Que tal lermos, ou relermos, 2 Reis 5.1-19?
Havia um homem na Síria que era muito respeitado por seu rei. Era o comandante do exército sírio.
O Senhor o usara para dar grandes vitórias à Síria. Sim, é isso mesmo! A Síria teve grandes vitórias porque o Senhor usou esse comandante para, através dele, dar vitórias à Síria. Inimiga de Israel.
Esse comandante chamava-se Naamâ. Era um poderoso guerreiro, muito valente. Mas, em sua vida havia um porém. Sofria de uma doença de pele. Terrível. A maioria das traduções bíblicas nos falam que sofria de lepra.
Lepra é uma doença terrível. Vai deformando a pessoa à medida que toma conta.
Provavelmente, nunca aparecia diante de seu exército e de seu rei, sem estar vestido completamente de sua armadura.
Faz-me lembrar que muitas vezes também agimos assim. Estamos sofrendo de algum tipo de lepra e não deixamos que os outros vejam. Temos medo de julgamentos e preconceitos. Tal atitude, embora normal, nos impede de recebermos cura. Para sermos curados, precisamos nos expor. Mas, também, precisamos saber a quem nos expor.
“Portanto, confessem seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo tem grande poder e produz grandes resultados”. – Tiago 5.16
O texto nos conta da vida desse homem valente, poderoso, respeitado, porém que sofria de lepra.
Então, alguém aparece na história. Alguém que muda a história de Naamã.
É uma menina. Não sabemos sua idade. Sabemos que era de Israel e foi sequestrada. Arrancada de sua casa, sua família e sua terra. Agora, uma escrava na casa de Naamã. Serve a esposa desse poderoso comandante.
Sua atitude muda toda a história. E, creio, não apenas dele, mas de muitos que com ele conviviam.
Em casa, Naamã precisa tirar sua armadura. Ali, sua família sabe quem realmente é. Vê a deformidade que carrega. Vê sua condição. Sim, os empregados de sua casa o veem. Sabem que, apesar de tudo, Naamã carrega uma enfermidade que o castiga e o deforma, silenciosamente.
A lepra é, para nós que estamos lendo, como uma doença na alma. Como o pecado. Podemos andar por aí com armadura completa, mas em casa precisamos tirar. Em algum momento precisamos tirar. E alguém nos vê como realmente estamos. Deformados. Precisando desesperadamente de ajuda.
Aquela menina, ao invés de alegrar-se com a doença do comandante militar da nação que a sequestrou, lembrou-se quem era. Ela conhecia o Deus verdadeiro. Conhecia Seu profeta que, embora vivesse em Samaria, andava diariamente na presença do Senhor.
Não podia ficar calada. Tinha a resposta. Sabia onde Naamã podia encontrar cura. Ela falou. Se ele fosse em Samaria, até o profeta, seria curado! Estava certa que o Deus Todo Poderoso, Criador dos céus e da terra, o Deus de Israel, é capaz de todas as coisas. Sabia que não há limites para Ele.
Naamã escutou a voz da menina, a voz de sua esposa. Foi ao rei e contou-lhe o que ouvira. O rei, que tinha seu comandante em alta estima, ordenou-lhe que fosse até o profeta. E o enviou com uma carta de apresentação ao rei de Israel.
Naamã foi até Samaria com prata, ouro e roupas de festa. Era um presente para o profeta.
Entregou a carta de seu rei ao rei de Israel. Nesta época, Israel estava dividido. O reino de Israel tinha Samaria como sua capital. Jerusalém era capital do reino de Judá.
Quando o rei abriu a carta, rasgou suas roupas. Ali, havia um pedido para que curasse Naamã da lepra. Assim como a menina, o rei não podia fazer isso. Não era seu chamado. Não fora ungido para tal. Mas, ao contrário da menina, não soube apontar onde aquele homem podia ir. Não lembrou que Eliseu morava ali próximo e andava na presença do Senhor. Não tinha a solução. Desesperou-se. E, como muitas vezes fazemos, acusou o rei da Síria de estar procurando um pretexto para o atacar. Não conseguia enxergar que deveria agir como uma seta, um porteiro, um anúncio.
Eliseu, o homem de Deus, ficou sabendo, Mandou uma mensagem ao rei. Por que rasgara suas vestes? Por que ficara tão aflito? Era só enviar Naamã até ele. Havia profeta em Israel. Um profeta verdadeiro. Não um profeta maquiado, fajuto e falso. Era um homem que estava na presença do Senhor, que conhecia Seu poder. Um homem que deveria ser nosso exemplo.
Naamã foi até lá. Na verdade, era o lugar que deveria ter procurado. A menina havia dito que ele deveria ir ao profeta, não ao rei. Ao homem de Deus, não ao homem que sentava no trono de Samaria. ?
Muitas vezes a solução está no deserto, não no palácio (Mateus 3.1-3).
http://www.espalhandoasemente.com/2019/10/mateus-31-17.html
Naamã parou diante da porta de Eliseu. E esperou. Eliseu simplesmente mandou um mensageiro, ordenando que fosse ao rio Jordão e se lavasse sete vezes. Sua pele seria restaurada. Ficaria curado da lepra.
Naamã não ouviu tudo. Não é possível que tenha ouvido! Só ouviu a parte de ir lavar-se no rio. Só viu a ausência do profeta ali, diante dele. Não ouviu que seria curado?
Lembre-se, é um homem de alta patente. Da confiança do rei da Síria. Não está acostumado a ser ignorado. A não ser visto. Não ser recebido. Não ser respeitado. Com lepra ou não, as pessoas vão à sua presença.
Não hoje. Não Eliseu. Não havia necessidade. Era apenas obedecer e pronto. Seria curado. Eliseu não é politicamente correto. Não procura glória ou honra para si. Faz o que tem que ser feito. E pronto.
Naamã ficou indignado. Quando ia para Israel, imaginou Eliseu saindo para recebê-lo, claro! Esperava que o profeta movesse suas mãos sobre a lepra. Que invocasse o nome do Senhor, seu Deus e o curasse. Diante de todos.
Quantas vezes esperamos o mesmo! Queremos uma cura pública e instantânea. Mas não é assim com a lepra. Não é assim com nossa alma castigada e macerada pelo pecado, repleta de feridas e dores. Há um caminho a percorrer. E não é qualquer caminho.
Não, Naamã. Os rios da Síria podem até ser melhores que o rio Jordão. Mas é no Jordão que precisamos mergulhar. É passando pelo Jordão que alcançamos a nossa terra prometida. Nossa cura e libertação.
Note que Naamã ouviu a voz de uma menina estrangeira, escrava em sua casa. Ouviu a voz de sua esposa. Ouviu a voz do rei da Síria. E não ouviu a voz de Eliseu, o profeta. Não quis seguir suas instruções. Não era o que esperara, o que imaginara, o que queria.
Quando Naamã estava “soltando fogo pelas ventas”, disposto a voltar à sua terra sem estar curado, seus oficiais, homens de sua confiança, abaixo dele em hierarquia, tentaram convencê-lo. Que homens eram esses! Não temeram serem mortos por um comandante indignado e irado. Falaram a verdade que ele precisava ouvir.
Ah, como precisamos de pessoas como essa menina que, mesmo sendo escrava apontou para a solução. Uma verdadeira porteira. Apontou a porta. http://www.espalhandoasemente.com/2019/10/mateus-31-17.html
E, como precisamos de homens como esses oficiais, que nos convoquem a fazer o certo e não o fácil.
Eles o convenceram. Afinal, ele só devia ir ao Jordão e lavar-se!
Mas, para ele, não era só. Teria que tirar a armadura. Não havia como entrar na água com ela. Todos seus oficiais e soldados o veriam como estava deformado pela lepra.
Quantas vezes precisamos nos humilhar e preferimos ir embora para casa, indignados, ao invés de curados!
Retiremos nossas armaduras. Desçamos ao Jordão e mergulhemos. Não uma ou duas vezes. A ferida da nossa alma é grande demais. Mergulhemos sete vezes.
Naamã resolveu se humilhar. Arrancou sua armadura. Desceu ao Jordão. Mergulhou nas águas. Diante de seus homens. De seu exército. E saiu de lá, curado!
Não foi uma cura qualquer. Sua pele foi restaurada. Ficou saudável como a de uma criança! Recebeu mais do que pediu, do que sonhou, imaginou e esperou!
“Toda a glória seja a Deus que, por Seu grande poder que atua em nós, é capaz de realizar infinitamente mais do que poderíamos pedir ou imaginar. A Ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações, para todo o sempre! Amém”. – Efésios 3.20
Naamã quis presentear Eliseu. Ele não aceitou. Já obedecia ao Senhor Jesus quando, séculos mais tarde, este disse: “Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos e expulsem os demônios. Deem de graça, pois também de graça vocês receberam”. – Mateus 10.8
E melhor que tudo, não foi apenas a pele de Naamã que foi curada! Ele decidiu seguir, honrar e adorar apenas o único Deus Verdadeiro, o Senhor dos Exércitos, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de Israel, o meu Deus e, espero, o seu Deus. O Deus pessoal e único. E, mesmo em terra estrangeira, foi o que fez.
Estou certa que o testemunho de sua cura alcançou muitas pessoas. Pessoas que aquela menina não conseguiria alcançar. Mas, tudo começou, com seu testemunho. Ela faz parte da história!
Ah, como precisamos de homens como Eliseu. Que apontem para si e digam: “Eu tenho a resposta. Eu ando com o Senhor”. Homens que, como Pedro e João, digam: "Olhem para nós... O que tenho lhe dou" (Atos 3.4-6). Homens como Paulo, a quem devemos imitar.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/atos-31-26.html
http://www.espalhandoasemente.com/2019/12/1-corintios-101-1231.html
Queridos, se temos andado com o Senhor, temos as respostas. As respostas estão nEle! Ele deseja nos curar da lepra, do pecado, das feridas das nossas almas. Ele deseja nos restaurar, nos renovar e nos salvar.
Em tempo de pandemia de coronavírus ou qualquer outra, podemos gritar a plenos pulmões que não há necessidade de rasgar as vestes em desespero. Podemos, sim, rasgá-las em humilhação e nos voltarmos para o Senhor.
Não estamos imunes ao que acontece no mundo. Pode ser que alguém que conheçamos ou até nós mesmos, sejamos atingidos por esse vírus, mas podemos descansar e confiar no Senhor.
Que tomemos todas as atitudes para nos proteger. A nós e aos outros. Afinal, somos templos do Espírito e temos essa obrigação. A vida é uma dádiva muito grande e maravilhosa. Precisamos zelar por ela.
Que nos lembremos, a cada dia, que temos a resposta! Jesus é a única e verdadeira resposta! Ele é nosso castelo forte!
“Aqui no mundo vocês terão aflições, mas animem-se, pois eu venci o mundo”. – João 16.33
"Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e Eu lhes darei descanso". - Mateus 11.28
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