Leitura do dia 21/10.
Na postagem anterior vimos o Senhor libertar um homem que “ninguém podia com ele”. Também O vimos curar uma mulher que sofria doze anos de uma hemorragia contínua e ressuscitar a filha de Jairo, chefe da sinagoga.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/marcos-51-43.html
Agora, continuamos através do capítulo seis de Marcos.
Jesus vai a Nazaré, cidade onde fora criado. No sábado seguinte, ensina nas sinagogas. Ao que parece, as pessoas não conseguiam se concentrar em Seu ensino. Estavam demais admiradas querendo saber de onde vinha Sua sabedoria e poder. Conheciam Jesus, Seus pais, Seus irmãos e se escandalizaram. Ficaram ofendidas com Sua sabedoria e Seu poder. Não quiseram saber quem de fato era. Apenas não se conformavam com um “filho de carpinteiro” ter a sabedoria que viam nEle.
Assim, não realizou ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles, que O deixou admirado. Disse-lhes que um profeta não recebe honra em sua própria cidade, nem entre seus parentes e família.
Como a fé move os acontecimentos, a incredulidade “empaca”. Milagres não andam de mãos dadas com a incredulidade. Andam de mãos dadas com a fé. Pura e simples.
Jesus, então, passa a percorrer diversos povoados da região. Ensinando seus moradores. Reuniu os Doze e os enviava de dois em dois. Lembre-se, “melhor é serem dois” (Eclesiastes 4.9-12). Ele lhes deu autoridade para expulsar demônios. Instruiu-os a não levar bagagem. Nada a carregar. Nada com que se preocupar. Ficariam onde fossem acolhidos. Se não fossem bem recebidos, que sacudissem o pó da cidade em sinal de protesto.
Eles foram. Diziam a todos que encontravam, que deveriam se arrepender. Expulsaram muitos demônios. Curaram muitos doentes, ungindo-os com óleo.
Que possamos acatar as ordens do Senhor e não nos preocuparmos com bagagens, com roupas extras, com pesos que nos atrasarão. Sua mensagem precisa ser pregada. Com urgência. Sem nenhum empecilho.
Logo o rei Herodes ouviu falar de Jesus. Como não ouvir? Com certeza, Ele era “o acontecimento”. Algumas pessoas diziam que era João, que ressuscitara. Outros, que era Elias. Outros, um profeta como os de antigamente. Herodes acreditou que era João Batista, a quem ele decapitara, que voltara dos mortos.
A última vez que ouvimos dele, foi a respeito de sua prisão. Quando Jesus começou Seu ministério. Agora, Marcos nos conta que Herodes mandou prender e encarcerar (o texto fala desse jeito) João, a pedido de sua mulher, Herodias. Será que tudo isso era medo? Prender e amarrar um homem que não andava armado, que apenas falava a verdade?
Herodias era mulher de Filipe, irmão de Herodes, que morava em Roma. Herodes a tomou como sua esposa.
João Batista, sempre falo, é um dos meus preferidos. Amo. De paixão. Esse homem, cheio de ousadia e verdade, disse a Herodes que era contra a lei viver com a esposa de seu irmão. Herodias o odiava por isso, e queria matá-lo.
Marcos nos conta que Herodes respeitava João. Sabia que era um homem justo e santo. Sempre ficava perturbado quando o ouvia, ainda assim, gostava de ouvir sua mensagem. João era a Voz que lhe dizia a verdade, que lhe lembrava quem era.
No aniversário de Herodes, Herodias teve a oportunidade que procurava. Sua filha dançou e agradou a todos. Herodes lhe prometeu o que quisesse, sob juramento, diante de muitas autoridades. Ela, influenciada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista, em uma bandeja.
Herodes ficou aflito, mas por causa do juramento e dos convidados, mandou matar João e o apresentou numa bandeja. Não era comprometido com a verdade ou com a justiça. Era comprometido com sua reputação. Apenas.
Os discípulos de João, quando souberam de sua morte, sepultaram-no.
Quero chamar nossa atenção para algumas coisas. A primeira é a influência que podemos, e temos, sobre as pessoas. A filha de Herodias, podia pedir o que quisesse. Que lhe fosse construído um palácio, que se casasse com algum nobre guerreiro interessante. Qualquer coisa. Foi influenciada, por sua mãe, a pedir a cabeça de João Batista.
Herodias deveria ser um instrumento positivo de influência para a filha. Usou-a para ser instrumento de sua vingança.
Que tipo de influência temos sido?
João, o Batista, tinha total conhecimento de quem era. A voz. E como voz, não se calava. Denunciava a mentira, proclamando a verdade. Não importava a quem doesse. Como dizem por aí, “dava nome aos bois”. Não temia a verdade. Era comprometido com ela, a ponto de morrer.
Com o que somos comprometidos?
Herodes tinha medo de João porque o considerava profeta. Depois, acreditou que Jesus era João ressuscitado. Mas ficou por aí. Não se aprofundou. Não desejou realmente saber quem era um e quem era outro. Apenas informações superficiais, que não provocaram nele qualquer mudança.
Temos procurado conhecer a verdade?
E como tem sido nosso julgamento com relação ao sucesso ou não das pessoas que nos cercam? João não escreveu um livro, não teve um filho, provavelmente não plantou uma árvore. Não empreendeu um negócio. Pertencia à linhagem dos sacerdotes, mas não servia no templo. Era a voz. Que proclamava a verdade no deserto. Estava no lugar que o Senhor o colocou. Não onde os homens acreditavam que devia estar. Cumpriu seu propósito.
Jesus testemunhou sobre ele, dizendo que “dos nascidos de mulher, ninguém foi maior que João”.
http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/joao-o-batista.html
http://www.espalhandoasemente.com/2016/04/joao-batista-em-um-dia-ruim.html
Qual testemunho Jesus daria de mim? E de você?
De quem temos dado testemunho?
E quanto à filha de Herodias? A quem temos pedido conselhos? Analisamos os conselhos recebidos ou nem pensamos a respeito? Saímos logo pedindo a cabeça de João Batista na bandeja, nos deixando ser manipulados?
Quem são nossos conselheiros? http://www.espalhandoasemente.com/2016/03/quem-sao-os-meus-conselheiros.html
Como temos nos posicionado? Como João? Como Herodes? Como Herodias? Como sua filha? Quem dará testemunho de nós? Como será esse testemunho? Cumpriremos nosso propósito como João cumpriu?
Quando os Doze voltaram, contaram ao Senhor tudo que fizeram. Ele os chamou para descansar, em um lugar deserto. Era tanta gente atrás deles que não tinham nem tempo para comer.
Mas, não conseguiram ficar muito tempo sozinhos. As multidões saíram das cidades e os seguiram. Viram onde iam e chegaram antes deles. Quando Jesus saiu do barco, viu a grande multidão, teve compaixão e curou seus doentes. Como ver uma multidão sedenta, ovelhas correndo atrás de um pastor e não se compadecer?
Gosto de observar a preocupação dos discípulos. Quando estava ficando tarde, pediram a Jesus que despedisse a multidão. Afinal, estavam em um lugar deserto e precisavam se alimentar. Deviam ir aos povoados próximos para conseguir alimento.
A resposta de Jesus me deixa boquiaberta: Ordenou que eles mesmos providenciassem alimento para a multidão. Sua ordem soa atual em meus ouvidos. Nós somos os responsáveis. Não podemos e não devemos despedir ninguém sem estendermos nossas mãos. Não há necessidade de irem atrás de solução. Somos nós que precisamos ter essas soluções. Mesmo que tenhamos pouco a oferecer.
Os discípulos responderam que precisariam de muito dinheiro para comprar comida para todos.
O Senhor não perguntou quanto dinheiro tinham. Não precisavam de dinheiro. Perguntou quantos pães tinham. Eles fizeram uma pesquisa. Tinham apenas cinco pães e dois peixes.
“Tudo o que temos...” Tudo o que temos é apenas a vontade de ajudar, ou é apenas um sorriso, ou algumas roupas a doar, ou um abraço a oferecer, ou um copo de água, ou um talento para contar histórias, ou...
Prestemos atenção às atitudes de Jesus. Ordenou que fizessem a multidão sentar-se em grupos.
"Tudo o que temos" pode ser pouco, como eram aqueles dois peixes e cinco pães. Nosso papel? Levar a Jesus o que temos. Ele irá abençoar, multiplicar, transformar, usar.
Ele tomou aquele recurso, tão escasso diante de tão grande multidão. Era o suficiente. Mandou que as pessoas se assentassem. Deu graças. À medida que ia partindo, entregava aos discípulos. E estes, entregavam à multidão.
Somos os instrumentos do Senhor na terra. É através de nós que pessoas são alcançadas, abençoadas, alimentadas, transformadas. Ou não. Precisamos fazer a escolha correta. E repartir.
Não podemos despedir a multidão, dizendo onde encontrar o alimento. Precisamos ser aqueles que alimentam a multidão. Mesmo se os recursos, aos nossos olhos, forem escassos. Nós alimentamos, o Senhor reparte. Os recursos são multiplicados.
Quando repartimos, o Senhor multiplica.
Lembro que uma vez um amigo foi almoçar na casa da mamãe. Eu havia dito a ela que quando o convidasse para almoçar, devia ter muita comida, pois ele comia muito. Era enorme. Foi sem avisar. Mamãe ficou apavorada. Mas orou. Só tinha um pouco de macarrão. Fez uma deliciosa macarronada. Era pouca. Era tudo o que tinha. “Tudo o que temos”. Pois bem, ele comeu e comeu e ficou extremamente satisfeito. E não apenas ele, todos os que estavam à mesa. E ainda sobrou. O Senhor literalmente multiplicou aquele macarrão. Quando o compartilhamos. Quando o repartimos.
Nosso papel é nos dispor. É oferecermos o que temos. É repartir. Compartilhar. O resto é com o Senhor. É pouco? Melhor ainda. Mais o Senhor irá multiplicar. E todos saberão que foi Ele e não eu ou você.
Naquele dia, os que comeram foram cerca de cinco mil homens. Sem contar as mulheres e as crianças. Imagino que, no mínimo, dez mil pessoas.
Não há limites para o que o Senhor possa fazer. Basta que nos disponibilizemos a deixar que nos use. Sempre. Ele abençoa nossos recursos. E os multiplica.
O que posso oferecer? O que você pode oferecer? No Senhor, temos as respostas.
http://www.espalhandoasemente.com/2016/05/eliseu-voce-e-eu-disponiveis-para.html
Após a multiplicação dos pães e peixes, Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem para o outro lado, enquanto Ele despedia a multidão. Imagino-O conversando com um ou outro, dando algum conselho ou ensino em especial.
Depois da despedida, subiu sozinho ao monte para orar. Ao anoitecer, continuava orando. O barco já estava distante da terra. Fustigado pelas ondas, indo de encontro ao vento.
Quando já era madrugada, Jesus, em terra, percebeu que estavam em apuros, por causa do vento e das ondas. Dirigiu-se a eles, andando sobre o mar. Não nadando, andando. Marcos conta que Sua intenção era passar por eles e continuar “a caminhada”.
Mas, quando os discípulos O viram, acharam que era um fantasma. Ficaram aterrorizados. Gritavam de medo. Homens barbados. Muitos pescadores experientes. Completamente aterrorizados. Achando que estavam vendo um fantasma!
Imediatamente Jesus lhes disse: “Coragem! Sou Eu. Não tenham medo!". Jesus não deixou que ficassem ali, desesperados, acreditando estarem vendo um fantasma. Não. Imediatamente se identificou. “Sou Eu”. Não falou, "sou Eu, Jesus". Apenas, "sou Eu". Conheciam Sua voz. E apenas ouvir "sou Eu", bastou.
Em seguida, entrou no barco. O vendo cessou. Seus discípulos ficaram admirados. Segundo Marcos, ainda estavam com seus corações endurecidos. E não entenderam. Em breve, entenderiam.
Quantas vezes temos olhado para o Senhor, em ocasiões inusitadas e O temos confundido com um fantasma?
Continuemos.
Jesus e os discípulos, mais uma vez, atravessaram o mar da Galileia. Chegaram a Genesaré.
Creio que os discípulos ainda estavam impactados com o que viram nessa travessia. Aquele, de fato, era o Filho do Deus vivo. Eu estaria. E estou. Andar sobre as águas, para mim, é algo simplesmente fantástico. Não sei nadar. Tive medo de me afogar até no Mar Morto, onde a salinidade e a altitude baixa, nos impele a boiar.
Quando os homens daquele lugar reconheceram Jesus, espalharam a notícia em toda a região. Levaram seus doentes até Ele, suplicando-Lhe que apenas pudessem tocar na borda do seu manto. Todos que nEle tocaram, foram curados.
Jesus não conseguia mais entrar e sair em uma cidade sem ser percebido. Sua fama havia se espalhado. Quando Jesus transforma, de fato, alguém, não há como esconder.
Gostaria de lembrar aqui, de dois milagres acontecidos anteriormente. Aquela mulher, que não sabemos seu nome, e ficou conhecida pelo mal que a atormentou durante doze anos, a mulher do fluxo de sangue, tocou nas vestes de Jesus e foi curada.
http://www.espalhandoasemente.com/2015/12/uma-mulher-fraca-cheia-de-coragem.html
http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/a-ousadia-de-uma-mulher.html
Essa história deve ter sido contada e recontada de tal maneira que agora as pessoas suplicam ao Senhor que toquem em Suas vestes. Não era apenas Jesus quem tocava nos doentes. Os doentes tocavam nEle. E eram curados.
Outro milagre que esse texto me lembra foi a libertação do endemoninhado gadareno. Aquele, que ninguém podia com ele. Marcos nos conta em seu livro, no capítulo cinco, que após os homens daquela região pedirem a Jesus para que fosse embora, o homem estava pronto para entrar no barco e seguir a Jesus. Ele, no entanto, falou que deveria voltar à sua família e contar o que o Senhor havia feito. Aquele homem anunciou o Senhor em toda a Decápolis (região de dez cidades de cultura grega na proximidade do mar da Galileia). http://www.espalhandoasemente.com/2017/11/porcos-ou-pessoas-o-que-importa.html
Acredito que o testemunho daquele homem alcançou a região de tal maneira que todos queriam ver Jesus, ser tocados por Ele e tocá-Lo.
Infelizmente, ao longo da história, temos visto o nome de Jesus ser usado indevidamente. Ódio foi semeado em Seu nome. Guerras foram travadas. Afastando as pessoas de Jesus, ao invés de aproximá-las. Hoje não estamos livres dessa semeadura infeliz. Continuamos vendo absurdos feitos em Seu nome.
Nossas vidas devem ser testemunhas do que fez por nós. Ele tem feito maravilhas. Temos contado o que nos fez? Nosso testemunho tem sido espalhado? As pessoas querem saber mais sobre Jesus depois que nos conhecem? Desejam tocá-Lo? Ser tocadas por Ele?
Como temos vivido? Nossas vidas aproximam as pessoas de Jesus? Ou as afastam dEle?
Talvez você não seja de falar muito. Não importa. As pessoas precisam ver Jesus através das nossas atitudes. Palavras muitas vezes são esquecidas. Atitudes impactam para sempre.
Continuamos na próxima postagem.
Espero você. Até já.
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