Na postagem anterior vimos o Senhor falando sobre o casamento, o divórcio, as crianças, os ricos e a salvação e as recompensas do Reino. Termina falando que muitos primeiros serão últimos e muitos últimos serão primeiros.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/10/mateus-191-30.html
Agora, caminharemos através do capítulo vinte de Mateus.
Ele conta uma parábola, também intrigante, sobre o Reino dos céus que é semelhante a um proprietário que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. Por volta das nove horas, depois às doze, às quinze e até às dezessete, ele faz o mesmo.
Um denário era o valor devido ao trabalhador por um dia de serviço.
Vamos imaginar o Reino dos céus.
Aqui o Senhor o compara a uma vinha. É necessário muitos trabalhadores para uma vinha. Então o proprietário saiu cedo e encontrou alguns trabalhadores disponíveis. E os contratou. Mas não foram suficientes. Precisava mais.
Por volta das nove horas saiu de novo e contratou mais trabalhadores. Todos que estavam disponíveis. Ainda não foi suficiente.
O Reino dos céus é semelhante a essa vinha. O Senhor tem recrutado trabalhadores. Todos que estão disponíveis. Todos que estão dispostos a trabalhar. Seja trabalhar muito, seja pouco. O trabalho em uma vinha deve ser minucioso, feito com cuidado. Uvas são delicadas e preciosas.
Às quinze horas aquele proprietário saiu e contratou mais trabalhadores. Faltavam apenas três horas de trabalho. Ainda assim contratou. A vinha precisava ser trabalhada.
Quando foi às dezessete horas, Jesus nos conta que aquele proprietário saiu novamente. Foi até à praça onde costumavam se reunir os homens à espera de trabalho e encontrou trabalhadores que estavam desocupados. Preste atenção! Trabalhadores que estavam sem ocupação. Ele não os contrata. Antes, pergunta porque estavam desocupados. Respondem que ninguém os havia contratado. Então, também os manda para a vinha. Faltava apenas uma hora de trabalho. Provavelmente imaginaram que receberiam apenas uns “trocados” devido à hora avançada, mas foram assim mesmo.
Fico imaginando a história da humanidade. Quantos foram “contratados pelo Todo-Poderoso” e trabalharam arduamente “o dia todo”. Ou quantos foram “contratados” desde a infância e também trabalharam arduamente “o dia todo”, a vida toda, até à sua velhice. Outros foram “contratados” no meio da sua mocidade. Outros ainda no final de suas vidas. O ladrão que morreria ao lado de Jesus, foi “contratado” nos “acréscimos”, à porta da morte.
Pois bem. O dia de trabalho chegou ao fim. Dezoito horas. O proprietário daquela maravilhosa vinha (que precisava de tantos trabalhadores), mandou ao seu administrador que aqueles homens fossem pagos, começando pelos que foram contratados por último. Até os primeiros.
Os que trabalharam apenas uma hora receberam um denário, o pagamento de um dia. Saíram mais que felizes. Não precisaram enfrentar o calor do sol o dia todo e ainda assim ganharam o salário de um dia inteiro. E assim todos foram sendo pagos. Os últimos, que trabalharam o dia todo, esperaram receber um salário maior, mas receberam um denário como os demais. O que havia sido combinado. O que era justo.
Se revoltaram. Algo dentro de mim se revolta também. Fico pensando naquele proprietário. E não entendo. Até que finalmente compreendo o que está acontecendo. Justiça própria. Não importa a hora que fui “contratada para trabalhar em Sua vinha”, sou privilegiada por me chamar. Não importa se trabalhei o dia todo sob o sol quente ou se fui chamada (o) no final dos meus dias. Consigo enxergar Sua bondade aqui. E meu coração se aquieta.
Penso novamente naquele ladrão que (ainda não chegamos lá), morreria ao lado do Senhor e O reconheceu como Messias. E penso em Paulo. Quantas chicotadas! Passou fome, frio, calor, prisões, viagens e perseguições depois que reconheceu o Senhor como Messias. Ambos receberão a salvação. Paulo não será “mais salvo” porque “trabalhou” mais. Ambos serão salvos. Essa é a bondade do Senhor para todos que nEle creem.
Os primeiros trabalhadores se revoltaram quando receberam seu justo salário. Escutaram a resposta do proprietário que disse, com verdade, que não estava sendo injusto. Foram contratados para receber um denário. Foi o que receberam. O proprietário podia fazer o que quisesse com seu dinheiro e foi o que fez.
Uma pergunta parece ecoar em meus ouvidos, mais forte que as outras: “Ou você está com inveja porque fui bondoso com os outros?” A parábola do filho pródigo, contada em Lucas, capítulo quinze vem à minha mente. O filho mais velho ficou indignado quando o pai foi bondoso com o irmão que havia desperdiçado todos os seus bens enquanto ele trabalhava. Sou assim também? Fico indignada quando Ele estende Sua bondade aos outros de maneira que não entendo, ou não concordo, não achando justo Ele ser bondoso? http://www.espalhandoasemente.com/2018/03/o-pai-espera-voce.html
Quero parar aqui. Preciso pensar. De novo. Sondar meu coração. Será que minha mente ainda trabalha assim? Será que ainda penso em justiça própria? Será que ainda penso em obras, quando a salvação é apenas pela graça dEle, através da fé, como está escrito em Efésios 2.8? Será que esqueço a magnitude de Seu perdão, oferecido a todos?
Tenho que ser grata. Eu estava “desocupada”, “sem trabalho” e Ele me chamou para “Sua vinha”.
Lembro que não é qualquer um que pode trabalhar em uma vinha. A uva precisa ser colhida com cuidado, para não se estragar (aqui há tanto a pensar!).
Não importa se trabalhei o dia todo. Se suei debaixo do sol escaldante. Fui salva. Se outro não suar, que me importa? Foi salvo. Devo ser grata a Ele também por tão grande bondade.
Está chegando a hora. O Senhor Jesus está caminhando, subindo para Jerusalém. Algumas traduções dizem que estava pronto para ir a Jerusalém. Sabia o que O esperava. Precisava realmente estar pronto.
Quero lembrar aqui algo que, não sei você, mas às vezes me esqueço, Ele era homem. Tornou-se homem, sujeito a tudo que nós estamos sujeitos. Sabia o que iria passar em Jerusalém. Precisava estar pronto. E estava. Por isso começou sua subida até à cidade onde Se entregaria completamente por nós.
Chamou em particular Seus doze discípulos, inclusive Judas, que O trairia. Disse que estavam subindo para Jerusalém e lá o Filho do Homem (Ele), seria entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles O condenariam à morte e O entregariam aos gentios.
Os judeus não tinham poder para executar. Os romanos é que exerciam esse poder. Mas antes de ser morto, seria zombado e açoitado. Depois O crucificariam. Ao terceiro dia, porém, Ele ressuscitaria.
O texto não fala como os discípulos reagiram a essa informação. Anteriormente Pedro havia dito que de modo algum tal coisa aconteceria. O Senhor O repreendera. Lembra?
http://www.espalhandoasemente.com/2019/10/mateus-161-28.html
Agora, deviam estar “processando”. O que realmente significariam aquelas palavras? Era muito difícil de entender como Jesus seria entregue aos chefes dos sacerdotes e mestres da Lei se andava em integridade o tempo todo. Tudo o que fazia era ensinar e curar. Falando verdades duras muitas vezes. Mas nada que pudesse condená-lo à morte. Açoitamento? Morte de cruz? Era algo inconcebível.
Acredito que se estivesse entre eles, que ainda não tinham o entendimento de que tais coisas precisavam acontecer, estaria com a cabeça saindo fumaça. Como assim? Entregue aos chefes dos sacerdotes e mestres da Lei? Depois entregue aos gentios? Vão zombar dEle, açoitá-Lo e condená-lo à morte? Morte de cruz?
A morte em uma cruz era a pior morte possível naquela época. Era algo realmente cruel. Reservada apenas aos piores criminosos. Normalmente criminosos políticos, que se revoltavam contra o poderoso Império Romano. Como assim, Ele morreria dessa maneira?
Os discípulos subiram a Jerusalém e, diferente de Jesus, não estavam preparados para os acontecimentos expostos por Ele.
Ele sabia que iria acontecer exatamente o que contara aos discípulos. Seu coração devia estar pesado. Difícil imaginar aquilo. Mas estava disposto. Por mim. Por você. Veio ao mundo por amor, com o propósito maravilhoso de cumprir a justiça de Deus. Tornando-se o Cordeiro, como João Batista anunciou, que tira o pecado do mundo. Iria se entregar por nós. Por amor.
http://www.espalhandoasemente.com/2018/04/vejam-e-o-cordeiro-de-deus.html
Não consigo levantar minha plaquinha escrita “aplausos”. Tenho que me prostrar e adorá-Lo. Que amor é esse?
Fico aqui, prostrada, em adoração, ao Único que é digno, Àquele que sofreu barbaridades e depois morreu em meu lugar. O Inocente que tomou o meu lugar, pecadora que sou. Fique comigo. Adore-O.
Ah, depois do choque, a última informação até passa despercebida, após pensar em tanto sofrimento. disse que ao terceiro dia ressuscitaria. E ressuscitou. Adoramos ao Cordeiro que foi morto mas que vive, pelos séculos dos séculos, conforme está escrito em Apocalipse cinco, meu capítulo preferido de toda a Bíblia. Ele morreu, mas está vivo!
Prossigamos.
A mãe de Tiago e João, filhos de Zebedeu, se aproxima de Jesus, junto com eles. Todos se prostram. Estão a ponto de fazer um pedido. Uau, diante de Jesus, tantas coisas a pedir! O que pedirão?
Jesus faz a pergunta que, já falamos, todos temos que responder: “O que você quer?”
Tantas coisas passam pela minha cabeça. Não tenho como responder a essa pergunta assim, à queima roupa. Não sou um cego que precisa enxergar. Assim seria fácil responder: “Quero ver!”
O que quero? Não é como se fosse o gênio da lâmpada com três pedidos apenas. É muito mais que isso! É o Senhor Jesus perguntando: “O que você quer?”
A mãe de Tiago e João, que não sabemos seu nome, pede que em Seu Reino, seus dois filhos se assentem um à Sua direita e outro à Sua esquerda.
Não sei você, eu fico embasbacada. Com olhos arregalados espero ansiosa a resposta de Jesus.
Ele fala aos três que não sabem o que estão pedindo. Pergunta se podem beber o cálice que iria beber.
Que cálice? Ainda não chegamos lá, mas quando o Senhor estava no Getsêmani, orou que se fosse possível, o cálice que deveria beber fosse afastado dEle, tão terrível era (Mateus 26).
Tiago e João, filhos de Zebedeu, responderam prontamente que podiam beber daquele cálice. Se era difícil para Jesus, imagine para qualquer outro!
O Senhor Jesus continua dizendo que sim, eles certamente beberiam daquele cálice. Fico pensando: Será que os dois faziam ideia do que estava sendo falado? Mas diz que assentar-se à Sua direita ou esquerda não é decisão Sua e sim, do Pai.
Penso em uma festa. As Bodas do Cordeiro. Organizada pelo Pai, para o Filho. O Pai organizando tudo, colocando cada pessoa em seu lugar apropriado.
Os outros discípulos estavam ali, esperando a resposta de Jesus. Quando a ouviram, ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus chamou a todos para uma importante lição. Os governantes das nações as dominam e as pessoas importantes tem poder sobre elas. Isso é o normal. O natural. Os importantes dominam. Simples assim.
Então, vem uma afirmação inesperada. Diz que não seria assim entre eles. Não? Então como seria? Como o Reino dos céus funciona? É diferente? Não são os importantes que dominam?
Continua dizendo que quem quiser tornar-se importante entre eles seria servo, e quem quisesse ser o primeiro seria escravo; como Ele, que não veio para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate por muitos.
Não sei você, eu tenho que me sentar. O Reino dos céus anda na contramão da humanidade.
É isso mesmo? Se quiser ser importante, seja servo! Corro ao dicionário. Preciso fazê-lo. Tenho uma ideia do que seja servo, mas será que minha ideia está correta? O primeiro lugar que olho me choca. Diz que servo é aquele que não é livre, não tem direito ou bens; aquele que serve alguém. Encontro outra definição. Diz que o servo era um homem livre, sujeito ao seu senhor. Normalmente era colocado sobre uma terra, para cuidar e trabalhar, tendo o direito a uma porcentagem da colheita.
De qualquer maneira, Jesus disse que se alguém quiser tornar-se importante deveria ser o servo, não o senhor. Não o proprietário da terra, o poderoso, mas aquele que trabalha. Que precisa ser fiel, trabalhar com afinco, cuidar da terra, das sementes, do crescimento destas, até à colheita. Esse é o conceito de importante no Reino dos céus. Tão diferente do que costumamos pensar. Para nós, o importante é o dono da terra, não o servo que nela trabalha. Então, é assim: se quero ser importante tenho que ser como um servo que cuida da propriedade de seu senhor.
Volto a ouvir Suas palavras. Quem quiser ser o primeiro deve ser o escravo. Foi isso mesmo? Vamos olhar novamente para nossas Bíblias. É isso que está escrito lá? Todos temos uma ideia do que é ser um escravo. Alguém que não tem liberdade. Que está submisso a outra pessoa. Não acorda a hora que deseja, nem vai dormir quando quer. Não faz o que tem vontade e sim o que lhe ordenam. Nem sequer tem o direito de expressar suas ideias, sentimentos e pensamentos.
Quem quiser ser o primeiro deve ser o escravo. Imagino que nessa hora ninguém mais queria se sentar a Seu lado. Ninguém mais queria ser o primeiro. Ser importante estava muito bom. Ser servo já era humilhação suficiente. Ninguém quer descer à posição de escravo.
Lembro de Êxodo vinte e um. Quando um escravo recebia liberdade, no ano do Jubileu, saía sozinho. Se tivesse constituído família, a família ficava com seu dono. Mas se amasse muito sua família e seu senhor, deveria pedir àquele senhor que furasse suas orelhas. Seria servo para sempre. É esse tipo de escravo que Ele se refere. Ao escravo por vontade própria.
Essas palavras já são estarrecedoras o suficiente. Penso em parar por aqui. Há tanto a pensar. Tantas atitudes a rever. Mas Ele não terminou aí. Também não posso parar. Preciso “ouvir” até o final de Seu discurso.
Jesus diz que deveriam ser como Ele! Ele, o Senhor de todo o Universo se fez servo e escravo, para dar Sua vida em resgate de muitos. Ele se humilhou a esse ponto. Se assim o fez, como posso me negar a fazê-lo? Como não parar para sondar o coração novamente em um exercício diário?
Continuamos.
Acompanhamos o Senhor Jesus saindo de Jericó.
Acompanhamos o Senhor Jesus saindo de Jericó.
Como sempre, uma grande multidão O segue.
Dois cegos estavam sentados à beira do caminho.
Normalmente, os cegos ficavam à beira das estradas oficiais pedindo esmolas. Precisavam da autorização do Império Romano para tal. Usavam uma capa com o símbolo romano, atestando que possuíam essa autorização.
Ouviram que Jesus estava passando. Era impossível não saber quando o Senhor estava passando. Todos comentavam. O “burburinho” era enorme.
Começaram a gritar: “Senhor, Filho de Davi, tenha misericórdia de nós!”
A multidão mandou que se calassem. Como se calar diante de Jesus? Ali, diante deles, apenas alguns passos de distância, estava Aquele que poderia atender ao desejo mais ardente de seus corações. Bastava que tivesse misericórdia.
Gritaram mais alto ainda. Como dois loucos. E se não passasse mais por ali? Nós, que O temos acompanhado nesta jornada, sabemos que está subindo a Jerusalém, e lá será crucificado. Essa é a chance desses homens! E eles gritaram mais alto.
Gritaram mais alto ainda. Como dois loucos. E se não passasse mais por ali? Nós, que O temos acompanhado nesta jornada, sabemos que está subindo a Jerusalém, e lá será crucificado. Essa é a chance desses homens! E eles gritaram mais alto.
Jesus parou. Impossível não parar diante de tal clamor. Sempre nos ouve, a qualquer um de nós, quando reconhecemos quem Ele é, como aqueles homens reconheceram (Senhor, Filho de Davi) e clamamos por Sua misericórdia. Seu amor não tem limites. Sua misericórdia se renova a cada dia, como está escrito em Lamentações de Jeremias, 3.23.
Jesus chamou-os. Eles foram até Ele. Provavelmente ajudados por alguém. Não O viam, mas estavam diante dEle. O Senhor pergunta-lhes o que queriam que Ele fizesse. A mesma pergunta, tão importante! A pergunta-chave que cada um de nós precisa responder ao longo da vida.
Não precisaram pensar. Tinham consciência de quem eram e das condições em que viviam. Assim, sabiam exatamente o que queriam. Que o Senhor abrisse seus olhos.
Por um momento, paro e penso. Quantas vezes Jesus disse que deveríamos ter olhos para ver? Uno-me a esses homens. Clamo que também abra meus olhos. Quero ter olhos que verdadeiramente enxerguem. Não quero ter nenhum tipo de ametropia (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia). Quero enxergar com nitidez. Sem nenhuma distorção. Clamo Sua misericórdia sobre mim.
Jesus, claro, sempre maravilhoso como é (plaquinha levantada), teve compaixão daqueles homens. Seu coração se compadece sempre que alguém vem até Ele, em temor e humildade. Tocou em seus olhos. Imediatamente recuperaram a visão. O toque de Sua mão sempre traz um milagre.
Aqueles homens O seguiram. Enxergaram o Rei, o Senhor, o Filho de Davi. Como não segui-Lo?
Hoje o clamor do meu coração também é que meus olhos se abram. Quero enxergá-Lo como Ele é. Plenamente. Sem imagens distorcidas. Que seja o clamor do Seu coração também.
Continuamos na próxima postagem.
Espero você. Até lá.
Continuamos na próxima postagem.
Espero você. Até lá.
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