quarta-feira, 28 de junho de 2017

Quem é o seu Deus?

Isaias 36 nos conta a ameaça do rei da Assíria, Senaqueribe, à cidade de Jerusalém.

Este rei atacou e conquistou TODAS as cidades fortificadas de Judá. Só restava Jerusalém. Ele envia seu comandante, com um grande exército, que no aqueduto do açude superior aguarda para negociações de rendição.

O administrador do palácio, o secretário e o arquivista real foram ao seu encontro.

Consegue imaginar a cena? De um lado um poderoso comandante, acompanhado de seu exército, que acabara de pilhar TODAS as cidades fortificadas de Judá. Do outro, três homens da confiança do rei. Um rei que não possuía mais reino. Apenas uma cidade.

Como Ezequias poderia pensar em resistir? Jerusalém era a única cidade de Judá que não havia caído.

O comandante do exército, que traz uma mensagem do poderoso rei assírio, começa com uma pergunta. "Em que você está baseando essa sua confiança?" "Em quem você confia?"

E ele mesmo responde: "Você está confiando no Egito". Já reparou que sempre que precisamos lidar com os Senaqueribes da vida, temos a  tendência de confiar no Egito? De imaginar e planejar várias estratégias de ação, como se alguém além do Senhor pudesse nos livrar? Não sei você, eu sou assim. Imagino várias ações e atitudes que estão muito além do que eu poderia fazer. Então, lembro a mim mesma que só tenho o Senhor. Não há outra saída. Não há outro socorro.

O comandante vai além, sempre tentando confundir e minar a confiança de Israel. "E se você disser que confia no Senhor..." E lembra que Ezequias destruiu os altares de sacrifício. Acusando-o de ter destruído os altares do Senhor! De ter limitado o Senhor impondo-lhe apenas um altar, quando Ezequias havia derrubado ídolos e altares. Ah, isso me é tão familiar!

Quantas vezes derrubamos altares em que confiávamos e somos atacados com a dúvida de termos feito o certo?

Então, só depois de semear dúvidas e descrenças, o comandante propõe que Ezequias se entregue. E nessa proposta de rendição, continua seu discurso de rebaixamento, em hebraico, a língua falada em Judá.

Os assírios eram mestres na guerra. "Se você tiver dois mil homens, lhe darei os cavalos para montar." "Você não pode repelir um só dos menores oficiais do meu Senhor." Em outras palavras: "Você não é ninguém. Apenas um derrotado. Não tem para onde correr. O Egito não poderá salvá-lo. E pior, o Senhor não poderá salvá-lo. O próprio Senhor me mandou aqui para destruir essa nação."

E agora? O que fazer? Em meio a tantas ameaças e mentiras, uma verdade. O Senhor havia falado que se o povo não se voltasse para Ele, seria destruído.

Os enviados de Ezequias pediram que o comandante assírio falasse em aramaico, a língua oficial do Oriente Médio, para que o povo não entendesse. Ele se recusou. Sua intenção era justamente desanimar e apavorar a todos. E mais uma vez bradou: "Não deixem Ezequias convencê-los a confiar no Senhor."

O primeiro ataque era o psicológico. Estou certa de que você já viveu essa cena, assim como eu.

O comandante afirmou que todos comeriam suas próprias fezes e beberiam sua urina. Mas, se fizessem as pazes com o rei da Assíria, comeriam da sua própria vinha e beberiam da sua própria cisterna, até serem levados a uma terra semelhante à sua, terra de cereal e vinho, de pão e vinhas. Lhe parece familiar?

Para que resistir?

E novamente veio o ataque ao Senhor, o Deus de Ezequias. Nenhum deus havia conseguido livrar qualquer nação ou cidade da mão da Assíria,  por que o Senhor os livraria? Quem é o Senhor para livrar? E assim, minando a coragem e a fé de todos, ele termina a conferência.

Os representantes de Ezequias, com suas vestes rasgadas, foram contar-lhe o que haviam ouvido.

E agora? O que Ezequias fará? Há algo a fazer? Existe uma saída? Um escape? Já havia suprido a cidade de água, canalizando-a. Quando estive em Israel pude visitar o túnel de Ezequias, por onde passa água até os dias de hoje. Havia também fortificado o muro de Jerusalém e o aumentado, para receber os refugiados do reino do Norte e do oeste de Judá.

Seria possível fazer mais alguma coisa? Todas as cidades ao redor estavam sob o domínio da Assíria.

Nos registros históricos, Senaqueribe se gaba de ter trancafiado Ezequias como um pássaro em uma gaiola. E era assim. Não havia como sair de Jerusalém. O inimigo o cercava por todos os lados.

Haveria algo mais a fazer?

O exército assírio contava com cento e oitenta e cinco mil soldados. Homens valentes e impiedosos. Que destruíam e saqueavam tudo o que viam. Como escapar de algo tão terrível? De uma derrota eminente?

Por enquanto, vamos meditar nesse capítulo. Afinal, muitas vezes nos deparamos com situações assim. O ceder, o desistir, o concordar é muito mais fácil. Não vemos saída. Opor-se dá trabalho. É  desgastante. Sentar no sofá, chorar e entregar-se à depressão é muito mais fácil. Não requer esforço algum. É só deixar-se levar montanha abaixo. Eu sei. Já vivi isso. Já desci a montanha.

Qual sua atitude diante das ameaças e ofertas da Assíria? Qual minha atitude? O que precisamos corrigir? A quem devemos ouvir quando o inimigo grita ameaças e ofertas para nós?

Precisamos saber quem é o nosso Deus. Ele é capaz de nos livrar? Somos capazes de confiar?

Logo caminharemos pelas páginas da Bíblia e veremos, no capítulo 37 de Isaías, qual foi a atitude de Ezequias e os acontecimentos provocados por essa atitude.







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