome de Jesus, mesmo quem não sabe quem Ele é ou não crê nEle. A fome está lá dentro. E só Ele pode saciá-la.

Ele dá um sábio conselho. Não devemos trabalhar pela comida que estraga, mas pela que permanece para a vida eterna. Essa comida é a que Jesus ainda dará.

Fala dEle mesmo, o Pão Vivo que desceu do céu. O único que sacia nossas almas.

Fala que o Pai colocou nEle Seu selo de aprovação. Recordo-me do selo do Inmetro, concedido apenas ao que está em conformidade, é testado e aprovado. Jesus tem um selo muito maior. Foi testado e aprovado pelo Pai. Que maravilhoso!

Percebo que não entendem o que fala. Perguntam o que é necessário fazer para realizar as obras que Deus requer. Jesus responde que a obra de Deus é crer nAquele que Ele enviou. Gosto de Sua resposta. Simples assim.

Espanto-me então com uma nova pergunta. Querem saber que sinal miraculoso o Senhor fará para que vejam e creiam.

Não é possível! Será que ouvi direito? Querem mais sinais? Tenho vontade de esganá-los. Mas será que às vezes não agimos assim também?

Lembram que seus antepassados comeram o maná no deserto, o pão do céu.

Jesus declara-lhes que não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas sim o Pai. O Pai é quem lhes dá o verdadeiro pão do céu.

O pão de Deus é Aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo. Está falando de Si.

Não entendem. Pedem que o Senhor lhes dê sempre desse pão. O pão que dá vida. Têm fome do verdadeiro pão do céu, embora não tenham entendido de quem Ele fala.

Jesus declara abertamente que Ele é o pão da vida. Quem vai a Ele nunca tem fome e quem crê nEle nunca tem sede.

Eles ainda não creem, mesmo que O tenham visto. Não conseguem entender Sua linguagem.

Diz também que todo aquele que o Pai lhe der, virá até Ele. Nenhum será rejeitado.

Novamente afirma que desceu do céu para fazer a vontade dAquele que O enviou, não Sua própria vontade. É submisso ao Pai. E a vontade do Pai é que todo que olhar para Ele e crer, tenha a vida eterna. Esse será ressuscitado pelo Senhor no último dia desta era.

Seu discurso continua. Mas quero parar aqui.

Sabemos que precisamos ser como Jesus. Temos o selo de aprovação de Deus em nós? Olho para todos os lados. Não há nenhum selo pendurado em mim, nem carimbado. Não é visível.

Precisamos crer nEle, amá-Lo, segui-Lo, obedecê-Lo, sermos provados. É uma jornada. Pela vida. Escolha após escolha. Passo após passo. Dia após dia. Como um “produto” valioso, testado pelo Inmetro. Seremos testados pelo Senhor. Até sermos aprovados. Por Ele. E recebermos Seu selo de aprovação.

Precisamos terminar nossa carreira como Paulo, que combateu o bom combate, terminou a carreira e guardou a fé (2 Timóteo 4.7). Esperava receber o selo da aprovação de Deus (2 Timóteo 4.8), que já estava preparado para ele.

Talvez precisemos rever nossos conceitos e valores. Jesus ensina que devemos trabalhar pela comida que permanece para a vida eterna. Que comida é essa? Que alimento é esse que não é metabolizado pelo nosso organismo e que permanece para a vida eterna?

É o pão vivo, que desceu do céu. O único que alimenta nossa alma, de tal maneira que não sentimos mais fome. Não ficamos mais vazios. http://www.espalhandoasemente.com/2018/05/o-pao-do-ceu.html

Temos sido alimentados por Ele? Temos trabalhado por Esse alimento?

Prossigamos.

Agora está na sinagoga em Cafarnaum, ensinando.

Estamos atentos às Suas palavras.

Afirma ser o Pão que desceu do céu. Ao ouvirem, os judeus criticam-No. Falam entre si que O conhecem. Sabem que é Jesus, filho de José. Conhecem Seu pai e Sua mãe. Não conseguem entender como pode dizer que desceu do céu.

Jesus ordena que parem de criticá-Lo. E continua Seu discurso.

Ninguém pode ir até Ele, se o Pai, que O enviou, não o atrair. Quem for, será ressuscitado por Ele no último dia.

Fala do que está escrito nos Profetas: todos sendo ensinados por Deus. Quem ouve o Pai e dEle aprende vem até Ele.

Afirma que ninguém viu o Pai, a não ser Aquele que veio de Deus. Somente Ele viu ao Pai. Aquele que crê nEle tem a vida eterna.

Não é apenas o Pão do céu. Também é o Pão da vida. Diferente do maná no deserto. Os que comeram o maná no deserto morreram, mas quem dEle comer, o Pão que desceu do céu, não morrerá. Viverá para sempre.

Explica que o pão a que se refere é Sua carne. A carne que dará pela vida do mundo.

Bebo Suas palavras como se fossem água. Alimento-me delas. Do Pão Vivo. Estou maravilhada.

Mas os judeus começam a discutir entre si. Estão exaltados. Não conseguem entender o que Ele fala. Perguntam-se como poderia oferecer Sua carne para comerem? Além de não entender Seu discurso, não conseguem enxergar quem Ele é. Para eles, um simples homem, filho de José, o carpinteiro, que discursa o absurdo de oferecer Sua carne para ser comida.

Jesus lhes diz que se não comerem Sua carne e não beberem Seu sangue, não terão vida em si mesmos. O que come Sua carne e bebe Seu sangue, tem a vida eterna e será ressuscitado, por Ele, no último dia, pois Sua carne é verdadeira comida e Seu sangue é verdadeira bebida. Quem come Sua carne e bebe Seu sangue permanece nEle e Ele permanece nesta pessoa.

Como o Pai que vive O enviou e por causa do Pai, Ele vive, assim quem dEle se alimenta viverá por Sua causa.

Novamente fala que é o Pão que desceu do céu. Repete seus antepassados comeram o maná e morreram, mas quem se alimenta do Pão, que Ele é, viverá para sempre. Seu discurso é repetitivo, para que consigam entender, mas não entendem.

Não conseguem ter um entendimento espiritual. Sua visão é completamente natural. Como não creem em quem Ele é, não entendem Suas palavras. Não entendem como Seu corpo pode ser pão e Seu sangue, bebida. Não entendem Sua linguagem. Não querem entender.

E nós? Temos crido realmente que Ele é o Pão que desceu do céu? Que deu Sua vida para nos salvar?

E temos ouvido e aprendido dEle? Temos nos alimentado dEle? Temos vivido por Ele? http://www.espalhandoasemente.com/2016/01/isaias-1.html

Jesus continua Seu discurso na sinagoga. E continua dizendo que é o Pão que desceu do céu.

Ao ouvirem Seu discurso, muitos de Seus discípulos dizem entre si, que Sua palavra é dura. Quem consegue ouvi-la?

Jesus sabe, em Seu íntimo, que Seus discípulos estão se queixando. Pergunta-lhes se aquilo os escandaliza, o que acontecerá se virem o Filho do homem subir para onde estava antes.

Sua palavra escandaliza porque não creem em quem Ele é. Não creem que é, de fato, o Pão que desceu do céu. Para nos dar vida.

Ainda assim, continua Seu discurso. Fala que o Espírito dá vida. A carne não produz nada que tenha proveito. Suas palavras são espírito e vida. Sabe que há entre eles os que não criam. Sabe até quem iria traí-Lo.

Prossegue, repete Seu discurso. Ninguém pode ir a Ele, a não ser que isto seja dado pelo Pai. É preciso revelação do Pai para entender e crer quem Ele é.

Termina Seu discurso. É o discurso mais sério e profundo até aqui. Muitos de Seus discípulos voltam atrás e deixam de segui-Lo. No fundo, entendem que é preciso comprometimento. E não querem ter.
Jesus não se intimida. Procura verdadeiros seguidores. Volta-se para os Doze. Pergunta se também querem ir embora. Deixar de segui-Lo.

Simão Pedro, mais que depressa, responde: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.

Jesus fala que escolheu doze, para andar mais perto com Ele, todavia um deles é um diabo. Estava falando de Judas, filho de Simão Iscariotes, que, mesmo sendo um dos Doze, mais tarde O trairia.

E quanto a nós? Várias vezes em nossas vidas precisamos responder essa pergunta. Queremos continuar a segui-Lo. Muitas vezes não é fácil. É um caminho de renúncias. De processos. De aprendizado.

Mesmo assim, quero continuar seguindo-O. Como Pedro, digo que não tenho para onde ir.
Experimentei o Pão do céu. A água viva. Sei que só Ele, mais nada, nem ninguém me sacia. Só Ele me satisfaz. Só Ele me conhece total e completamente. E me ama profundamente.

E você? Qual sua resposta? Quer continuar a segui-Lo, mesmo que implique em compromisso e renúncia?

Acredite, vale a pena.

Amanhã prosseguimos. Leremos a partir do capítulo sete. Até o capítulo nove.

Espero você. Até lá.

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