Leitura do dia 21/10.
Na postagem anterior vimos a rejeição de Jesus em Nazaré. O envio dos Doze. A morte de João Batista. A primeira multiplicação dos pães e peixes. O Senhor andando sobre o mar. E curando os enfermos.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/marcos-61-56.html
Agora, caminharemos através do capítulo sete de Marcos.
Certo dia acontece algo impressionante. Alguns fariseus chegaram de Jerusalém para ouvir Jesus. Quando lemos até aqui, podemos até ficar animados, pensando que, finalmente resolveram ouvi-Lo de verdade. Mas não, estavam observando Seus discípulos, que comeram a refeição sem lavar as mãos. Logo perguntaram, sem preâmbulos porque eles transgrediam a tradição dos líderes religiosos, não lavando as mãos antes de comer.
Mais uma vez gostaria de ter uma placa nas mãos, escrita: “Aplausos”. Jesus também era direto. Seu compromisso era com a verdade. Ele os chama de hipócritas. E, como Isaías, havia dito, honravam o Senhor apenas com os lábios. Seus corações estavam longe dEle. Sua adoração era uma farsa. Seus ensinos, doutrinas de homens.
Então deu um exemplo. Cita um dos dez mandamentos, o que fala sobre honrar pai e mãe. Disse-lhes que usavam como desculpa a tradição para não cuidarem de seus pais. Diziam que o que podiam lhes oferecer haviam dado em oferta ao Senhor. Essa oferta podia ser administrada por eles mesmos. Logo, não ofertavam ao Senhor. O que faziam era não cuidar de seus pais e invalidarem o mandamento usando uma tradição como desculpa. Jesus foi bem claro ao dizer que estavam anulando a palavra de Deus por causa de suas tradições. E isso era apenas um exemplo, entre muitos que poderiam ser citados.
Sinceramente, estou boquiaberta. Fico olhando, paralisada e maravilhada. Esse é o meu Senhor. Completamente comprometido com a verdade. Corajoso. Não tem medo de “bater de frente” com os líderes religiosos de Seu tempo, mesmo sabendo da grande influência que exerciam nas autoridades civis.
Ele é transparente como água.
Continuo com minha plaquinha levantada. Não satisfeito em dizer a verdade aos fariseus e mestres da lei, que a essa altura deviam estar com “cara de tacho”, rangendo os dentes de raiva, Jesus chama a multidão para junto de Si. Todos deviam ouvir e entender o que iria falar. “Ouçam e entendam”, foi como começou Seu discurso.
Explica a todos que o que contamina o homem não é o que entra através de sua boca, mas o que sai de seu coração. Sim, o que sai do coração é o que realmente contamina o homem. Citou algumas das coisas desprezíveis que saem do coração humano.
Depois, retirou-se da Galileia. Foi para a região de Tiro e Sidom. Tiro ficava Fenícia, hoje Líbano. Queria ficar hospedado em segredo. Mas não foi possível. Imediatamente uma mulher daquele lugar, que ouvira falar dEle, caiu a Seus pés, desesperada, gritando. Implorou Sua misericórdia. Sua filha estava endemoninhada e sofria muito.
Observo cena com olhos arregalados. Aquela mulher não pertencia ao povo de Israel. Era grega. Nascida na Fenícia, na Síria. No entanto, sabia quem era Jesus. Dirigiu-se a Ele, clamando, pedindo-Lhe socorro!
Meus olhos quase saltam quando vejo o Senhor responder que primeiro os filhos devem ser alimentados. Fico parada. Atenta. Minha boca fica seca. Não posso acreditar em uma cena dessas.
Uma mulher clamando misericórdia. Jesus dizendo que os filhos precisam ser alimentados. E que não era justo tirar o alimento das criança para jogar aos cachorros. Meu coração está a ponto de sair pela boca. E partido. Não sei o que está acontecendo. Não entendo.
Por que está em uma região com tantos gentios? E os outros gentios que Ele atendeu? E Ele não é afinal, a luz para os gentios?
Nem sequer pisco. Aquela mulher vai sair furiosa dali, gritando horrores. Falando mal de Jesus.
Mas não. Ela concorda com Ele. Como ver uma cena dessas e não me desfazer em lágrimas? Ela clama desesperadamente pela filha, que jaz endemoninhada em casa. Encontra um Jesus que a chama de cachorro. E ela concorda com Ele!
Que diferença para os mestres da lei, fariseus e saduceus, que só se aproximavam dEle para questionamentos ridículos.
Fico pasma! Que mulher é essa? Ela diz que quer apenas uma migalha. Está debaixo da mesa. E só quer uma migalha que caia da mesa para os cachorros.
Continuo chorando. Aquela mulher concordou que era um cachorro, que não pertencia ao povo de Israel, mas sabia que podia ficar com algo simples como uma migalha. Aquele era o Senhor. Libertar sua filha de demônios era como uma migalha para Ele.
Meu coração acelera. Vejo algo no rosto de Jesus. Ele responde que sua resposta foi boa. Que ela vá para casa. Sua filha já está liberta.
Ufa! Esse é o Jesus que conheço. Misericordioso. Acessível a todos.
Já vi muitas explicações sobre esse texto. A mulher precisava ser tratada de seu orgulho e tantas outras coisas. Mas acredito que esse texto foi escrito para mim. Talvez para você.
Jesus foi até àquela região, habitada por muitos gentios. Sempre curava a todos. Não ia deixar de curar.
Jesus elogiou sua resposta. Era o que queria ver? Sua perseverança? Até onde iria para conseguir o que queria? Até onde iria pelo que amava?
Ele jamais iria até lá para não fazer nada. O único empecilho de milagres era a falta de fé, como aconteceu em Nazaré. Todos que se aproximaram dEle, com fé, receberam o que desejavam, precisavam.
Estou sentada no meio do caminho. Não consigo prosseguir agora. Preciso pensar. Sente-se comigo.
Quando os obstáculos vem, achamos que não quer nos abençoar? Desistimos, virando as costas?
Em nenhum momento aquela mulher pensou nisso. Continuou a clamar e adorar, mesmo sendo, aparentemente, rejeitada por Jesus.
Temos sido perseverantes? Temos clamado até que ponto pelo que amamos?
Diante do não do Senhor, viro as costas emburrada ou me prostro aos Seus pés e O adoro? http://www.espalhandoasemente.com/2017/04/quando-deus-diz-nao.html
Diante de Seu silêncio, continuo adorando, esperando por Ele? Ou viro as costas para Aquele que sei ser o único que tem todas as respostas às minhas perguntas, abandonando-O no caminho?
Saio pisando duro quando diz algo que não me agrada? Ou me ordena a fazer algo que não concordo? http://www.espalhandoasemente.com/2015/12/naama-e-o-processo.html
Muito a pensar. Muito a aprender com a atitude dessa mulher.
Se fosse eu naquela situação, será que agiria da mesma forma? Ou gritaria impropérios para Ele, me sentindo injustiçada, deixando que o ódio e o ressentimento tomassem conta de mim? Será que me prostraria a Seus pés ou cuspiria a Palavra como uma arma contra Ele, dizendo que aquilo não era justo?
Sondemos nossos corações.
Jesus sai dos arredores de Tiro. Atravessa Sidom, até o mar da Galileia e a região de Decápolis.
Algumas pessoas trazem a Ele um homem surdo, que mal falava. Suplicam que lhe imponha as mãos. Estão todos atentos para vê-Lo curar, inclusive nós, que não podemos perder essa cena.
O Senhor o leva à parte, longe da multidão. Nós O seguimos. Ele coloca os dedos nos ouvidos do homem. Em seguida, cospe e toca em sua língua. Levanta os olhos aos céus, suspira e diz: “Efatá!”, que significa “abra-se”. Os ouvidos do homem se abrem, a língua fica livre e ele começa a falar corretamente.
O Senhor ordena que não conte a ninguém. No entanto, quanto mais Ele proibia, mais falavam.
Imagine! Você é surdo e praticamente mudo, de repente, é curado. Como não falar? Como não contar a todos a maravilha que lhe aconteceu? Como não contar quem fez?
Todos ficam maravilhados. Dizem que Ele faz tudo muito bem. Até o surdo ouvir e o mudo falar.
Nosso Senhor é assim. Tudo que faz é bem feito. Faz tudo “muito bem”. Tem todas as informações. Vê todo o contexto. Toda “a cena”.
Age com Sua magnífica sabedoria. Não precisa que digamos a Ele o que ou como fazer algo.
Alguns Ele cura na frente de todos. Outros Ele leva à parte, a um lugar isolado. Precisa colocar os dedos em seus ouvidos. Cuspir em suas línguas. Não por Ele. Pelos que estão precisando de cura.
Somos todos tão diferentes! E Ele, em Sua sabedoria, age conosco de acordo com nossos temperamentos e necessidades. Faz com que me apaixone mais ainda. Não nos cura em série. É individualmente. Pessoalmente. Intimamente.
Ainda que a multidão grite e diga: "Ele precisa de cura! Toque nele!" Sabe como precisamos ser curados. Se no particular ou no meio do público. Sabe que tipos de processos precisamos. Que tipos de lições.
É um Deus relacional.
O que você precisa? Conte a Ele. Não importa o que a multidão grite, Ele quer saber de você. Não pode falar? Olhe em Seus olhos. Ele entende. Não Lhe diga como fazer, Ele sabe.
Vamos parar aqui. Precisamos adorá-Lo por nos enxergar dessa forma tão única. Por agir conosco, individualmente.
Amanhã prosseguimos. Leremos a partir do capítulo oito de Marcos. Até o capítulo dez
Espero você. Até lá.

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