Leitura do dia 22/10.
Na postagem anterior vimos a transfiguração de Jesus. A libertação de um menino possuído. A predição de Sua morte. Quem quiser ser o maior, deve ser o servo. E ai dos que trazem escândalo ao Reino.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/marcos-91-50.html
Agora, caminharemos através do capítulo dez de Marcos.
Eles deixam Cafarnaum. Foram para a região da Judeia. A leste do Jordão. Como sempre, grandes multidões o seguem. E como sempre, Ele as ensinava.
E como sempre, o que vemos? Alguns fariseus se aproximam dEle. E para quê? Querem apanhá-Lo em uma armadilha.
Conheciam as Escrituras. Sabiam o que Moisés havia escrito, mas perguntaram a Jesus se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.
Naquela época havia duas escolas. Uma dizia que o homem só devia dar carta de divórcio à sua mulher, se ela fosse infiel. A outra escola dizia que o homem podia dar essa carta se não a quisesse mais, ou seja, por qualquer motivo, até se a mulher, por algum descuido, deixasse a comida queimar. Ou simplesmente porque enjoou. E só o homem podia dar carta de divórcio.
Jesus responde com uma pergunta. O que Moisés dissera? Respondem que ele permitiu. Um homem poderia dar à esposa uma carta de divórcio e manda-la embora.
Gosto da maneira como o Senhor continua. Ele vai ao princípio. À raiz. É isso que me faz ficar e ouvir o que tem a dizer. Responde que Moisés permitiu por causa da dureza do coração deles. Não era assim no princípio. O Criador os fizera homem e mulher e disse que, por essa razão (o casamento), o homem deixaria seu pai e mãe e se uniria à sua mulher, tornando os dois uma só carne. Assim, já não eram dois, mas sim um, ninguém deveria separar o que Deus uniu. Esse era o princípio, o desejo de Deus. Casamentos saudáveis. Uma aliança que não se desfaz.
O divórcio era tão banal e comum naquela época (como é hoje, infelizmente), que os discípulos ficaram espantados. Quando chegaram em casa, tocaram novamente no assunto. Ele respondeu que aquele que se divorciasse de sua mulher e se casasse com outra, estaria cometendo adultério contra ela. E se a mulher se divorciasse de seu marido e se casasse com outro, estaria cometendo adultério. Posso ouvir o suspiro de muitos. Olhos esbugalhados. Bocas abertas.
Os discípulos deviam seguir a escola que dizia ser correto o divórcio por qualquer motivo banal. Divórcio era a resposta. Não o relacionamento, a reconciliação. Não a tentativa de resolver a questão e chegar a um acordo. Nessa situação, a mulher estava completamente desprotegida. Por qualquer motivo era jogada de lado.
Jesus não coloca panos quentes na situação. Não tenta consolar os discípulos, nem vem com aquele “veja bem” que conhecemos. Não encontra um caminho tortuoso para satisfazê-los. Não. O que falou era a verdade. Era o que deveria ser seguido. E ponto.
Claro que sabemos que existem casos e casos e cada caso deve ser observado com as suas individualidades. Mas o coração de Deus é um coração reconciliador. Devemos observar o princípio. Suas palavras com certeza foram muito fortes.
Se desejar saber mais sobre divórcio, leia o livro "A Lei, a Moral e o Divórcio", do Pr. Marcos Borges, o Coty. É da Editora Jocum. Excelente. Esclarecedor. Libertador. Super indico.
Certo dia, trouxeram crianças para que Ele impusesse as mãos, abençoando-as. Os pais queriam ter seus filhos abençoados pelo Senhor. Claro. Quem não iria querer?
Mas os discípulos repreendiam essas pessoas, não querendo que as crianças se aproximassem.
Jesus ficou indignado. Ordenou que as deixassem ir até a Ele, que não as impedissem. Disse também que o Reino dos céus pertenciam aos que são semelhantes a elas, como havia falado anteriormente. Quem não recebesse o Reino dos céus como uma criança, não entraria nele.
Crianças são puras. Não vêm limites em sua fé.
Ele as tomou em Seus braços. Colocou Suas mãos em suas cabeças e as abençoou.
Quando o Senhor está indo para Jerusalém, um homem veio correndo. Ajoelhou-se diante dEle e pergunta-lhe, chamando-O de Bom Mestre, o que deve fazer para ter como herança, a vida eterna.
Ele questiona porque o chama de bom. Somente Deus é verdadeiramente bom. Afirma que o homem conhece os mandamentos. Cita alguns.
O homem responde que tem obedecido a todos. Desde sua juventude. Seu semblante parece não ter paz. O Senhor olha para ele, com amor. Afirma que ainda há uma coisa que não fez. Disse-lhe que deveria ir, vender todos os seus bens e dar o dinheiro aos pobres. Assim, teria um tesouro nos céus. Depois, voltasse para segui-Lo.
Devia desapegar-se de seus bens materiais, de sua riqueza material, vender seus bens e dar aos pobres. O Senhor assegurou-lhe de que teria um tesouro nos céus, onde sabemos que a traça e o ladrão não têm acesso. Depois que fizesse isso, desapegado de tudo que lhe era mais precioso, ou seja, negando-se a si mesmo, devia vir e segui-Lo. http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/tesouro-verdadeiro.html
Sempre assim. "Negue-se" vem primeiro. Não podemos seguir ao Senhor sem nos negarmos. Afinal, nem sabemos onde estamos indo. Sabemos com quem, mas não para onde.
Observo a cena com atenção. Jesus, como sempre, tão específico, tão claro, tão direto.
Aquele homem ficou desapontado. Afastou-se triste. Era muito rico. Seu coração estava em suas riquezas. Era fácil obedecer os mandamentos, mas muito difícil desfazer-se de seus tesouros, pois ali, em seus bens materiais, é que estava seu coração. Não queria sacrifício. Queria apenas regras.
Depois que se afastou, Jesus diz a Seus discípulos que dificilmente um rico entrará no Reino dos céus e para deixar bem claro o quão difícil era, diz que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus. Uau! Fico pensando. Muito difícil mesmo.
Assim como eu, os discípulos ficam perplexos e perguntam quem pode ser salvo. Jesus olha para eles e responde que para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis. Não há impedimento em nada para o Todo-Poderoso. Tudo é possível para o Criador e Rei do Universo.
Pedro, sempre ele (já disse que o amo), fala que haviam deixado tudo para segui-Lo. A resposta de Jesus é surpreendente. Ele garante que todos que deixaram casa, família ou propriedades por Sua causa e por causa das boas-novas, receberão em troca, neste mundo ainda, cem vezes mais. Com perseguição. Mas, no mundo futuro, terão a vida eterna.
É demais para meus pensamentos. Ser restituído apenas em uma vez seria suficiente, duas, já seria excelente. Cem vezes mais? Sua bondade é assim. Restitui a cem por um, como uma colheita próspera, onde tudo acontece exatamente como deve acontecer, com chuva e sol, calor e frio, a seu tempo, na medida certa.
Em mim ecoa essa pergunta? “O que me falta ainda?” Ela ecoa em você?
Vamos parar, sentar em uma dessas pedras no caminho. Sondemos novamente nossos corações. “O que me falta ainda?”
Quero ser totalmente Sua, Senhor, sem nenhum tipo de reservas. E você?
https://www.youtube.com/watch?v=Va8srvjwgAA
Está chegando a hora. O Senhor Jesus está caminhando, subindo para Jerusalém. Ia à frente dos discípulos. Havia grande temor e admiração entre todos.
Então, chamou em particular Seus doze discípulos, inclusive Judas, que O trairia. Disse que estavam subindo para Jerusalém e lá o Filho do Homem (Ele), seria entregue aos principais sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles O condenariam à morte e O entregariam aos gentios.
Os judeus não tinham poder para executar. Os romanos é que exerciam esse poder. Mas antes de ser morto, seria zombado e açoitado. Depois O matariam. Ao terceiro dia, porém, ressuscitaria.
O texto não fala como os discípulos reagiram a essa informação. Anteriormente Pedro havia dito que de modo algum tal coisa aconteceria. O Senhor O repreendera. Lembra?
Agora, deviam estar “processando”. O que realmente significavam aquelas palavras? Era muito difícil de entender como Jesus seria entregue aos principais sacerdotes e mestres da Lei, se andava em integridade o tempo todo. Tudo que fazia era ensinar e curar. Falando verdades duras muitas vezes. Mas nada que pudesse condená-lo à morte. Açoitamento? Morte? Era algo inconcebível.
Acredito que se estivesse entre eles, que ainda não tinham o entendimento de que tais coisas precisavam acontecer, estaria com a cabeça saindo fumaça. Como assim? Entregue aos principais sacerdotes e mestres da Lei? Depois entregue aos gentios? Vão zombar dEle, açoitá-Lo e condená-lo à morte?
Os discípulos subiram a Jerusalém e, diferente de Jesus, não estavam preparados para os acontecimentos expostos por Ele.
Ele sabia que iria acontecer exatamente o que contara aos discípulos. Seu coração devia estar pesado. Difícil imaginar aquilo. Mas estava disposto. Por mim. Por você. Veio ao mundo por amor, com o propósito maravilhoso de cumprir a justiça de Deus. Tornando-se o Cordeiro, como João Batista anunciou, que tira o pecado do mundo. Iria se entregar por nós. Por amor.
http://www.espalhandoasemente.com/2018/04/vejam-e-o-cordeiro-de-deus.html
Não consigo levantar minha plaquinha escrita “aplausos”. Tenho que me prostrar e adorá-Lo. Que amor é esse?
Fico aqui, prostrada, em adoração, ao Único que é digno, Àquele que sofreu barbaridades e depois morreu em meu lugar. O Inocente que tomou o meu lugar, pecadora que sou. Fique comigo. Adore-O.
Ah, depois do choque, a última informação até passa despercebida, após pensar em tanto sofrimento, disse que ao terceiro dia ressuscitaria.
Tiago e João, filhos de Zebedeu, se aproximam dEle. Querem Lhe pedir um favor. O que pedirão?
Jesus pergunta que favor era.
Pedem que em Seu Reino, quando sentar-se em Seu glorioso trono, um se assente à Sua direita e outro à Sua esquerda.
Não sei você, eu fico embasbacada. Com olhos arregalados espero ansiosa a resposta de Jesus.
Ele responde que não sabem o que estão pedindo. Pergunta se podem beber o cálice que beberia. Se podiam ser batizados com o mesmo batismo. Responderam prontamente que podiam. Realmente não sabem o que estão pedindo. Sequer o que estão dizendo.
O Senhor Jesus continua dizendo que eles certamente beberiam daquele cálice e seriam batizados com Seu batismo. Mas, assentar-se à Sua direita ou esquerda não é decisão Sua e sim, do Pai.
Penso em uma festa. As Bodas do Cordeiro. Organizada pelo Pai, para o Filho. O Pai organizando tudo, colocando cada pessoa em seu lugar apropriado.
Os outros discípulos estavam ali. Quando ouviram o que pediram, ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus chamou a todos para uma importante lição. Os governantes das nações as dominam e as pessoas importantes tem poder sobre elas. Isso é o normal. O natural. Os importantes dominam. Simples assim. Neste mundo.
Então, vem uma afirmação inesperada. Diz que não seria assim entre eles. Não? Então como seria? Como o Reino dos céus funciona? É diferente? Não são os importantes que dominam?
Continua dizendo que quem quiser tornar-se o líder entre eles seria servo, e quem quisesse ser o primeiro seria escravo; como Ele, que não veio para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate por muitos.
Não sei você, eu tenho que me sentar. O Reino dos céus anda na contramão da humanidade. É isso mesmo? Se quiser ser importante, seja servo!
Corro ao dicionário. Preciso fazê-lo. Tenho uma ideia do que seja servo, mas será que minha ideia está correta? O primeiro lugar que olho me choca. Diz que servo é aquele que não é livre, não tem direito ou bens; aquele que serve alguém. Encontro outra definição. Diz que o servo era um homem livre, sujeito ao seu senhor. Normalmente colocado sobre uma terra, para cuidar e trabalhar, tendo o direito a uma porcentagem da colheita.
De qualquer maneira, Jesus disse que se alguém quiser tornar-se líder deveria ser o servo, não o senhor. Não o proprietário da terra, o poderoso, mas aquele que trabalha. Que precisa ser fiel, trabalhar com afinco, cuidar da terra, das sementes, do crescimento destas, até à colheita. Esse é o conceito de líder no Reino dos céus. Tão diferente do que costumamos pensar! Para nós, o líder é o dono da terra, o que dá ordens, não o servo que nela trabalha. Então, é assim: se quero ser líder tenho que ser como um servo que cuida da propriedade de seu senhor.
Volto a ouvir Suas palavras. Quem quiser ser o primeiro deve ser o escravo. Foi isso mesmo? Vamos olhar novamente para nossas Bíblias. É isso que está escrito lá? Todos temos ideia do que é ser um escravo. Alguém que não tem liberdade. Submisso a outra pessoa. Não acorda a hora que deseja, nem vai dormir quando quer. Não faz o que tem vontade e sim o que lhe ordenam. Nem sequer tem direito de expressar suas ideias, sentimentos e pensamentos.
Quem quiser ser o primeiro deve ser o escravo. Imagino que nessa hora ninguém mais queria se sentar a Seu lado. Ninguém mais queria ser o primeiro. Ser líder já estava muito bom. Ser servo já era humilhação suficiente. Ninguém quer descer à posição de escravo.
Lembro Êxodo 21. Quando um escravo recebia liberdade, no ano do Jubileu, saía sozinho. Se tivesse constituído família, a família ficava com seu dono. Mas se amasse muito sua família e seu senhor, deveria pedir àquele senhor que furasse suas orelhas. Seria servo para sempre. É esse tipo de escravo que Ele se refere. Ao escravo por vontade própria.
Essas palavras já são estarrecedoras o suficiente. Penso em parar por aqui. Há tanto a pensar. Tantas atitudes a rever. Mas Ele não terminou aí. Também não posso parar. Preciso “ouvir” até o final de Seu discurso.
Jesus aponta para Ele. Ele, o Senhor de todo o Universo se fez servo e escravo, para dar Sua vida em resgate de muitos. Humilhou-se a esse ponto. Se assim o fez, como posso me negar a fazê-lo? Como não parar para sondar o coração novamente em um exercício diário?
Continuamos.
Acompanhamos o Senhor Jesus saindo de Jericó. Como sempre, uma grande multidão O segue.
Um mendigo, chamado Bartimeu, está sentado à beira do caminho. Normalmente, os cegos ficavam à beira das estradas oficiais pedindo esmolas. Precisavam da autorização do Império Romano para tal. Usavam uma capa com o símbolo romano, atestando que possuíam essa autorização.
soube que Jesus estava perto. Era impossível não saber. Todos comentavam. O “burburinho” era enorme. Começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tenha misericórdia de mim!”.
A multidão mandou que se calasse. Como se calar diante de Jesus? Ali, diante dele, apenas alguns passos de distância, estava Aquele que poderia atender ao desejo mais ardente de seu coração. Bastava que tivesse misericórdia.
Gritou mais alto ainda. Como louco. E se não passasse mais por ali? Nós, que O temos acompanhado nesta jornada, sabemos que está subindo a Jerusalém. Lá será crucificado. Essa é a chance daquele homem! Ele gritou mais alto.
Jesus parou. Impossível não parar diante de tal clamor. Sempre ouve, a qualquer um de nós, quando reconhecemos quem Ele é, como aquele homem reconheceu e clamamos por Sua misericórdia. Seu amor não tem limites. Sua misericórdia se renova a cada dia, como está escrito em Lamentações de Jeremias, 3.23.
Jesus mandou que o chamasse. Falaram para se animar. O Senhor o estava chamando.
Bartimeu jogou sua capa, renunciando seu direito de pedir esmolas. Levantou-se de um salto. E foi até Ele.
Não O via, mas estava diante dEle, que pergunta o que queria que Ele fizesse. A mesma pergunta, tão importante! A pergunta-chave que cada um de nós precisa responder ao longo da vida.
Não precisou pensar. Tinha consciência de quem era e das condições em que vivia. Sabia exatamente o que queria. Chamando-O de Rabi, respondeu que queria enxergar.
Por um momento, paro e penso. Quantas vezes Jesus disse que deveríamos ter olhos para ver? Uno-me a esse homem. Clamo que também quero enxergar. Quero ter olhos que verdadeiramente enxerguem. Não quero ter nenhum tipo de ametropia (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia). Quero enxergar com nitidez. Sem nenhuma distorção. Clamo Sua misericórdia sobre mim.
Jesus, claro, sempre maravilhoso como é (plaquinha levantada), teve compaixão daquele homem. Seu coração se compadece sempre que alguém vem até Ele, em temor e humildade.
Falou que sua fé o curara. Imediatamente recuperou sua visão. E começou a seguir o Senhor pelo caminho. Aquele homem enxergou o Rei, o Senhor, o Filho de Davi. Como não segui-Lo? Não era mais tempo de ficar à beira do caminho. Era hora de seguir pelo caminho. Seguir o próprio Caminho.
Hoje o clamor do meu coração também é que eu enxergue. Quero enxergá-Lo como é. Plenamente. Sem imagens distorcidas. Que seja o clamor do Seu coração também.
Continuamos amanhã. Leremos a partir do capítulo onze de Marcos. Até o capítulo treze.
Espero você. Até lá.

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