Leitura do dia 03/04.
Continuamos nossa caminhada através do livro de 1 Reis.
Quantas coisas já vimos! Às vezes pode até “dar um nó” em nossas cabeças. É um tal de “e fulano não fez o que agrada ao Senhor”.
Mas infelizmente é assim mesmo. Na maioria das vezes, as pessoas acham mais fácil seguirem seus caminhos sozinhas. Esquecem que terão que arcar com as consequências de suas escolhas. Esquecem que poderiam estar andando por um caminho melhor.
Na postagem anterior, vimos um matando outro e outro matando o outro, para se tornarem reis. Não interessava para eles o bem estar de Israel. Estavam pensando em si mesmos e em suas dinastias. Que foram rápidas. Não seguiram ao Senhor. http://www.espalhandoasemente.com/2019/04/1-reis-161-34.html
Até que surge Acabe. Dos reis do Israel dividido, sem dúvida é o mais famoso, se não por ele, por sua mulher, Jezabel.
Então, vamos caminhar através do capítulo dezessete. Vejamos quem é Acabe e o que fez. Mas, ele não é o único personagem desse capítulo, nem dos próximos.
O texto fala de Elias, o tesbita. Habitava em Gileade. Ele foi até Acabe, o rei, e disse, com a ousadia que lhe era peculiar: “Tão certo como vive o Senhor, o Deus de Israel, a quem sirvo, não haverá orvalho nem chuva durante os próximos anos, até que eu ordene!" (1 Reis 17.1)
Não sei você. Eu fico pasma. Que homem é esse? Que coragem! Está falando isso diante do rei!
Israel é uma terra que chove pouco. Precisa muito de chuva e de orvalho. Um profeta chega diante do rei e diz que não vai chover, exceto quando ele ordenar. Consegue imaginar a cena? Corajoso ou louco?
E a cena se transforma. Não estamos mais em Samaria. Elias sai de cena. Não ficamos sabendo a reação de Acabe. Acho que deve ter ficado boquiaberto. Paralisado.
Então, enquanto estamos querendo saber de Acabe, Elias toma a cena.
O Senhor manda que ele fuja para o Leste. Deve refugiar-se perto do ribeiro de Querite, à Leste do Jordão. Elias foi um refugiado.
O Senhor mostrou exatamente o lugar para onde ir, como se fosse um GPS. Mas dos que não falham. O Senhor nunca nos leva para a morte. Sempre para a vida.
E o que um refugiado como Elias precisa? No mínimo, alimento. E um lugar de descanso. No caso, Elias já possuía um cargo e um encargo, era profeta.
O Senhor estava providenciando o necessário para aqueles dias. Elias beberia da água do ribeiro e os corvos iriam dar-lhe alimento.
Sempre que leio esse texto, fico imaginando Elias. Era um homem consagrado, profeta do Senhor. Obediente. Simplesmente seguiu o GPS do Senhor e foi. Não questionou. Não exigiu que fosse um animal “limpo” que o alimentasse. Os corvos eram considerados “imundos”.
Não disse que aquilo era um absurdo. Que precisava ter certeza de que o Senhor faria. Simplesmente obedeceu. Que coragem!
Sabe o que aconteceu? Os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã e ao pôr-do-sol. Saciava sua sede nas águas do ribeiro. Que cena fantástica!
Mas, passados alguns dias, a água secou. Não chovia. Elias mesmo disse que não choveria, enquanto não ordenasse.
Por que Elias estava escondido? Acabe, com certeza, o procura por todos os lugares, para exigir que volte a chover. Chega a ser engraçado. Mas é verdade. Nada de chuva, enquanto Elias não ordene.
Quando a água secou, não vemos Elias reclamar.
O Senhor dá uma nova ordem: “Vá morar em Sarepta, perto da cidade de Sidom. Dei ordem a uma viúva que mora ali para lhe dar alimento” (1 Reis 17.8).
Volte ao último parágrafo. Leia de novo. O Senhor mandou Elias para Sarepta? Foi isso mesmo? Para o território de Sidom? Sim.
Tudo bem até aí. Antes era refugiado em seu próprio país, um migrante. Mas agora está indo refugiar-se, por ordem do Senhor, em outro país. Não é mais em Israel.
E tem mais. O que o Senhor ordenou?
Que uma viúva providenciasse seu sustento. Uma viúva? Lembra as condições das viúvas naquela época? Eram terríveis. Não tinham nada. Precisavam de alguém para sustentá-las.
Elias me deixa boquiaberta. Não escutamos, ou não lemos, se preferir, nenhuma queixa. Ele simplesmente parte e vai a Sarepta, por mais louca que seja a ordem do Senhor. Outro país. Uma viúva. Que coragem!
Será que eu iria? Acho que faria uma lista com todos os motivos para não ir e a mostraria ao Senhor, tentando fazê-Lo mudar de ideia.
Quando Elias chega à entrada da cidade, há uma viúva que está apanhando lenha. Ele a chama. Pede que traga um pouco de água para poder saciar sua sede. Ela vai. Essa mulher também me espanta.
Quando está saindo para buscar água, ele a chama novamente. Pede que ela traga também um pedaço de pão. Está com fome.
Não sei como, mas essa mulher sabia quem Elias servia. Respondeu-lhe que, assim como era certo que o Senhor Deus de Elias, vivia, ela jurava por Seu Nome que não tinha um bolo sequer, senão apenas um pouquinho de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na botija. Estava apanhando uns dois gravetos para levar para casa. Ia preparar uma refeição para ela e seu filho, para que comessem e depois morressem.
E agora? O Senhor deu o endereço errado para Elias? O GPS dEle quebrou? Era essa a viúva que deveria sustentá-lo? Com um pouquinho de farinha e azeite, que mal dava para ela, viúva, e seu filho comerem uma única refeição antes de morrer?
Será?
Veremos na próxima postagem.
Ah, e quanto a Acabe? Vamos deixá-lo de lado um pouco, até o Senhor nos ensinar com a vida desse homem maravilhoso que é Elias.
Espero você. Até já.
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http://www.espalhandoasemente.com/2018/09/um-homem-corajoso-aparece-na-historia.html
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