quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Lucas 22.1-71

Leitura do dia 01/11.

Continuamos caminhando pelas páginas de Lucas.

Ontem vimos a conversão de Zaqueu. A parábola dos dez talentos. A entrada de Jesus em Jerusalém. E Seu lamento. http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-211-38.html

Também vimos a autoridade de Jesus sendo questionada. A parábola dos lavradores maus. O imposto a César. A discussão sobre ressurreição dos mortos. A pergunta de Jesus sobre “o Cristo”. Sua crítica aos mestres da lei.

Jesus fala sobre a oferta da viúva pobre. E sobre os acontecimentos futuros. Ele ensina diariamente no templo.

Hoje caminharemos a partir do capítulo vinte e dois. Até o final desse maravilhoso livro de Lucas, o médico.

Estava quase no dia da Páscoa, onde os judeus comiam os pães sem fermento. E comemoravam a saída do Egito.

Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei continuavam procurando um meio de matar Jesus, mas tinham medo do povo.

Ele agora é uma ameaça muito maior, afinal, estava em Jerusalém, o lugar que é o centro dos acontecimentos. Onde ficava o templo e os chefes dos sacerdotes e mestres da lei exerciam poder. Jesus os confrontava, os atrapalhava.

Ninguém que deseja continuar sem mudanças gosta de confronto. O confronto só serve para os que desejam mudar. Quem não deseja mudanças, odeia confrontos.

E eles odiavam. Porque amavam o poder. Mais que qualquer coisa. Não queriam a verdade. Queriam poder.

Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze, deu lugar para que Satanás entrasse nele. Foi até os chefes dos sacerdotes e oficiais da guarda do templo. Tratou com eles um modo de lhes entregar Jesus.
Eles gostaram muito da proposta. Afinal, tendo um dos Doze a entregá-Lo seria muito mais fácil. Prometeram-lhe dinheiro.

Pelo visto, esse era um dos pontos fracos de Judas. As Escrituras nos contam que cuidava da bolsa dos Doze e a roubava. Quando lhe prometeram dinheiro, ele consentiu. Ficou esperando uma oportunidade para entregar Jesus. Quando a multidão não estivesse presente.

Os sacerdotes e mestres da lei achavam que eram muito espertos. Queriam prender Jesus longe da multidão, porque a temiam. Acreditavam que, uma vez que estivesse preso, seria mais fácil manipular a multidão. Estavam certos.

Só não sabiam de um detalhe. Porque não queriam saber. Ninguém ia prender ou matar Jesus por seus próprios planos. Ele estava aqui justamente para isso. Foi para isso que veio. Para dar Sua vida por nós.

Era dEle o poder de entregar Sua vida. Não de nenhuma autoridade humana.

“O Pai me ama, pois sacrifico minha vida para tomá-la de volta. Ninguém a tira de mim, mas Eu a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para tomá-la de volta, pois foi isso que meu Pai me ordenou.” – João 10.17,18

"Porque Deus amou tanto o mundo que deu o Seu Filho Único, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna." - João 3.16

Sejamos gratos por um tão grande amor.

Que amor é esse? Eu não entendo. https://www.youtube.com/watch?v=GnuMCM4TEHI
https://www.youtube.com/watch?v=Za095RTLdv4

O grande dia se aproxima. É o primeiro dia da festa dos pães sem fermento, quando o Cordeiro Pascal era sacrificado.

Jesus manda Pedro e João à frente com a ordem de preparar a refeição da Páscoa. Eles não sabem, nós sabemos. Será a última refeição dEle antes de Sua morte.

Eles perguntam onde Ele deseja que seja preparada. Jesus responde que, ao entrarem na cidade verão um homem carregando uma vasilha de água. Devem segui-Lo. Quando entrasse na casa, deveriam falar ao proprietário daquela casa que o Mestre deseja saber onde é o aposento onde comerá a Páscoa com Seus discípulos. Fala ainda que o homem os levará a uma sala grande no andar de cima. A sala já está arrumada. Que preparassem a refeição.

Claro que gostaria de saber quem é esse homem, tão disponível para o Senhor.

Eles foram. Encontraram tudo como Jesus dissera. Preparam a Páscoa.

Quando chegou a hora da ceia, Jesus e os Doze tomaram seus lugares à mesa.. Estão comendo. Observamos a cena com atenção.

Jesus disse que estava esperando para comer essa refeição com eles, antes de Seu sofrimento. Disse que não voltaria a comê-la até que essa refeição se cumpra no Reino.

Enquanto comiam, Jesus modifica a tradição daquele jantar. Tomou o cálice de vinho, deu graças e ofereceu a Seus discípulos, ordenando que todos bebessem do mesmo cálice. Disse que não beberia mais deste fruto da videira, até o dia que viesse o Reino de Deus. Nas Bodas do Cordeiro. Com eles. Comigo. Com você.

Tomou o pão, deu graças, partiu e entregou a Seus discípulos dizendo que era Seu corpo. Entregue por eles. Que comecem em Sua memória. Os discípulos obedecem. Não entendiam exatamente o que estavam fazendo. Ainda não.

Depois da ceia, toma o cálice de vinho. Disse que é o cálice da nova aliança. Essa aliança é confirmada com Seu sangue, que é derramado como sacrifício por eles.

Mas, há um “mas”. Ele diz que um deles o trairá. Era certo que aconteceria (Salmo 41.9). E a triste notícia. Ele morreria, como estava escrito a Seu respeito. Mas ai daquele que O traía.

Os discípulos ficam aflitos. Também ficaríamos se ouvíssemos o Senhor falar assim conosco. Perguntavam uns aos outros quem faria tal coisa.

Judas trairia Jesus porque deu lugar ao nojento, inimigo das nossas almas. Amava o dinheiro. Em João 12.6, João nos conta que não se importava com os pobres, era ladrão. Suas escolhas já estavam equivocadas, antes de resolver trair Jesus. Embora andando com o Senhor, como os outros, seu coração estava longe dEle. Seu desejo era juntar riquezas aqui e não nos céus.

O jantar está prestes a terminar. Os próximos acontecimentos mudarão a história para sempre.

Este jantar da Páscoa transformou-se no que, mais tarde, seria chamada a “Santa Ceia”. Hoje nós a celebramos para anunciar Sua morte, até que volte, no dia glorioso, conforme 1 Coríntios 11.26.
Que nossos corações estejam sempre guardados no Senhor, para não cairmos no mesmo erro de Judas Iscariotes. Que nossa disposição seja a obediência, não a traição.

"Acima de todas as coisas, guarda seu coração, pois ele dirige o rumo de sua vida". - Provérbios 4.23

Antes que o jantar termine, discutem qual deles era o mais importante. O Senhor coloca fim à discussão. Diz que neste mundo os reis e as autoridades exercem poder sobre o povo. Entre eles não seria assim. O maior deveria ocupar a posição inferior. O líder deveria ser o servo.

Também fala que em uma mesa o mais importante é o que é servido, mas não ali. Ali Ele estava como quem servia.

Disse que ficaram com Ele em Seu tempo de provação. E, como o Pai Lhe deu um reino, Ele lhes concedia, naquele momento, o direito de comer e beber à Sua mesa, em Seu Reino. Sentariam em tronos e julgariam as doze tribos de Israel. Uau! Que responsabilidade!

Jesus fala a Simão (Pedro), que Satanás pediu para peneirar cada um deles. Ele, nosso Intercessor, suplicou em oração por Pedro, meu querido Pedro, para que sua fé não vacilasse. Disse-lhe que quando se arrependesse e voltasse para Ele, que fortalecesse seus irmãos. Ah que lindo!

Mais que depressa Pedro responde que está pronto a ir para a prisão. Está pronto até a morrer ao Seu lado. Estou prestes a aplaudi-lo. Mas, escuto o Senhor dizer com toda a segurança que, naquela madrugada ainda, antes que o galo cantasse, Pedro O negaria três vezes. Negaria que O conhece! Meu coração se entristece. Sei que é verdade.

Em seguida, Jesus pergunta se faltou alguma coisa a eles quando foram enviados para anunciar as boas-novas, sem dinheiro, sem bolsa de viagem, sem sandálias extras. Responderam que não. Nada lhes faltou.

Agora, dá uma nova ordem. Que peguem dinheiro e uma bolsa de viagem. Se não tiverem espada que vendam a capa e comprem uma.

É necessário que se cumpra o que foi dito a Seu respeito. Que foi contado entre os rebeldes. Na verdade, Ele disse, tudo que os profetas escreveram a Seu respeito, seria cumprido.

Disseram que tinham duas espadas. Ele disse que era suficiente.

Como era o costume, vão ao Monte das Oliveiras. Nós os acompanhamos.

Quando chegam, Jesus lhes ordena que orem para não cedam à tentação.

Jesus afasta-se um pouco. Ajoelha e ora. Pede que o Pai afaste dEle “aquele” cálice. Contudo que a vontade do Pai seja feita. Não a dEle.

Um anjo do céu aparece e O fortalece.

Ele ora mais intensamente. Sua angústia é muito grande. Nosso Senhor começa a ser prensado.
Por fim, se levanta. Quando volta aos discípulos, encontra-os dormindo. Estão exaustos. De tristeza. Pergunta por que dormem. Não ouvimos resposta. Engulo em seco.

Ele os alerta a levantar e orar para que não caiam em tentação. É um alerta para nós também.

Lucas nos relata que Seu suor se transformou em gotas de sangue, tamanha agonia pela qual Sua alma passava. É o relato de um médico, Lucas, descrevendo a agonia de um homem.

Jesus foi feito homem. Viveu como um homem. Sofreu como o homem que era. Continuou puro, santo e irrepreensível. Tudo por amor a mim. E a você.

Sua agonia corta meu coração. Que amor é esse? Eu não entendo. Não mereço. Nunca merecerei. Nem você. Nenhum de nós. Ninguém.

Ainda está falando quando Judas Iscariotes se aproxima. Não está sozinho. Havia uma grande multidão armada de espadas e varas. Os enviados pelos principais sacerdotes, mestres da lei e líderes religiosos do povo. Meu coração dispara. Apoio-me em seu braço. É hoje. Será preso. Judas está se aproximando cada vez mais.

Ao longe e à noite, todos eram parecidos. Mesmo biótipo. Mesmas roupas. Mesmos cabelos e barbas. Judas O saúda com um beijo. Jesus pergunta se é com um beijo que ele O trai. Meu estômago dá voltas. Meu coração está prestes a sair pela boca.

Quando viram o que está prestes a acontecer, Seus discípulos perguntam se devem lutar. Trouxeram suas espadas. Um deles fere o servo do sumo sacerdote. Corta sua orelha direita.

Jesus disse que bastava. Toca a orelha do homem e o cura.

Minhas pernas estão bambas. Estou em prantos. Sei o que virá em seguida.

Jesus pergunta aos líderes daquela multidão se era um revolucionário perigoso para que fossem até Ele com espadas e pedaços de pau. Por que não o prenderam no templo? Todos os dias estava ali, entre eles, ensinando. Mas, aconteceu assim porque agora era a hora deles. O tempo em que o poder das trevas estava reinando.

Eles O prendem. Levam-No à casa do sumo sacerdote.

Ficamos parados, você e eu, perplexos diante de tal cena. Sabemos que mais coisas acontecerão.

Tenho que parar nossa caminhada. Não posso prosseguir. Prostro-me diante dEle. Preciso agradecê-Lo. Adorá-Lo. Foi preso por mim. Por amor.

Junte-se a mim. Adore-O. Como não retribuir tão grande amor?

Ele me amou primeiro. Eu O amarei para sempre. E você? https://www.youtube.com/watch?v=f5v-XbnCYMA

Continuamos.

Pedro O segue, de longe, até o pátio da casa do sumo sacerdote. Entra e senta-se com os guardas. Espera para ver o que acontecerá.

Uma criada aproxima-se. Olha fixamente e diz, não pergunta, afirma que ele era um dos seguidores de Jesus. Pedro nega. Diz que nem conhecia tal homem.

Esse é o Pedro que dissera algumas horas antes estar disposto a morrer com o Senhor?

Pouco depois, um homem olha para ele e diz praticamente a mesma coisa. Novamente nega. Tenho vontade de chorar.

Pedro provavelmente conversava, para passar o tempo. As horas passam devagar. A alvorada está quase chegando. Aproximadamente uma hora depois, outro homem afirma que certamente ele era um deles, afinal, era  galileu. Pedro fala que não sabe do que ele está falando. Ele, que dissera estar disposto a morrer pelo Senhor. Agora diz que nem sabe do que estão falando.

Imediatamente o galo canta. O Senhor está por ali. E olha para Pedro. Ele lembra o que Jesus dissera. Começa a chorar. E sai dali. Não o condeno. Quem disse que eu não faria o mesmo? E você?

Os guardas que estão encarregados de Jesus zombam e batem nEle. Vendam Seus olhos e pedem que profetize, dizendo que O bateu, "daquela vez". Eles O insultam de várias maneiras. Meu coração dói.

É de manhã. Bem cedo. Reuniram-se para discutir o que fariam. Estão todos ali. Os líderes do povo, os principais sacerdotes e os mestres da lei. É o conselho. Perguntam se Ele é o Cristo. Como se quisesse realmente saber.

Jesus responde que se disser que é não crerão nEle. E, se lhes fizer uma pergunta, também não Lhe responderão. Mas, Ele diz, de agora em diante, o Filho do homem se sentará à direita do Deus Poderoso.

Ninguém se ajoelha perante Ele, sabendo agora quem é. Não. Todos gritam perguntando se ele afirma que é o Filho de Deus. Jesus responde que eles disseram que Ele é.

Não precisam mais de testemunhas, dizem. Todos ouviram o que acaba de dizer.

As lágrimas descem pelo meu rosto. A profecia se cumprirá. Como disse, farão o que quiserem com Ele. Para meu total horror.

Isaías havia escrito: "Condenado injustamente, foi levado embora. Ninguém se importou de Ele morrer sem deixar descendentes, de Sua vida ser cortada no meio do caminho. Mas Ele foi ferido mortalmente por causa da rebeldia do meu povo". - Isaías 53.8

Continuamos na próxima postagem.

Espero você. Até já.

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