Terminando o capítulo 17.
Encontramos Pedro, em Cafarnaum, cidade onde morava, sendo abordado pelos coletores de impostos do templo.
Havia dois tipos de impostos (bem menos que hoje, bem menos que aqui).
Um imposto, do qual Mateus, que escreveu o livro que estamos caminhando, era coletor. Eram impostos para os romanos. Esses coletores eram odiados pelos judeus. Como dominantes de toda aquela região, os romanos cobravam impostos, para administração e melhorias e, como hoje, muitas vezes não eram utilizados para tal. E quando eram, seus beneficiários deveriam obedecer os que realizaram as melhorias.
O outro imposto, orientado por Deus a Moisés, quando da entrega da Lei (Êxodo 30.13), servia para manutenção do templo. Anualmente, era recolhido de todos os homens, a partir de vinte anos de idade. Duas dracmas, o equivalente a meio shekel. O valor do salário de aproximadamente dois dias de trabalho. O shekel ainda é usado em Israel, como moeda nacional.
Pois bem, o que responder à pergunta, “à queima roupa”, desses coletores? Eles queriam saber se Jesus pagava o imposto do templo. Curiosidade? Duvido. Queriam arrumar mais uma desculpa para acusar Jesus de estar fazendo algo contra a lei, já que todos os homens acima de vinte anos deveriam pagar tal imposto.
Pedro, conhecendo Jesus, sabendo que cumpria toda a lei, respondeu imediatamente: “Sim, paga”.
Não sei quais pensamentos estavam em sua cabeça. Acredito que ele não dispunha do dinheiro ali, na hora, caso contrário, teria pago. Com certeza foi pelo caminho pensando em como abordar Jesus. Talvez preocupado. Ele não pescava mais como antigamente. Agora seguia o Senhor por onde quer que fosse. O tempo todo.
Ah, amo essa cena. Preste atenção. Olhe só o que irá acontecer.
Estamos em casa com Jesus. Pedro chega preocupado, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, Jesus fala primeiro. E olha que estamos falando de Pedro, o falador. Consegue perceber o amor e o cuidado do Senhor aqui, num simples caso de imposto do templo?
Ele pergunta: “O que você acha Pedro?” Jesus gosta de perguntas. Está sempre fazendo perguntas. Até responde uma pergunta com outra. Sempre nos fazendo pensar. Seu desejo não é, nunca foi, sermos robotizados, pessoas que seguem algo cegamente, sem saber para aonde ir. Como cegos guiando outros cegos, conforme Mateus 15.14. Ele deseja de nós que O amemos de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo nosso entendimento (Mateus 22.37). Andar por fé não significa ignorância. Posso não saber para onde estou indo, como Abraão, mas sei a quem estou obedecendo (Gênesis 12.1). À medida que obedecemos, Ele nos revela um pouco mais. Faz-nos perguntas. Nós fazemos também. E Ele bondosamente nos responde, ao Seu tempo.
Pedro começa a pensar, não sabia sobre o que o Senhor estava falando. Ainda. O Senhor costuma fazer essa pergunta para nós. “O que você acha Symone?” Algumas vezes conseguimos responder. Outras não. Então, Ele mesmo vem em nosso auxílio e responde. E quando responde, tudo fica claro. Entendemos Sua pergunta. Entendemos Sua resposta. Concordamos com Ele. E, importante, O obedecemos.
Sempre que pergunta “O que você acha?”, Ele explica exatamente do que está falando. E continua: “De quem os reis da terra cobram tributos e impostos: de seus próprios filhos ou dos outros”?
Agora ficou fácil para responder. Você consegue imaginar um rei cobrando imposto dos príncipes e das princesas, seus filhos, que moravam com ele, dentro de seu fabuloso castelo? Nem Pedro, que respondeu ao Senhor: “Dos outros”.
Jesus conclui: “Então os filhos estão isentos.” Isso é claro como água. Continua: “Mas para não escandalizá-los...” Ah, o Senhor sabe o que está fazendo. Sempre. Se Ele sabia que haviam interrogado Pedro, sabia também qual havia sido sua resposta. Conhecendo o caráter de Jesus, estava certo de que Ele pagaria o imposto. Consegue enxergar que a resposta de Pedro iria mover Jesus a agir de alguma maneira?
Estamos ali, observando aquela cena. Concordando com tudo. É tão simples e claro!
Para nossa surpresa (como sempre, estou boquiaberta), Jesus fala para Pedro ir ao mar, jogar o anzol, tirar o primeiro peixe e abrir-lhe a boca. Ele encontraria uma moeda. Uma moeda de quatro dracmas.
Meu queixo cai. Como assim?
Ah, uma moeda de quatro dracmas dava para pagar o imposto de duas pessoas. Jesus ordena que Pedro, após pescar, pague o imposto dos dois, “o meu imposto e o seu”.
Não é lindo?
Jesus, o Supridor-Mor, dá uma ordem específica a Pedro. O texto não entra em detalhes, mas é claro que Pedro na mesma hora obedeceu. Imagine ouvir o que ouviu e não sair correndo? Corro atrás dele. Essa eu preciso ver.
Está aqui escrito, aconteceu. Pedro foi, lançou o anzol ao mar. Coração acelerado. Olha para o peixe. Boca fechada. “Vou encontrar uma moeda na boca desse peixe? E ainda por cima, de duas dracmas?” Mas foi o que aconteceu. Abriu a boca do peixe. Havia ali uma moeda de duas dracmas, como o Senhor falou. Ele nunca mente. Pedro foi e pagou o imposto dos dois.
Jesus quando ordenou aquela pesca, pagou o imposto dEle e de Pedro. Importou-se em obedecer a lei do templo. Pagou Seu imposto. Supriu a necessidade de Pedro. Com uma moeda de quatro dracmas, encontrada na boca de um peixe. Impossível? Ele não dá valor algum a essa palavra (Mateus 19.26).
E Pedro? Não sentiu-se constrangido. Obedeceu ao Senhor. E pagou o imposto dos dois. Não argumentou “Senhor, vou trabalhar dois dias para pagar o meu, certo?” Não. Nada disso. Ele aceitou o oferecimento do Senhor.
Quanto podemos aprender desse simples texto! Perguntas. Respostas. Suprimento. Impossibilidades acontecendo.
Para o Senhor não há limites. Precisamos aprender a ouví-Lo, a responder Suas perguntas e obedecer.
Esse peixe ainda deve ter sido assado e comido por eles. Nada de desperdício. Lembra das duas multiplicações de pães e peixes? Os cestos que sobraram foram recolhidos.
htt;p://www.espalhandoasemente.com/2017/12/continuamos-nossa-viagem-atraves-do.html http://www.espalhandoasemente.com/2017/12/a-segunda-multiplicacao-dos-paes-e.html
Quase posso sentir o cheiro desse peixe assando. Que delícia!
Então, ficamos por aqui. Amanhã prosseguimos.
Até lá.
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