domingo, 3 de dezembro de 2017

A dúvida de Pedro


Continuamos através do capítulo 14 de Mateus.

Após a multiplicação dos pães e peixes, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem para o outro lado, enquanto Ele despedia a multidão. Imagino-O conversando com um outro, dando algum conselho ou ensino em especial.

Depois da despedida, subiu sozinho ao monte para orar. Ao anoitecer, continuava ali orando. O barco já estava distante da terra. Fustigado pelas ondas, indo de encontro ao vento.

Quando já era madrugada, Jesus dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Não nadando, andando.

Quando os discípulos O viram, acharam que era um fantasma. Estavam aterrorizados. Gritavam de medo. Fico imaginando. Homens barbados. Muitos pescadores experientes. Completamente aterrorizados. Achando que estavam vendo um fantasma!

Imediatamente Jesus lhes disse: “Coragem! Sou Eu. Não tenham medo”! Jesus não deixou que ficassem ali, desesperados, acreditando estarem vendo um fantasma. Não. Imediatamente se identificou. “Sou Eu”. Não falou, "sou Eu, Jesus". Apenas, "sou Eu". Eles conheciam Sua voz. E apenas ouvir "sou Eu", bastou.

Pedro, ainda desconfiado, conseguiu responder que se realmente era o Senhor, queria ir até Ele, sobre as águas. Jesus respondeu: “Venha”. Pedro saiu do barco. Andou sobre as águas e foi em direção a Jesus. Mas aí, algo aconteceu.

Ele reparou no vento. Quando reparou no vento, deixando de olhar para Jesus teve medo. Quando teve medo, começou a afundar.

Sempre que deixamos de olhar para Jesus, olhamos as circunstâncias e damos a elas mais valor que à Sua presença conosco. Como Pedro. O vento nos enche de medo. É verdade, não é fraco. É verdade, está soprando fortemente. O vento é real. É noite também. É verdade, é tudo apavorante. Mas Jesus também é real. Se olharmos para Ele, não afundaremos. Se, no entanto, repararmos o vento, real, barulhento e forte, não será possível ficar em pé. E ainda há a escuridão e as águas turbulentas.

Pedro começou a afundar. Foi inteligente. Não esperou chegar ao fundo do mar da Galiléia para só então gritar por socorro. Não. Assim que começou a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” E o Senhor, o nosso maravilhoso Senhor, imediatamente estendeu Sua mão e o segurou. Jesus também não esperou que Pedro afundasse. Assim que Pedro clamou, socorreu. Como sempre faz conosco. Assim que clamamos, estende a mão.

Depois de socorrer Pedro, Jesus lhe faz uma pergunta interessante: “Por que você duvidou?” Não perguntou porque havia olhado para o vento, ou porque teve medo. Perguntou porque ele duvidou.

Por que duvidamos de algo? Normalmente é por não acreditarmos na pessoa em questão. Pedro duvidou de Jesus. Por isso a pergunta. Jesus não lhe deu nenhum motivo para duvidar. Nenhum. Nunca.

Apenas quando os dois entraram no barco, o vendo cessou. Seus discípulos O adoraram, reconhecendo quem Ele é.

Quantas vezes temos olhado para o Senhor, em ocasiões inusitadas e O temos confundido com um fantasma? Ou, quando vamos até Ele, paramos de enxergá-Lo e reparamos no vento? Quantas vezes duvidamos dEle, embora nunca tenha falhado?

Daqui a pouco chegaremos ao outro lado. Por enquanto, pensemos no que aconteceu com Pedro e no que acontece conosco, cada vez que duvidamos dEle.

Lembremos que "o perfeito amor lança fora todo o medo". - 1 João 4.18b

Amanhã continuamos.

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