quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Lucas 13.1-35

Leitura do dia 29/10.

Continuamos nossa caminhada através do livro de Lucas.

Ontem vimos Jesus enviar Seus discípulos e agradecer ao Pai pela salvação dos homens. Contou a parábola do samaritano. Visitou Marta e Maria. Ensinou sobre oração. Foi acusado de agir na força de Belzebu. Afirmou (com razão) ser maior que Salomão e Jonas, ainda assim não quiseram ouvi-Lo. Criticou os líderes religiosos. Advertiu acerca da hipocrisia. Contou a parábola do rico insensato. Ensinou sobre dinheiro e bens. Alertou a estarmos preparados para Sua vinda.
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-101-42.html
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-111-54.html
http://www.espalhandoasemente.com/2019/11/lucas-121.html

Hoje, caminharemos a partir do capítulo treze. Até o capítulo quinze.

Na primeira postagem, o capítulo quinze.

Continuamos atentos aos profundos ensinamentos de Jesus.

Contaram a Ele que Pilatos misturou o sangue de alguns galileus com os sacrifícios que fez. Jesus pergunta se pensavam que aqueles galileus eram mais pecadores que os outros, por terem sofrido daquela maneira. Ele mesmo responde, dizendo que não. E dá um alerta: “Se não se arrependerem, todos vocês também perecerão”.

Aproveita e pergunta se pensavam que os dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu eram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém. Novamente Ele mesmo responde que não. E repete que se não se arrependerem, todos também perecerão.

Então conta a parábola de um homem que tinha uma figueira plantada em sua vinha. Ele procurou fruto nela. Não encontrou nenhum. Por esse motivo, falou ao que cuidava da vinha que já fazia três anos que procurava fruto naquela figueira e não achava. Mandou que a figueira fosse cortada. Afinal, estava inutilizando a terra que ocupava. O jardineiro pediu mais um ano. Disse que cavaria ao redor da figueira e a adubaria. Se não desse fruto no próximo ano, cortaria.

Vamos parar aqui e pensar.

Por que Jesus respondeu daquela maneira quando vieram lhe contar sobre os galileus que foram mortos por Pilatos?

Ele conhece o coração do homem.

Quantas vezes temos ouvido pessoas dizerem que alguém está com determinada doença porque “está vivendo em pecado”! Ou, pior, quando falam que determinada pessoa está passando por algum tipo de dificuldade financeira ou no emprego, ou até sentimental, por “estar em pecado”.

Pessoas que pensam assim, claramente não conhecem as Escrituras. Primeiro, estão julgando quando o Senhor não nos colocou como Juiz sobre ninguém. Não agora. Segundo, não conhecemos o coração das pessoas. Terceiro, vivendo aqui e estamos sujeitos às mesmas dificuldades que qualquer um.

Claro, o Senhor pode nos curar e nos livrar. Mas, será que se “escaparmos” de tudo, teremos sido trabalhados como deveríamos ser?

Será que José seria o Primeiro Ministro do Egito se não tivesse sido vendido como escravo?

Será que Moisés seria o líder que foi se não tivesse passado pelo deserto?

Será que Paulo seria quem foi se não tivesse sofrido tudo que sofreu, por amor ao Senhor e ao Evangelho?

Será que Estevão, que morreu apedrejado testemunhando sobre Jesus, estava em pecado?

Precisamos aprender a ler as Escrituras ao invés de olharmos e julgarmos os outros.

Precisamos saber que, como Jesus disse, é pelos frutos que as pessoas serão reconhecidas por Ele. Não pelas situações em suas vidas.

Paulo disse “Sei viver na necessidade e também na fartura. Aprendi o segredo de viver em qualquer situação, de estômago cheio ou vazio, com pouco ou muito. Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me dá forças”. – Filipenses 4.12,13

Ora, se Paulo não tivesse passado por necessidades e dificuldades, jamais aprenderia a viver feliz em todo lugar e em qualquer situação. Mas, porque aprendeu, pôde dizer “Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me dá forças”. – Filipenses 4.13

Se estamos julgando as pessoas pelo que acontece com elas, que nos arrependamos. Se estamos sendo julgados pelo que acontece conosco, que encontremos consolo no Senhor e em Sua Palavra.

E que aprendamos a olhar para os frutos, como o Senhor bem nos ensinou.

Agora, vamos acompanhar Jesus.

É um sábado. Como era Seu costume, ensina em uma das sinagogas.

Está ali uma mulher que tinha um espírito que a mantinha doente havia dezoito anos. Dezoito anos! Andava encurvada e de forma alguma podia endireitar-se. O Senhor a chamou. Ela foi à frente. Ele disse que ela estava livre da sua doença. Colocou Suas mãos sobre ela. Imediatamente se endireitou e começou a louvar a Deus.

Claro, estou pulando. Como não me alegrar diante de uma cena dessas? Minha plaquinha de “aplausos” está levantada. Balançando de um lado para o outro. Louvo ao Senhor pelo que fez!

Mas pasmem! O dirigente da sinagoga disse ao povo que há seis dias em que se deve trabalhar. Que fossem na sinagoga para ser curados nesses dias, e não no sábado. Está indignado porque Jesus a curou num dia de sábado. Não consigo entender. Como pode não alegrar-se com aquela mulher?

Tenho vontade de bater com minha plaquinha na cabeça dele. Mas lembro que sou apenas uma observadora da cena, que já aconteceu há muito tempo. Espero a resposta de Jesus. E não me decepciono.

Ele os chama de hipócritas! E pergunta se não desamarram no sábado o seu boi ou jumento do estábulo e o levam dali para dar-lhe água. Claro que fazem isso. Pergunta, então, se aquela mulher, uma filha de Abraão a quem Satanás mantinha presa por dezoito longos anos, não deveria no dia de sábado ser libertada daquilo que a prendia?

Mais uma vez tenho vontade de acertar a cabeça daquele homem. Todos os oponentes do Senhor ficam envergonhados. Entenderam perfeitamente o que falou.

Mas o povo, ah, o povo se alegrava com todas as maravilhas que Jesus estava fazendo. Como não alegrar-se?

Os animais deviam ser cuidados. E nós? Somos mais valiosos que os bois, os jumentos ou qualquer outro animal.

Quando o sábado foi criado, a intenção do Senhor era oferecer descanso a todos. Sabe das nossas limitações. Sabe que precisamos de um descanso para um equilíbrio saudável em nossas vidas.

É impressionante como o ser humano tem a forte tendência de trocar as ordens e interpretar de maneira equivocada o que o Senhor nos ordena. Todas as suas leis, ordenanças e estatutos existem para nos proteger e nos conceder uma vida com amor, saúde, equilíbrio e respeito.

Como pode alguém não se compadecer de uma mulher que por dezoito longos anos estava encurvada, sem poder levantar-se? Será que somos assim? Será que nos importamos mais com as tradições do que com as pessoas? Mais com os preconceitos que com as pessoas?

Jesus disse que o reino de Deus se parece com uma semente de mostarda. Já viu uma? É minúscula! Parece com aqueles confeitos de bolo que são umas bolinhas. Muito pequena.

Jesus fala que o Reino dos céus começa assim, como um grão de mostarda que se planta na terra. Muitos nem dão valor. Pensam: não vai dar em nada! E desistem. Deixam a jornada, o ministério, o chamado, o sonho, a vida.

Mas a semente está ali, debaixo da terra, crescendo, passando por todos os processos necessários. Sozinha. Em secreto. Aprendendo tudo o que precisa, sendo transformada. Mesmo quando, na nossa ânsia por crescimento, olhamos e olhamos, sem nada enxergar.

De repente, começa a aparecer. Mas ainda é tão pequenininha! Quantas vezes olhamos e pensamos que o esforço empreendido foi muito grande e parece que não vai dar em nada. Pensamos em desistir. Até achamos que erramos de semente. Que plantamos errado.

Mas ela continua crescendo e crescendo. Até transformar-se na maior das hortaliças. A mostarda palestina pode chegar até quatro metros de altura. Uma sementinha de nada!

Nunca, jamais, despreze os pequenos começos. Quanto menor, maior a possibilidade de crescimento.
Jesus falou que seus ramos se tornam tão grandes que as aves podem se abrigar à sua sombra.

Se eu fosse uma árvore, ia amar isso! Depois de tanto sofrimento. Sufocada debaixo da terra e ainda assim, tendo que crescer. Na solidão. Na escuridão. No frio. Estendendo as raízes. Procurando água. De repente, finalmente, o sol! Ar fresco! Brisa refrescante! Cuidados! Crescimento! Ramos! E lá vem um pássaro. Abriga-se sob os ramos e, em gratidão ao Criador,  entoa um cântico. E vem outro. E logo a mostarda está abrigando um coral. Até escuto, bom demais! Ah, se eu fosse árvore, ia amar isso! Ia ter certeza que aquele processo todo, no oculto frio da terra, valeu a pena.

Somos árvores, que devem produzir bons frutos. Ser abrigo. Proteção. Refrigério. Crescendo, como um grão de mostarda. Como o Reino dos céus, que cresce no íntimo, no profundo e depois se expande.

Precisamos desse crescimento em secreto. Das raízes expandindo para dentro, para só depois tornar-se visível e útil.

Ele também fala que o Reino dos céus é como o fermento que uma mulher tomou e misturou com uma grande quantidade de farinha e toda a massa ficou fermentada.

Praticamente todos já fizemos um bolo, ou pão, ou alguma massa que precisasse de uma quantidade de fermento para levedar a massa.

Não é incrível que apenas uma ou duas colheres de fermento, ou um tablete pequeno, possam fazer com que a massa toda fique fermentada? E quando nos esquecemos de colocar o fermento, fica tudo horrível e feio?

Assim é o Reino dos céus. Precisamos que cresça em nós, se não, apesar de todos os outros ingredientes, não teremos o crescimento, nem a aparência e nem o gosto que deveríamos ter.

Isso me fez lembrar algo que aconteceu comigo, muitos anos atrás.

Queria fazer um calzone, olha a pretensão! Vi a receita. Comprei os ingredientes. Nunca havia feito nenhum tipo de massa que levasse fermento em tablete. Quando fui comprar, só vi um tablete grande, devia ser de 150g. O que eu devia ter usado era 15g.

Juntei todos os ingredientes. Por último o fermento. Achei que a receita devia estar errada. Era fermento demais! Coloquei só a metade. Ainda bem. Não sei o que teria acontecido se tivesse colocado todo aquele fermento. Só de lembrar já tenho um acesso de riso.

Deixei a massa para descansar. Esperei. Fui fazer outras coisas. Quando voltei à cozinha, tudo fedia. Um cheiro insuportável de fermento. E a massa tinha transbordado pela vasilha. Logo vi que realmente a receita estava errada (na verdade, quem tinha errado era eu). Tive que jogar tudo fora.

Coloquei num saco de lixo enorme. Na frente da minha casa tinha uma lixeira daquelas de pé. Coloquei o saco lá. E da sala (tinha um quintal na frente), sentada no sofá, conseguia escutar os estouros que a massa dava dentro do saco e só ia crescendo e crescendo. Sei que você está rindo. Pode rir à vontade. Gargalho toda vez que lembro.

Mas isso me faz pensar. Tudo em nossas vidas tem que ser com equilíbrio. Quando Jesus contou essa parábola, disse que um pouco de fermento leveda toda a massa. Um pouco. É necessário utilizar a medida certa. O exagero leva a algum tipo de erro.

Ao esquecermos o fermento, estragamos a massa. Se colocarmos menos que o necessário, não terá o crescimento esperado. Se colocarmos em excesso, teremos que jogar todos os ingredientes fora. Fede.

Fermento em excesso fede. Não que o Reino dos céus vai feder. A massa é que fede. Como a religiosidade fede. Assim como aquele fermento deixou minha cozinha fedendo.

Precisamos ter atenção. O Reino dos céus é relacionamento. Não adianta querer colocar mais que o necessário para ver a massa crescer. Isso não vai acontecer. Bem, na verdade, a massa vai crescer. Mas não vai prestar. Terá que ser jogada no lixo. Prejuízo. Tempo e ingredientes jogados fora. Como aconteceu comigo. Sem contar a frustração. Eu, com o recheio pronto e sem ter onde colocar.

Religiosidade não nos leva a nada. Não é o que o Senhor deseja para nós. Regras e mais regras era o que os fariseus viviam. Fediam com excesso de fermento. Suas vidas não alimentavam ninguém. Não eram exemplos a serem seguidos. Não edificavam. Apenas iam crescendo. De vez em quando um barulho de um estouro aqui e ali. E mais fedor espalhado.

Que enxerguemos o Reino dos céus como de fato é. Que não inventemos regras. Que não sejamos religiosos. Que vivamos. Que sejamos como a mostarda e sirvamos de refúgio e abrigo. Que sejamos como um bolo lindo, saboroso, cheiroso e nutritivo. Que atraiamos as pessoas pelo nosso aroma.

"Mas graças a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz triunfantemente. Agora, por nosso intermédio, ele espalha o conhecimento de Cristo por toda parte, como um doce bom perfume. Somos o aroma de Cristo que se eleva até Deus. Mas esse aroma é percebido de forma diferente por aqueles que estão sendo salvos e por aqueles que estão perecendo." - 2 Coríntios 2.14,15

Jesus está se aproximando cada vez mais de Jerusalém. É o Seu destino. Enquanto vai, Ele ensina em todos os povoados e cidades. http://www.espalhandoasemente.com/2018/03/somos-ou-nao-peregrinos.html

Em Sua jornada, alguém lhe pergunta se são poucos os que são salvos. Responde que é necessário um esforço para entrar pela porta estreita. Muitos tentarão e não conseguirão. É necessário esforço para conservar a fé e a obediência. Muitos não querem se esforçar, preferem os caminhos mais fáceis, os atalhos da vida.

Disse que quando o dono da casa se levantar e fechar a porta, eles ficariam do lado de fora batendo e pedindo para que fosse aberta. Mas o Senhor responderá que não os conhece, nem sabe de onde são. Diriam que comeram e beberam com Ele. Que ensinou em nossas ruas. Mas Ele responderá que não os conhece, nem sabe de onde são. Ordenará que afastem-se dEle todos  que praticam o mal.

Continua dizendo que quem ficar de fora chorará e sofrerá, quando virem Abraão, Isaque e Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e eles excluídos.

Pessoas virão de todas as partes do mundo e ocuparão os lugares que poderiam ser deles, à mesa no Reino de Deus. Lembre que está falando para judeus.

Enquanto a porta está aberta, ainda temos condições de entrar por ela. Mas chegará um dia em que o Senhor se levantará e fechará a porta, como fez nos dias de Noé (Gênesis 7.16).

Temos a oportunidade de segui-Lo hoje, de sermos conhecidos por Ele.

Há lugar para todos que quiserem entrar. Por que então, ficarmos de fora?

Que o Senhor nos conceda Sua graça. O preço já foi pago. Preço de sangue. http://www.espalhandoasemente.com/2018/01/a-crucificacao-de-jesus.html

Que nos esforcemos para entrar pela porta estreita, mesmo que seja difícil. Mesmo que muitas vezes doa. Mesmo que muitas vezes tenhamos vontade de “chutar o balde”.

Não podemos desistir. Não somos dos que desistem.

A porta ainda está aberta.

Depois de responder à pergunta se são poucos os que serão salvos, alguns fariseus aproximam-se dEle. Falam para sair dali e ir embora. Herodes quer matá-Lo.

Ele ordena que digam "àquela raposa" que expulsará demônios e curará o povo hoje e amanhã e no terceiro dia estará pronto.

Pronto para quê, você me pergunta. Pronto para morrer. Continua caminhando para Jerusalém, sem medo.

Explica que precisa prosseguir hoje, amanhã e depois porque nenhum profeta deve morrer fora de Jerusalém.

E clama: “Jerusalém, Jerusalém, cidade que mata profetas e apedreja os mensageiros de Deus! Quantas vezes eu quis juntar seus filhos como a galinha protege os pintinhos sob as asas, mas você não deixou!”.

O clamor de um Deus cheio de amor, que se compara a uma galinha que cuida de todos os seus pintinhos. Cuidado, proteção, carinho e garra.

Jesus diz que Jerusalém ficará deserta e que não O verá mais, até o dia em que dirá: “Bendito o que vem em nome do Senhor”.

Seu dia está chegando. Meu coração se enche de expectativa. E dor. Logo estará em Jerusalém. Enquanto isso, continua Sua pregação, seguida de sinais e maravilhas. Não se abala por estar chegando Sua hora. Sabe Sua identidade. Sabe Sua missão. Caminha sem medo.

É o exemplo que devemos seguir, a cada dia. Enquanto prossegue para seu derradeiro destino, trabalha no caminho, o tempo todo. Fazendo o bem por onde quer que vá. Pregando a verdade. Com ousadia e coragem.

Prostremo-nos aos Seus pés. Ele é merecedor.

Prosseguimos na próxima postagem.

Espero você. Até já.

Nenhum comentário:

Postar um comentário