sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Mateus 18.1-35

Leitura do dia 16/10.

Na postagem anterior vimos a transfiguração de Jesus. A cura de um menino possesso. E o Senhor pagando Seu imposto e o de Pedro.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/10/mateus-171-27.html

Agora, seguiremos através do capítulo dezoito de Mateus.

Encontramos os discípulos perguntando a Jesus quem era o maior no Reino dos céus.

Ele chamou uma criança, colocou-a no meio deles e assegurou que, a não ser que se convertessem e se tornassem como crianças, jamais entrariam no Reino dos céus.

Não foi essa a pergunta dos discípulos. Mas, enquanto estavam preocupados em ser o maior no Reino dos céus, Jesus se importava com a conversão deles. Entrariam no Reino dos céus?

Converter-se. O que significa? Mudar de direção. Imagine que você está no trânsito indo para o sul e precisa ir para o norte. Assim que encontrar uma “conversão”, você entra para mudar sua direção.
Jesus disse aos discípulos que se não se convertessem e se tornassem como crianças, jamais, veja bem, jamais, entrariam no Reino dos céus. Isso era o importante. Não quem seria o maior ou o menor. Entrar. Não ficar de fora.

Uma criança quer carinho, amor, atenção. Não se preocupa em ser a maior. Quer ser amada. Quer amar também.

Já reparou que muitas vezes, como os discípulos fizeram aqui, perguntamos ao Senhor algo de nosso interesse e Ele responde algo do interesse dEle?

O Senhor continua dizendo que quem recebesse uma criança em Seu nome, estaria recebendo-O. Mas, se ao contrário, alguém fizesse cair em pecado um pequenino que nEle cria, seria melhor amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar. Uma pedra de moinho era a pedra usada para moer grãos e giradas por um burro. Enorme.

Enquanto os discípulos pensavam em ser os maiores, o Senhor se importava com o que poderia impedi-los de entrar no Reino dos céus.

E prossegue, aparentemente falando sobre assuntos que não tem a ver com o questionamento deles.

“Ai do mundo por causa das coisas que fazem cair em pecado”! E afirma que é inevitável que essas coisas aconteçam, mas ai daquele por meio de quem acontecessem. E, assim como no conhecido “sermão do monte”, em Mateus cinco, repete que se a mão ou pé, ou olho o fizer tropeçar, deve ser arrancado. É melhor entrar no Reino dos céus sem eles do que não entrar. E ser lançado no fogo do inferno. http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/os-ensinos-praticos-de-jesus.html

Quantas vezes temos oportunidade de aprender com o Senhor mas, à semelhança dos discípulos, fazemos as perguntas erradas!

Para nossa felicidade, muitas vezes Ele responde além do que perguntamos, nos fazendo pensar nas perguntas que realmente importam.

Como alguém disse, é melhor quase não entrar no Reino dos céus e entrar do que quase entrar e ficar do lado de fora.

Que nosso interesse esteja no que realmente importa. Posição? Como está em Lucas 16.15b: “Mas Deus conhece o seu coração. Aquilo que este mundo valoriza é detestável aos olhos de Deus”.

O Senhor se importa com o que realmente é valioso, transformador e importante. Caráter, não posição.

Será que temos nos achegado a Ele com as perguntas e os interesses certos?

Jesus continua falando sobre a importância que dá aos pequeninos. Seu alerta é ter cuidado para não desprezar um só pequenino que seja. Não nos chama a ter cuidado para com alguém que possui um cargo importante, uma posição influente, uma herança fabulosa, uma empresa de sucesso. Não. Nem com os "fazedores de opinião", os influenciadores da sociedade. Não. Nos alerta a termos cuidado com os pequeninos. Aqueles mesmos, que muitas vezes são desprezados, desvalorizados, sequer vistos. Se devemos ter cuidado para não desprezarmos os pequeninos, significa que devemos ser atenciosos com esses pequeninos. Cuidar deles.

E continua falando da importância de uma só pessoa.

Se um pastor tiver cem ovelhas, noventa e nove estiverem bem, dentro do aprisco, e uma se perder, esse pastor irá atrás daquela que se perdeu. Irá procurá-la. Até encontrar. Não importa que foi ela quem se desgarrou, que se afastou do pastor, que não ouviu sua voz. Continuará procurando. Até encontrar.

Então, após encontrá-la, ficará muito mais feliz por aquela que estava perdida e foi encontrada do que pelas noventa e nove que já estão em segurança. Esse é o caráter do Senhor. Veio para os doentes e não para os sãos. Para os que precisam. 

O Senhor importa-se conosco, em nossas individualidades. Importa-se com os pequeninos. 

Você pode até olhar no espelho e achar que não tem valor, mas Ele morreu por você, individualmente. Ele quer se relacionar conosco, também individualmente.

Que possamos aprender com o Senhor a valorizar cada pessoa, independente de quem ela seja, ou o que tenha. Todos são importantes aos Seus olhos.

E mais! Que obedeçamos Seu alerta de não desprezar nenhum dos pequeninos.

Depois, Jesus ensina Seus discípulos como tratar a ofensa de um irmão.

Começa dizendo que “se o seu irmão pecar contra você”, veja bem, é o seu irmão. Não propriamente irmão de sangue. Irmão no sentido de companheiro, amigo, alguém chegado.

Pois bem, se o seu irmão pecar contra você, vá a ele, vocês dois apenas, e mostre-lhe o erro. Se ele não ouvir? Vire as costas e deixe para lá? Não. Procure uma ou duas pessoas de confiança que sirvam de testemunha. Era a exigência da lei mosaica. Sempre ter mais de uma testemunha, para ninguém ser condenado apenas pela palavra de uma pessoa.

E se ainda assim não ouvir? Virar as costas e deixar para lá? Não. Vá e conte à igreja. E se ainda continuar a se recusar a ouvir? Vire as costas e deixe para lá?

Muitos gostam do que o Senhor falou: “Trate-o como gentio ou cobrador de impostos”.

Gostaria de fazer uma pergunta: Como os discípulos viam o Senhor tratando essas pessoas? Com misericórdia.

O próprio escritor que estamos lendo nesse momento era um publicano que havia sido chamado a largar tudo para servir o Senhor. Foi assim que o Senhor o tratou. Chamou-o para Si.

Então, tente resolver a questão a sós. Ou com testemunhas. Ou diante da igreja. Se não conseguir, continue “enviando missionários e orando”, pois é assim que o Senhor trata os pagãos e os publicanos. Não consigo ver outra forma.

Isso é tão importante que logo em seguida Ele fala que tudo o que ligarmos na terra será ligado no céu e tudo o que desligarmos na terra, será desligado no céu. Já parou para pensar no poder que nossas ações têm?

Ele continua dizendo que se dois de nós concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirmos, nos será feito. Percebe o poder da unidade? Não podemos andar sozinhos. Precisamos andar, no mínimo, em duplas. Duplas que concordem. Que se ajudem mutuamente.

E mais. Essa afirmação é simplesmente maravilhosa. Tenho vontade de saltar. Onde está minha plaquinha escrita “aplausos”?

Afirma que onde estiverem dois ou três reunidos em Seu nome, Ele está no meio deles. Não é “vou ver se consigo chegar e ficar com vocês” ou “vou tentar estar com vocês”, ou “talvez eu faça um esforço e esteja com vocês”. Não. É certeza. Está conosco. Está conosco sempre que estamos reunidos em Seu nome. É maravilhoso demais para mim ter certeza de Sua presença!

Que tenhamos zelo com aqueles que nos ferem. Como o Senhor tem zelo com todos.

Que nunca andemos sozinhos, pois precisamos uns dos outros. Sempre. Não seja tolo andando sozinho pois “Quem vive isolado se preocupa apenas consigo e rejeita todo bom senso.” – Provérbios 18.1

Aprenda a compartilhar e pedir socorro. Aprenda a andar em unidade. Precisamos disso. É muito melhor. “É melhor é serem dois que um, pois um ajuda o outro a alcançar o sucesso. Se um cair, o outro o ajuda a levantar-se. Mas quem cai sem ter quem o ajude está em sérios apuros. Da mesma forma, duas pessoas que se deitam juntos aquecem uma à outra. Mas como fazer para se aquecer sozinho? Sozinha, a pessoa corre o risco de ser atacada e vencida, mas duas pessoas juntas podem se defender melhor. Se houver três, melhor ainda, pois uma corda trançada com três fios não arrebenta facilmente.” – Eclesiastes 4.9-12

Vamos nos reunir em Seu nome. Ele está conosco. Ouvindo e ensinando. Ele nunca mente.

Pedro, quase sempre era ele, se aproxima de Jesus e pergunta quantas vezes deveria perdoar seu irmão quando pecasse contra ele. Até sete vezes? Quando fez essa pergunta, talvez estivesse pensando na tradição judaica. Uma pessoa era considerada tendo um espírito perdoador, se perdoasse alguém três vezes. Pedro colocou sete. Mais que o dobro. O número que representa perfeição. Deveria ser o suficiente para os altos padrões de Jesus.

Ah, todos nós paramos. Queremos ouvir Sua resposta. Se falar sete vezes, já estamos felizes. Alguns até começam a contar quantas vezes já perdoaram para ver se já chegaram nas sete vezes.

Então, escutamos Sua resposta. Ele fala que  não é até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Faço mentalmente a conta. Setenta vezes sete é igual a quatrocentos e noventa. São vezes demais para perdoar uma única pessoa.

O que o quis dizer aqui? Vamos ficar contando, cada vez que “aquela” pessoa pecar contra nós, até chegar em quatrocentos e noventa? Claro que não. O Senhor quis dizer que devemos perdoar sempre. Ninguém vai ficar contando, “uma, duas,,. trezentos e oitenta e sete”. É uma perda de tempo completamente desnecessária.

Estou certa de que Pedro, assim como alguns de nós, estão boquiabertos, pensando como é difícil. Mas creia, é possível. O perdão não é um sentimento. É uma escolha. Um mandamento. No modelo de oração que o Senhor nos ensinou pedimos que sejamos perdoados, assim como perdoamos. É uma lei espiritual. Imutável. http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/a-motivacao-certa.html

Jesus começa a contar uma parábola. Todos prestam atenção. Ficamos ali parados, ouvindo.

O Reino dos céus é semelhante a um rei que deseja prestar contas com seus servos. Quando começou o acerto foi trazido até ele um homem que devia uma quantidade enorme de prata. Como não tinha como pagar, o rei ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que possuía fossem vendidos, para pagar a dívida.

O servo desesperado, não desejava se tornar escravo, prostrou-se diante dele e lhe implorou misericórdia. Pediu que o rei tivesse paciência com ele, pagaria tudo que devia. Como era uma quantia enorme, com certeza demoraria muito, por isso pediu paciência.

O rei teve compaixão daquele servo, cancelou a dívida e o deixou ir. Ele se compadeceu a tal ponto que cancelou a dívida. Não dividiu em suaves prestações. Cancelou a dívida.

Quando aquele homem saiu da presença do rei, encontrou um converso, que lhe devia cem denários, o equivalente a cem dias de trabalho. Muito menos do que devia ao rei. Seu conservo não tinha como pagar. Sabe o que ele fez? Agarrou o homem ao ponto de começar a sufocá-lo dizendo que pagasse o que lhe devia.

Seu conservo caiu de joelhos, implorou-lhe que tivesse paciência e pagaria tudo. Fez o mesmo pedido que ele havia feito ao rei. A única diferença era que sua dívida era muito maior. Ele não quis nem esperar, muito menos perdoar. Ordenou que o conservo fosse lançado na prisão até que pagasse a dívida.

Imagino que naquela época havia serviços forçados para que credores recebessem o que lhes era devido.

Quando os outros servos, companheiros dele, viram, ficaram muito tristes e contaram ao rei o que havia acontecido.

O rei ficou indignado. Chamou-o à sua presença. Disse que era um servo mau. Sua dívida toda fora cancelada, porque havia implorado. Não devia ter tido misericórdia do seu conservo como o rei teve dele? Irado, o rei entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo que devia.

A parábola termina aqui. Olho para a plateia de Jesus. Vejo muitos de olhos arregalados. Coração na boca.

Jesus afirma que Seu Pai celestial fará da mesma maneira a cada um que não perdoar de coração a seu irmão. Uau! Que afirmação séria! Perdoar nem sempre é fácil. Perdoamos com facilidade um estranho ou alguém com quem não temos muita amizade, mas perdoar um irmão é diferente porque nos fere muito mais. Quanto mais próxima a pessoa, maior é a ferida aberta.

Porém perdoar, como falei, não é um sentimento. “Ah, estou sentindo que vou perdoar” ou “não estou sentindo que vou perdoar”. Perdoar é uma escolha. Aquele servo a quem o rei considerou mau, não quis perdoar. Não quis.

O Rei e Criador do Universo perdoou-nos. De uma dívida impagável. Cancelou nossa dívida na cruz do Senhor Jesus. Ele foi o preço dos nossos pecados. Por mais que alguém nos deva, por mais que alguém tenha pecado contra nós, por mais que alguém nos tenha ferido não se compara com o que fizemos com Ele.

Ele nos perdoou. Dando-nos o exemplo para que perdoássemos também.

Quando não perdoamos, somos entregues aos atormentadores. Não temos paz. Estamos sempre sofrendo. Revivendo aquela situação que nos aprisiona e que é um verdadeiro tormento.

Acredite, quando perdoamos, estamos fazendo mais bem a nós mesmos que àquele a quem nós perdoamos. Nossa dor é legítima, mas precisamos olhar além dela e perdoar. Seremos livres e felizes.

Ficamos por aqui. Sondemos nossos corações. Há alguém que ainda precisamos perdoar? Façamos então, para não sermos como aquele servo mau que foi lançado na mão dos atormentadores. E ficou ali, por um longo tempo.

Amanhã prosseguimos. Leremos a partir do capítulo dezenove de Mateus. Até  ao vinte e dois.

Espero você. Até lá.

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