Leitura do dia 28/10.
Na postagem anterior vimos o Senhor enviar Seus discípulos e agradecer ao Pai pela salvação. Um especialista da Lei coloca-O à prova. Ele conta a parábola do bom samaritano. Visita Marta e Maria. http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-101-42.html
Agora, continuamos através do capítulo onze de Lucas.
Certo dia, após orar, um de Seus discípulos pede que os ensinem a orar, como João Batista ensinara a seus discípulos.
Ele ensinou. Deu-lhes um modelo. Não devemos ficar repetindo a oração hoje conhecida como “Pai Nosso”. Ela é um modelo. Nela, Jesus nos ensina alguns pontos muito importantes.
Devemos reconhecer o Todo-Poderoso como Pai. Nosso Pai. Isso demonstra a intimidade que precisamos ter com Ele. Nosso Pai está nos céus e nos ouve. Tem prazer em ouvir nossa oração, ainda que saiba de tudo que precisamos, antes mesmo de abrirmos nossas bocas para pedir.
O louvor deve fazer parte da nossa oração. Devemos santificar Seu nome. Reconhecer quem Ele é. Único. Santo.
O desejo de que o Reino do Senhor venha deve estar em nossos corações. É com este Reino que devemos nos importar, amar, ansiar.
Precisamos desejar Sua vontade em nossas vidas, como é no céu. Lá nada acontece fora da Sua vontade. Absolutamente nada.
Nossa oração deve conter o pedido para que o Senhor supra nossas necessidades no dia de hoje. O nosso pão diário.
Não podemos nos esquecer de pedir perdão pelos nossos pecados. Nossas vestes devem estar limpas em todo o tempo. Nosso pedido de perdão está atrelado ao perdão que oferecemos àqueles que nos ofendem, nos devem, nos aborrecem.
Também devemos pedir que o Senhor nos fortaleça e nos livre das tentações, que tão de perto nos rodeiam. Que Ele nos livre do mal.
Oração é intimidade. Através dela aprendemos a conhecer nosso Pai. Não podemos negligenciar esses momentos a sós com Ele. A oração nos fortalece. Passamos a saber em quem temos crido.
Logo em seguida ao modelo de oração que nos deixou, Ele dá uma suposição aos discípulos. Que imaginem ir à casa de um amigo à meia-noite para pedir três pães. Explica que um amigo chegou sem avisar e não há o que comer. Esse amigo, importunado, diz que está tarde, e não vai ajuda-lo. Jesus garante que se continuar batendo à porta, o amigo o atenderá, se não pela amizade, pela insistência.
Ele mesmo explica que devemos pedir para receber. Procurar para encontrar. Bater na porta para que seja aberta. Todos que pedem, recebem. Quem procura, encontra. E para todos que batem, a porta é aberta.
Pergunta aos pais ali presentes se um filho lhe pedir peixe, alguém daria uma cobra? Se lhe pedir um ovo, lhe daria um escorpião? Conclui que, nós que somos pecadores sabemos dar bons presentes a nossos filhos, quanto mais nosso Pai que está no céu dará o Espírito Santo a quem pedir.
Certo dia, Jesus expulsou um demônio de um homem. Quando o demônio saiu, o homem, que era mudo, começou a falar. Todo o povo ficou atônito. Alguns, porém, disseram que expulsara o demônio pelo príncipe dos demônios, Belzebu. Acredito que a ideia de Jesus ser o Filho de Deus, lhes dava urticária. Teriam muito o que explicar e se arrepender. Estavam na contramão dEle. Alguns ainda tiveram a capacidade de exigir um sinal do céu para que provasse Sua autoridade.
Uma das coisas que mais me deixam maravilhada em Jesus, são Suas respostas. Claro, tenho vontade de fulminar aqueles homens com uma simples olhada. E Ele era (e é) Deus. Sendo acusado de ser Belzebu, príncipe dos demônios, não se defende explicitamente. Responde com sabedoria, levando Seus ouvintes e acusadores a pensar. Sua resposta é lógica pura. Ordena que eles mesmos pensem. Se Satanás está dividido e luta contra si mesmo, logo não sobreviverá. E se expulsa por Belzebu, o que dizer dos discípulos daqueles que afirmavam tal absurdo? Mas se expulsa demônios pelo Espírito de Deus (que era o caso), então o Reino de Deus chegou até eles. Simples assim. Pensem e tomem a decisão de vocês. Suas respostas sempre produzem um acelerar em meu coração.
Continua nos fornecendo mais um pouco de Sua sabedoria. Para vencer um homem forte, somente um mais forte ainda, que o vencerá, tirará dele suas armas e levará embora seus pertences.
Além disso, quem não está com Ele, está contra Ele. Com o Senhor não há meio termo. Não há um muro para ficar em cima, apenas observando o que está acontecendo. Precisamos tomar uma posição. Ou estamos com Ele, ou contra Ele. Ou O seguimos, ou O abandonamos.
Quando estava falando, uma mulher da multidão gritou que a mãe dele era feliz por ter um filho tão sábio. Jesus respondeu que mais feliz ainda eram todos que ouviam a palavra de Deus e a praticavam.
Não podemos ser apenas ouvintes de Sua palavra. Precisamos ser praticantes. A cada dia.
Enquanto a multidão o apertava Jesus disse que aquela geração perversa insistia que lhe desse um sinal. O que queriam ver? A terra se abrir e engolir alguns, como aconteceu com Coré (Números 16)? Só queriam mais uma desculpa para não seguir Jesus. Ele diz que nenhum sinal seria dado, exceto o sinal do profeta Jonas. O que aconteceu com Jonas foi um sinal para Nínive. O que aconteceria com Ele, seria uma sinal para aquela geração. Falava sobre Sua morte e ressurreição, mas claro, os fariseus e os mestres da lei não entenderam. Não tinham ouvidos para ouvir. Eram seletivos. Só ouviam e viam o que lhes interessava. O que pudesse respaldar suas vidas, não denunciá-las.
Novamente gostaria de ter uma placa escrita “aplausos” ou ser uma líder de torcida, como no vôlei ou futebol, que incentiva a torcida a gritar, bater palmas e até fazer a “ola”. Jesus afirma que os homens de Nínive se levantarão no Juízo e condenarão aquela geração incrédula, pois se converteram com a pregação de Jonas e quem estava na frente deles é maior que Jonas. Uau!
Que afirmação! Quase consigo ouvir os dentes daqueles homens rangendo de tanta raiva.
Sabia como eram nacionalistas e citou a Rainha do Sul, a Rainha de Sabá, que veio de outra nação, no sudoeste da Arábia, para ouvir a sabedoria de Salomão e, à frente deles estava alguém maior que Salomão.
Cada afirmação dEle faz meu coração saltar de alegria. Ele é maior que tudo, que todos.
Aqueles homens, no entanto, não O seguiram. E nós? Reconhecemos Sua superioridade? Sabemos quem de fato Ele é?
A incredulidade é realmente algo terrível. O Senhor explica o que aconteceria com aquela (ou essa) geração perversa. Estavam sendo limpos pela palavra que ouviam, mas não tomavam posição. A casa que havia sido antes habitada por um espírito imundo estava desocupada, varrida e em ordem. Pronta para o Senhor morar. No entanto, estava trancada. Não faziam o convite a Ele. Ficariam em um estado muito pior que o anterior. Aquele espírito imundo voltaria, levando com ele sete espíritos piores e entraria novamente na casa, passando a viver ali. E o estado daquele homem, e no caso, daquela geração, seria pior do que o primeiro. Ah, como sabemos que isso é verdadeiro.
Qual tem sido nossa atitude diante dEle, aquele que é maior que qualquer outro (Filipenses 2.9)?
Jesus, sempre falando em parábolas, explica que ninguém acende uma candeia e a coloca onde fique escondida, muito menos embaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-se a candeia no lugar apropriado, para que todos que entram naquela casa possam ver sua luz.
Continua explicando que os olhos são a candeia do corpo. Quando nossos olhos são bons, todo nosso corpo estará cheio de luz. Se forem maus, todo nosso corpo estará cheio de trevas.
Devemos ter cuidado. Para que a luz que está em nosso interior não sejam trevas.
Se nosso corpo estiver cheio de luz, e nenhuma parte estiver em trevas, estará completamente iluminado, como quando a luz de uma candeia brilha sobre nós.
Seu discurso é cheio de sabedoria, como sempre.
Ele nos ordena a sermos luz. Já vimos lá atrás, quando passávamos por Mateus. http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/somos-sal-e-luz.html
O objetivo da luz é brilhar. Quando a luz brilha, as trevas acabam. As trevas são ausência de luz. Sendo luz, não podemos estar escondidos. Precisamos estar à vista, brilhando. Não podemos deixar que nos sufoquem, nos prendendo “debaixo de uma vasilha”.
Jesus mandou que tivéssemos cuidado para que a luz que estão em nosso interior não fossem trevas. Como uma luz pode ser trevas?
Imagine um lugar muito claro. E um muito escuro. Quando chegamos em um lugar muito escuro com uma lamparina bem fraquinha, aquele lugar clareia. Mas não está encharcado de luz. Apenas está um pouquinho mais claro que se não tivesse luz alguma. O que vemos nesses ambientes? Muitas sombras, que podem nos enganar. Podemos imaginar coisas ali. Coisas pequenas que se transformam em grandes. Além disso, muitas coisas não conseguimos enxergar. Detalhes então? Impossível.
Cuidado. Se esse é o seu caso, você está em trevas confundindo a realidade. A verdade não pode habitar em um lugar assim.
Nossos olhos são a candeia do nosso corpo. É com ele que enxergamos. Se enxergamos mal, vendo “homens que andam como árvores”, há algo muito errado com nossa visão. http://www.espalhandoasemente.com/2018/02/outra-cura-personalizada.html
O que temos enxergado? Que tipo de luz temos sido? Nossa luz é tão fraquinha que apenas “confunde a realidade” ou nossa luz é forte o suficiente para espantarmos as trevas?
É hora de enxergamos com verdade. Termos olhos para ver. E transformar nossa luz, se necessário for.
Logo que Jesus termina de falar, é convidado para comer na casa de um fariseu. Jesus foi.
Precisamos acompanhar essa cena.
Quando o Senhor chegou, reclinou-se à mesa. O fariseu, notando que Jesus não se lavara cerimonialmente antes da refeição, ficou surpreso.
Os fariseus eram muito cuidadosos com todos os cerimoniais. Muito mais que com suas vidas.
O Senhor, sabendo como o fariseu pensava, disse que eles, fariseus, limpavam o exterior do copo e do prato, mas interiormente estavam cheios de ganância e maldade.
Ele está à mesa, na casa do fariseu, e fala essas coisas? Nada O intimida?
Tem compromisso com a verdade. Sei disso. Ainda assim, estou boquiaberta. Minha plaquinha de aplausos na mão. Mas prefiro escondê-la. Acho que se não parar, as coisas por aqui vão ficar perigosas.
Para meu total espanto, Ele não para. Chama os fariseus de insensatos. Afinal, quem fez o exterior também fez o interior. O que significa que o interior também deve estar limpo.
Disse aos fariseus que deveriam dar ofertas aos necessitados para que o interior deles ficasse limpo. Havia claramente uma inversão de valores entre os fariseus.
Meu queixo está caído. Como tem tanta ousadia?
E, mesmo com todos em silêncio, boquiabertos, continua dizendo: “Ai de vocês, fariseus...”
Por quê?
Porque dão a Deus o dízimo das hortaliças, mas desprezam a justiça de Deus. O certo é praticar os dois.
Porque amam os lugares de honra nas sinagogas e as saudações em público. Ou seja, gostavam de “aparecer”.
Porque são como túmulos que não se veem, por sobre os quais os homens andam sem o saber. Estão mortos. E ninguém vê. Ninguém percebe.
Então, um perito da lei O interrompe e diz: “Mestre, quando dizes essas coisas, insultas também a nós”.
Quase caio. Isso vai dar briga. O que o Senhor responderá? Sei que não é "politicamente correto”, que tem compromisso com a verdade. Não tem medo de expô-la.
Ele responde: “Quanto a vocês, peritos na lei, ai de vocês também!”.
Por quê?
Porque sobrecarregam os homens com fardos que dificilmente podem carregar, mas eles mesmos não levantam um dedo sequer para ajudar.
Porque edificam os túmulos dos profetas que seus antepassados mataram. Sendo testemunhas de aprovação ao que eles fizeram. Os antepassados mataram, eles fazem os túmulos. Completam a obra.
Minha plaquinha está bem escondida. Meu coração está acelerado. Começo a temer o que pode acontecer. Os homens estão furiosos. Mas Ele não para.
Fala que Deus disse em Sua sabedoria que lhes mandaria profetas e apóstolos, mas matariam alguns e perseguiriam outros. Disse ainda que aquela geração seria considerada responsável pelo sangue de todos os profetas, derramados desde Abel, até Zacarias. Ainda repetiu. Para o caso deles não terem entendido ou achado que não ouviram direito.
Estou encolhida no meu lugar. De braços dados com você. Quase querendo me esconder.
E Jesus continua: “Ai de vocês, peritos na lei, porque se apoderaram da chave do conhecimento. Vocês mesmos não entraram e impediram os que estavam prestes a entrar!”.
Que afirmação terrível! Os peritos da lei se apoderaram da chave do conhecimento e ao invés de entrar no Caminho e andar pela Verdade para conhecer a Vida, não entravam e ainda impediam os que queriam entrar.
Nem sei se alguém comeu.
O que sei é que quando Jesus saiu dali, os fariseus e os mestres da lei começaram a opor-se fortemente a Ele e a interrogá-Lo com muitas perguntas. Esperavam apanhá-Lo em algo que dissesse.
Não se importavam em examinar suas vidas e concluir que falava a verdade. Não queriam interrogá-Lo para aprenderem. Interrogavam para pegá-Lo em alguma armadilha.
Não conhecem o Senhor. Não sabem que nada O intimida. Não sabem que Ele não é "politicamente correto". Que não teme falar a verdade. Que é comprometido com ela.
E quanto a nós? Temos tido esse compromisso? Ou gaguejamos diante de situações que deveríamos nos posicionar? Nos calamos para sermos "politicamente corretos"? Subimos no muro ou estamos comprometidos com a verdade?
Estar comprometido com a verdade não é fácil. É necessário ousadia, como o Senhor. João Batista morreu pelo seu comprometimento. Que o Senhor nos conceda Sua graça. Como precisamos aprender! http://www.espalhandoasemente.com/2017/12/quem-tenho-sido-e-voce.html
Prosseguimos na próxima postagem.
Espero você. Até lá.
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