terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Jesus e o divórcio

Vamos entrar nas páginas do capítulo 19 de Mateus.

Não deixe de ter sua Bíblia em mãos.

Em Atos 17.11 está escrito: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo”.

Não devemos acreditar em tudo que ouvimos, devemos ser como os bereanos. Conferir tudo nas Escrituras.

Quando o Senhor Jesus acabou de ensinar a dura lição, para muitos, sobre perdão, saiu da Galiléia e foi para a região da Judéia. Com seus discípulos.

Como sempre, grandes multidões os seguiam. E como sempre, Ele curava a todos. O Senhor Jesus está sempre disponível para estender Sua mão e nos curar.

E como sempre, o que vemos? Alguns fariseus se aproximam dEle. E para quê? Novamente para colocá-Lo à prova.

Temos nos aproximado de Jesus, enquanto caminhamos pelas páginas de Mateus. É tão bom estar perto dEle, ouvir Seus ensinos, Sua voz. Mas esses fariseus não queriam aprender. Queriam apenas colocá-Lo à prova. Mais nada. Não ficavam como eu, perplexa e maravilhada com Seus ensinos, com minha plaquinha “aplausos” levantada, quase pulando o tempo todo de alegria, maravilhada com Sua sabedoria.

Os fariseus conheciam as Escrituras. Sabiam o que Moisés havia escrito, mas perguntaram a Jesus: “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo”?

Naquela época havia duas escolas. Uma dizia que o homem só devia dar carta de divórcio à sua mulher, se ela fosse infiel. A outra escola dizia que o homem podia dar essa carta se não a quisesse mais, ou seja, por qualquer motivo, até se a mulher, por algum descuido, deixasse a comida queimar. Ou simplesmente porque enjoou. E só o homem podia dar carta de divórcio.

Gosto da maneira como o Senhor responde. Sempre. Ele vai ao princípio. À raiz. Não responde simplesmente “não” ou “sim” e sai andando por causa de Seus inúmeros afazeres. É isso que me faz ficar e ouvir o que Ele tem a dizer.

Ele responde: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador os fez homem e mulher e disse: Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne? Assim, eles já não são dois, mais sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”. Esse era o princípio, o desejo de Deus. Casamentos saudáveis. Uma aliança que não se desfaz.

Os fariseus, não satisfeitos com Sua resposta, uma vez que não respondeu o que queriam ouvir, perguntam: “Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio a mulher e mandá-la embora?”

Duvido que quisessem realmente saber a resposta. Queriam que Jesus contradissesse Moisés para O acusarem de blasfemar contra as Escrituras.

Minha plaquinha está pronta para ficar em pé novamente, aguardando Sua resposta, sempre tão pontual e verdadeira.

Ele responde: “Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês”. Quer mais? A dureza do coração do homem fez com que houvesse uma lei dizendo que o homem poderia se divorciar de sua mulher.

Jesus continua: “Mas não foi assim desde o princípio. Eu digo que todo aquele que se divorciar de uma mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério”.

Posso ouvir o suspiro de muitos. Olhos esbugalhados. Bocas abertas.

Os fariseus não falaram nada. Não retrucaram. Acho que foram embora. Não estou vendo.

Olho para Jesus e os discípulos. Eles estão prestes a perguntar algo ao Senhor.

O divórcio era tão banal e comum naquela época (como é hoje), que os discípulos ficaram espantados e disseram ao Senhor: “Se esta é a situação entre o homem e sua mulher, é melhor não casar”.

Os próprios discípulos parecem seguir a escola que dizia ser correto o divórcio por qualquer motivo banal. Divórcio era a resposta. Não o relacionamento, a reconciliação. Não a tentativa de resolver a questão e chegar a um acordo. Nessa situação, a mulher estava completamente desprotegida. Por qualquer motivo era jogada de lado.

Jesus não coloca panos quentes na situação. Ele responde que se um homem estiver disposto a não ter relações sexuais (ser eunuco), então é melhor não se casar. E ponto. Não tenta consolar os discípulos, nem vem com aquele “veja bem” que conhecemos. Não encontra um caminho tortuoso para satisfazê-los. Não. O que Ele falou era a verdade. Era o que deveria ser seguido. E ponto.

Claro que sabemos que existem casos e casos e cada caso deve ser observado com as suas individualidades. Mas o coração de Deus é um coração reconciliador. Devemos observar o princípio.

Ficamos por aqui. Suas palavras com certeza foram muito fortes.

Amanhã prosseguimos viagem.

Ah, se você desejar saber mais sobre divórcio, leia o livro "A Lei, a Moral e o Divórcio", do Pr. Marcos Borges, o Coty. É da Editora Jocum. Excelente. Esclarecedor. Libertador. Super indico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário