quarta-feira, 30 de março de 2016

Que identidade carrego?

I Reis 13 é um capítulo que sempre me intriga. A primeira vez que li fiquei quase doida, sem entender nada.

Jeroboão, indo de mal a pior, transformou-se em uma árvore com frutos envenenados. Fez todo Israel pecar. Escolheu arbitrariamente uma data, segundo as intenções do seu coração, e sacrificou no altar. 

No exato momento em que estava em pé diante do altar para queimar incenso, um "homem de Deus", vindo de Judá, chegou a Betel, por ordem do Senhor.

Deus sempre tem os Seus "exatos momentos".

Esse homem de Deus, curiosamente não tem seu nome citado. A Bíblia sempre cita o nome das pessoas, mas desse homem não. E claro, fico intrigada. Como assim? Qual o nome desse bendito? Mas ele carregava uma identidade poderosa, "homem de Deus". O capítulo todo repete "e o homem de Deus isso", "o homem de Deus aquilo".

E aí, claro, volto a pensar em nomes. E a repetir que nossa identidade está intrinsecamente ligada aos nossos nomes. E não tem como não pensar em Abrão, o "Pai das alturas" e Jacó, o "Suplantador". E Deus mudando os nomes para poder mudar a identidade. Alguns, como eu, tiveram o privilégio de ter nomes que carregam suas identidades. Seus chamados. Abrão e Jacó, não. Imagino que o mesmo aconteceu com esse homem, por isso é conhecido apenas como o "homem de Deus".

Yahweh determinou que esse "homem de Deus" profetizasse contra o altar. Lindo que junto com a profecia sobre a morte dos idólatras, há uma promessa. De um descendente de Davi, chamado Josias. Levou alguns anos para nascer. Mas nasceu e realmente fez o que o "homem de Deus", por ordem de Deus, profetizou naquele dia. O Senhor sempre cumpre o que promete.

Quando em Israel,  vi muitos altares. Aquele "homem de Deus" profetizou que o altar iria partir, como sinal do que aconteceria no futuro. Quando Jeroboão ouviu aquilo, estendeu sua mão contra o "homem de Deus", ordenando que o prendessem. Na mesma hora, sua mão ficou paralisada, como se estivesse seca. Uma árvore seca. E o altar partiu. E toda a cinza se derramou. Jeroboão rogou ao "homem de Deus" que aplacasse a ira de Deus; Que autoridade um homem de Deus tem! De aplacar a ira de Deus! O "homem de Deus" orou e o braço do rei voltou ao normal.

Jeroboão convidou o "homem de Deus" para ir à sua casa e ali se alimentar. Esse "homem de Deus" tinha uma palavra clara do Senhor de não comer ali e de voltar por um caminho diferente. Então, não aceitou e tomou o seu caminho.

Em Betel, "casa de Deus", havia um profeta já idoso que ouviu de seus filhos a história do "homem de Deus". Imediatamente, tomou um jumento e foi atrás dele. Encontrou o "homem de Deus" sentado debaixo de um grande carvalho. Imagino a cena. Vejo o carvalho. Sinto o cheiro da terra. E meu coração se enche de saudades de Israel. 

O profeta perguntou: "És tu o "homem de Deus"?" Ele respondeu: "Sim." Sabia quem era. Aquele era o seu nome. "Homem de Deus" era a sua identidade.

O "profeta velho" então convida-o para ir à sua casa, comer alguma coisa. Ele se recusa. Tinha uma palavra de Deus específica para não comer. Lembrei de algo que sempre acontece comigo. Se estou em jejum de carne vermelha, invariavelmente tenho que ir a vários churrascos. Se de chocolate (que eu amo), pode estar certo de que ganho caixas de chocolate belga ou suíço. Já ganhei chocolate até no meio da rua! Surge chocolate de todos os lados, como se fosse uma chuva. Uma enxurrada. Uma avalanche. Se for de café da manhã, inventam todos os dias fazer café da manhã, de tudo o que mais gosto, aonde quer que eu vá. Se de jantar, invariavelmente terei que participar de alguns e pode acreditar, nos meus restaurantes preferidos. E beber água enquanto os outros jantam. Pois bem, aquele "homem de Deus", recebe convites para comer, quando tinha uma palavra específica de Deus para não comer. E, assim como havia explicado ao rei, explica ao profeta. Mas o profeta lhe diz que um anjo havia dado uma ordem para chamá-lo de volta, para comer e beber. Aqui, recordo-me de Paulo, enfatizando sobre o Evangelho e dizendo que mesmo que um anjo dê outra mensagem, não devemos crer. Como isso é sério!

O "homem de Deus" tinha uma palavra específica de Deus. O profeta lhe deu outra orientação. Era mentira. Ele, mesmo sendo um "homem de Deus" não consultou ao Senhor. Não provou aquela palavra. Por que ou para que, o Senhor mudaria de ideia? Ele foi. Comeu e saciou sua sede.

Nessa parte da narrativa, fico muito mais intrigada. Por que o profeta mentir para o "homem de Deus"? Será que um dia foi também um homem de Deus e agora era apenas um "profeta velho", que não produzia mais frutos? E seu coração se encheu de inveja daquele homem? Por que induzir o homem ao pecado? Árvore velha. Com frutos envenenados. Seu nome também não é citado. Apenas sua identidade, "profeta velho".

E fico triste porque, só depois que o "homem de Deus" comeu e bebeu, a Palavra do Senhor veio àquele "profeta velho" e o Senhor fala que ele desobedeceu. E que não seria sepultado no túmulo dos seus antepassados. Como é sério não obedecer! Sério demais. E aquele "homem de Deus" foi atacado por um leão e morreu no caminho. Fico "passada". Perplexa!

Aquele "profeta velho" ainda tem a coragem de dizer, quando contaram a ele sobre o ataque do leão, que o "homem de Deus" desafiou a palavra do Senhor. Tenho vontade de esganar esse profeta! Que homem nojento! E penso na seriedade de tudo isso.

Graças a Deus por Jesus! Pelo Seu sangue. Por Sua graça. Olho para o Senhor e lembro que nosso relacionamento é baseado no amor. Ele se entregou por mim. Deu-me Seu coração. E eu me entreguei a Ele. Pedi que furasse minhas orelhas para ser dEle, para sempre (Salmos 40.6 e Exodo 21.1-6). E é assim. Somos dEle e Ele é nosso! Obedecemos por causa desse amor.

Que aprendamos a ouvir e obedecer Sua voz! Que sejamos livres dos enganos! Que sejamos renovados. Sempre voltando ao primeiro amor. Que nunca sejamos "profetas velhos". Que nunca levemos outros ao pecado. Que ministremos vida uns aos outros. A cada dia. Sabendo a identidade que carregamos. Sabendo exatamente quem somos.

domingo, 27 de março de 2016

Quem são os meus conselheiros?

 Vamos ler comigo I Reis 11? 

Fala do pecado de Salomão e sobre Jeroboão, um jovem, bom trabalhador, valente, talentoso e competente, que Salomão colocou como coordenador de trabalhos e que Deus escolheu para reinar sobre dez tribos de Israel. Judá e Benjamin ficariam com os descendentes de Davi, por causa do amor leal do Senhor para com ele. 

É linda essa redundância: Amor leal. Ora, se é amor, só pode ser leal. Ainda mais do Senhor.

Jeroboão saiu de Jerusalém e encontrou-se com um profeta no meio do caminho. Penso eu que o profeta ia feliz pelo caminho, indo a Jerusalém, com sua capa nova, todo satisfeito, alisando-a, admirando-a. Deus manda ele arrancar sua capa (nova), repartir em doze pedaços e dar dez a Jeroboão. O jeito é obedecer. Lá se vai a capa nova! Não é nada fácil ser profeta. Em época alguma.

O Senhor afirma que Ele mesmo ia fazer Jeroboão reinar sobre Israel. Se ele andasse como Davi, o Senhor estaria com ele e estabeleceria sua dinastia e lhe daria Israel, como fez com Davi. Olha quantas promessas!

Salomão fica sabendo e tenta matar Jeroboão, que precisa fugir. Vai para o Egito. Não lhe parece familiar essa história? O rei ungido pelo Senhor se desvia dos Seus caminhos. O Senhor escolhe um jovem trabalhador, valente, talentoso e competente, para ocupar o seu lugar. O rei, ao invés de se arrepender, pedir perdão, tenta matar o "novo" escolhido. Já vimos algo semelhante acontecer.

Deus tem um padrão de ação. Já reparou? Um "modus operandis". Claro que volta e meia faz coisas inéditas, como está escrito em Jeremias 31.22, mas Ele tem um padrão de ação. Uma linha que nos faz reconhecer o Autor da história. Lemos e falamos: "Foi Ele quem fez, foi Ele quem escreveu".

E nosso inimigo também. Ele, "macaco velho", olha as pessoas e imagina: "Estou lascado. Olha como esse cara anda! Deus vai levantá-lo para fazer tal coisa!" "Olha o que Deus está fazendo nessa história. Já li algo parecido. Não posso ficar de braços cruzados. Vai que se torna um Davi". Milênios de observação. Muita experiência.

E, imediatamente, começam seus planos para derrubar aquela pessoa. E quanto mais observa as ações de Deus na pessoa, mais fica desesperado e mais tenta derrubá-la. Uma vez li que nosso inimigo acredita mais no nosso futuro, que nós mesmos. É verdade. Ele já viu muita coisa acontecer. E sabe do que Deus é capaz. Sabe que Deus faz. Infelizmente, às vezes, mais do que nós, que deveríamos crer.

Jeroboão ficou no Egito até à morte de Salomão. Quando Roboão começou a reinar, voltou. Como são importantes os conselhos, mas temos que saber de quem os recebemos. Roboão desprezou o conselho dos anciãos, experientes conselheiros de Salomão (até Salomão tinha conselheiros), e acatou o conselho de seus jovens amigos, que prontamente o aconselharam sem nem ao menos pensar no caso. Perdeu o reino. Interessante observar também que o texto fala que essa atitude de Roboão era uma disposição do próprio Deus, para cumprir o que havia prometido que faria. Como fala em Provérbios 21.1 sobre o Senhor inclinar o coração do rei.

E Jeroboão passa a reinar sobre as dez tribos de Israel, como o Senhor disse que faria. O Senhor sempre cumpre Suas promessas. O inimigo continuou trabalhando, procurando. Encontrou uma brecha. Entrou. Um homem segundo o coração de Deus faz um estrago. Ele sempre tenta derrubar todos. Jeroboão via o povo ir até Jerusalém para adorar. Temeu perder o trono. Esqueceu quem deu o trono a ele. Quando o Senhor nos dá algo, só Ele pode tirar. Homem nenhum pode. Mas o medo da perda traz cegueira. Na verdade, o medo cega. Seja de que tipo for. Cega e nos faz enxergar coisas que não existem. Sombras se transformam em ameaças cruéis e aparentemente reais. Só há um meio de nos livrarmos do medo: o amor. "O perfeito amor lança fora todo o medo." - I João 4.18

Jeroboão não andou como Davi. Não buscou conhecer ao Senhor. Não buscou conhecer Seus caminhos. Não sabia o "modus operandis" de Deus.

O medo sempre nos afasta da verdade. E de Deus!

E Jeroboão, após ouvir uns conselhos, construiu dois bezerros de ouro e disse ao povo: "Esses são os seus deuses." Que bando de conselheiros é esse? Ouviu, como Roboão, os conselheiros errados. Perdeu o reino.

E mais um que tinha tudo para ser como Davi, foi como Saul. Ou somos Davi, ou nos tornamos Saul.

Amou a posição, não ao Senhor. Jeroboão só foi piorando. Construiu altares em todos os cantos. Consagrou qualquer pessoa que tivesse a ambição, não o chamado ou a vocação, mas a ambição de se tornar sacerdote. Ofereceu sacrifícios a diversos deuses. Fez todo o povo se desviar.

Como é importante o papel de um líder! Josué levou o povo a escolher ao Senhor. Jeroboão levou o povo a virar às costas para o Senhor. Jeroboão foi tão terrível que o Senhor exterminou toda sua descendência da face da terra. O mesmo homem que havia recebido a promessa que se andasse nos caminhos do Senhor, receberia Israel como herança. Foi exterminado! Somente seu filho teve um túmulo descente porque o Senhor viu nele algo que O agradou.

Como nossas escolhas mudam nosso futuro! Como o nosso hoje transforma o nosso amanhã! Que o Senhor nos dê discernimento e nos livre de conselheiros como esses.

Que nossas escolhas sejam sempre voltadas para o Senhor. Que nosso coração seja íntegro. Que o medo não nos cegue, nem nos engane. Que confiemos nossas vidas ao Senhor em toda e qualquer circunstância! Que sejamos receptores do Seu leal amor. A cada dia. Em toda a nossa caminhada.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Como um grão de Mostarda

As árvores continuam chamando minha atenção. Desde que "falei" sobre elas, parecem mais verdes, mais vivas, mais floridas. E repletas de pássaros. Então, fico mais apaixonada por elas. Ando pela rua ou no parque observando-as e ouvindo o cantar dos passarinhos. E não tem como não me unir a eles e adorar ao Criador fantástico que temos e o melhor, nosso Pai! 

Sinto-me como aquela criança que sai, toda "orgulhosa",  contando para todos: "Foi o MEU PAI quem fez! 

A vegetação nativa de Brasí­lia é o cerrado. Árvores pequenas e tortas. Mas os pioneiros plantaram muitas árvores. Árvores enormes. Ando olhando para cima. Tem algumas que realmente impressionam. Imensas. Muito altas. 

E recordo-me do Senhor falando que o Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda. Já viu um? É minúsculo! Parece com aqueles confeitos de bolo que são umas bolinhas. Muito pequeno. 

Jesus fala que o Reino dos céus começa assim. Ele disse que o grão de mostarda é a menor das sementes que se planta na terra. Muitos nem dão valor. Pensam: não vai dar em nada! E desistem. E deixam a jornada, o ministério, o chamado, o sonho, a vida! Mas a semente está ali, debaixo da terra, crescendo, passando por todos os processos necessários. Sozinha. Em secreto. Aprendendo tudo o que precisa, sendo transformada. Mesmo quando, na nossa ânsia por crescimento, olhamos e olhamos, sem nada enxergar. 

De repente, começa a aparecer. Mas ainda é tão pequenininha! Quantas vezes olhamos e pensamos que o esforço empreendido foi muito grande e parece que não vai dar em nada. E até pensamos em desistir. Até achamos que erramos de semente. Que plantamos errado. Mas ela continua crescendo e crescendo. Até transformar-se na maior das hortaliças. A mostarda palestina pode chegar até quatro metros de altura. Um grãozinho de nada!

Nunca, jamais, despreze os pequenos começos. Quanto menor, maior a possibilidade de crescimento.

Jesus falou que seus ramos são tão grandes que as aves podem se abrigar à sua sombra. Se eu fosse uma árvore, ia amar isso! Depois de tanto sofrimento. Sufocada debaixo da terra e ainda assim, tendo que crescer. Na solidão. Na escuridão. No frio. Estendendo as raízes. Procurando água. De repente, finalmente, o sol! Ar fresco! Brisa refrescante! Cuidados! Crescimento! Ramos grandes! E lá vem um pássaro. Se abriga sob os ramos e, em gratidão ao Criador,  entoa um cântico. E vem outro. E logo está abrigado um coral. Até escuto, bom demais! Ah, se eu fosse árvore, ia amar isso! Ia ter certeza que aquele processo todo, no oculto frio da terra, valeu a pena.


Somos árvores, que devem produzir bons frutos. Ser abrigo. Proteção. Refrigério. Crescendo, como um grão de mostarda.

segunda-feira, 21 de março de 2016

O que quero que o Senhor me faça?


 Quando Davi outorgou a Salomão o reino, deu algumas ordens específicas. Ele cumpriu todas. Na verdade, ordenou que Benaia fizesse "o serviço". Benaia é aquele que matou o leão na época da neve. Penso que nessa época todos deviam ficar em casa, quentinhos. Se tornou o chefe da guarda pessoal de Davi. E Salomão o fez comandante do exército de Israel. O mesmo cargo que um dia Davi ocupou.

Muito lindo o texto que fala que Salomão amava ao Senhor. Na tradução da minha Bíblia (BKJ) fala que Salomão amava Yahweh, o nome do Senhor. E ele demonstrava esse amor mediante suas atitudes e o modo de andar.

Impossível amar e não ter atitudes que demonstrem amor. Amor sempre produz ação! Jesus disse: "Se me amais, obedecereis aos meus mandamentos". - Jo 14.15 

E nosso amor pelo Senhor, também vai gerar ação dEle a nosso favor. Por Salomão demonstrar seu amor, o Senhor apareceu a ele em sonhos.

Em algum momento da nossa vida, temos que responder a essa pergunta. "O que quero que Ele me faça?" Aliás, se gosto de perguntas, o Senhor muito mais. Jesus volta e meia perguntava aos que se chegavam a Ele, o que queriam. Demorei um tempo para entender.
Fugia da minha lógica. Não conseguia ver lógica alguma em um leproso chegar para Jesus e Ele perguntar o que o leproso queria. Para mim está claro que ele quer ser limpo. Ou um cego gritando atrás dEle, e Ele perguntar o que o cego quer. Claro que queria ser curado, enxergar.

Mas já reparou que tudo que queremos, de verdade, exige um posicionamento diferente de nós? Sempre temos que dar alguns passos. Renunciar alguma coisa. Mudar de atitude. Um leproso vivia afastado. Se fosse limpo, teria que reaprender a se relacionar. Isso dá trabalho. Alguns preferem continuar com a lepra, para não ter o trabalho de viver de verdade! Ele teria que voltar a exercer uma atividade que lhe desse renda. Voltar a viver em sociedade. Sair do lugar comum. Da zona de conforto.

O cego Bartimeu teria que parar de pedir esmolas. Não sei por quanto tempo ficou cego, mas teria que voltar a trabalhar. Aprender ou reaprender um ofício. Alterar toda sua rotina. Agir ao invés de ficar sentado à beira do caminho, só esperando.

E Salomão? O que quer que pedisse, junto com o pedido, teria que arcar com algum tipo de responsabilidade.

E qualquer um de nós? Seja o que for que pedirmos, somos protagonistas do pedido, não coadjuvantes. O que eu quero, muda meu presente para construir o meu futuro. Sempre.

Confesso que passei muito tempo pensando, "calculando os gastos", analisando os riscos, pesando as perdas, até ter a coragem de responder o que eu queria (e quero) do Senhor. Sei perfeitamente que o que quero só acontecerá se eu me posicionar, planejar, me organizar, renunciar, me programar e agir.

Não posso, não podemos, ser como a "Bela Adormecida", esperando indefinidamente ser despertada. Temos que ser como Eleazar e lutar até a espada grudar na mão. E o Senhor nos conceder a vitória.

Salomão pediu sabedoria. Tinha que gastar tempo orando, lendo e meditando na Palavra porque o temor do Senhor é o princípio da sabedoria.

Não existem fórmulas mágicas. Tudo requer um posicionamento. 

Se quero intimidade, tenho que buscar. Tudo envolve renúncia de algo bom em favor de algo melhor. Mas estou certa de que vale a pena!

Imagino aquele homem, não mais leproso, voltando para sua casa! Poder abraçar e ser abraçado novamente! Dormir em sua cama. Estar entre os seus!

Bartimeu trabalhando em algum lugar, enxergando as pessoas novamente. As paisagens. As montanhas. O mar. As árvores. Os pássaros. As crianças. Tudo enfim!

E Salomão? Como julgar a causa daquelas duas mulheres se lhe faltasse sabedoria? Como consolidar seu reino? Como administrar suas conquistas?

E cada um de nós? Ainda que tenhamos que renunciar e sair da zona de conforto, é muito melhor o trabalho de ser limpo, enxergar e ser sábio, a viver uma vida medíocre.

Amo quem rompe suas próprias barreiras e limites. Então, tenho que aprender a fazer o mesmo. Com certeza, assim como o Senhor se agradou da resposta de Salomão, se agrada quando Seus filhos lhe respondem, "quero isso". E se posicionam para conquistar seus desejos.

O que eu quero que o Senhor me faça? Estou pronta para responder a essa pergunta? Pronta para lutar pelos meus desejos? Pronta para sair da minha zona de conforto? Andar, correr, voar?






quarta-feira, 16 de março de 2016

O Deus de todas as Nações

Amo o fato de Deus estender a mão para todos os povos. Não consigo entender alguém não enxergar essa verdade. Vamos ver alguns exemplos?

Melquisedeque era sacerdote do Deus Altíssimo. Não era descendente de Abraão. 

Raabe, uma prostituta e gentia, fez parte da genealogia de Jesus. 

Rute, uma moabita, foi bisavó de Davi. Uma das histórias mais lindas da Bíblia. 

Naamã, comandante do exército siro, curado de lepra, passou a servir ao Senhor. 

A viúva de Sarepta era uma estrangeira. E tantos outros.

E o que dizer do povo de Ní­nive? Capital da Assí­ria. Distava uns 800 km da cidade natal de Jonas. O Senhor ordena que ele se disponha, vá até lá e pregue contra aquela cidade. Sem carro. Sem aviso. Sem teletransporte. E o que ele faz? Simplesmente foge para Tarsis porque sabe que Yahweh é misericordioso. Se ele pregasse, o povo iria se arrepender e o Senhor ouviria dos céus e sararia aquela terra também. E foi o que aconteceu.

É lindo que toda vez que o Senhor exorta é para que haja arrependimento, não condenação. Como, o Senhor de toda a terra vai contemplar uma cidade inteira, mais de 120 mil pessoas, e ficar alheio a isso? Nunca! Ele deseja que todos os povos O conheçam.

Meu versí­culo preferido é Isaías 64.4. E meu capítulo preferido de toda a Palavra é Apocalipse 5. Simplesmente não consigo ler sem chorar igual a uma louca, acredite. Amo livros e existir um livro que ninguém podia abrir ou ao menos olhar para ele é devastador. E choro junto com João. Choro mais que ele, com certeza. Então, quando o ancião fala para João não chorar porque o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu e é digno de abrir o livro, morro de tanto chorar. E me apaixono de novo. E de novo. Fico ao lado de João observando a cena mais magnífica de todos os tempos. No meio do trono, em pé, um Cordeiro que parecia estar morto, toma o livro em Suas mãos! Ele é digno. Venceu para abrir o livro e romper os seus selos. Morreu por mim, por você, por todos, sem exceção.

Como não cantar diante de uma cena dessas? Não posso, porque não consigo parar de chorar. Leva um bom tempo para me recompor. Mas aqueles seres cantam a música mais linda de todas as épocas: "Tu és digno de tomar o livro e de abrir seus selos, porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação".

Como custamos caro! Como somos valiosos! Como Ele nos ama!

Então olho e contemplo pessoas de todas as cores e tamanhos. Fico maravilhada porque aprecio muito essa "mistura". Tanta gente tão diferente e linda! Brancos, negros, amarelos, vermelhos, pardos. De todas as culturas. Cujo número é de milhões e milhões. E só posso desejar uma coisa, com toda a minha alma: contribuir para que o Trono do Cordeiro esteja repleto de pessoas. De todas as tribos, povos e nações. Para que Ele se alegre com o fruto do Seu penoso trabalho.

Como não dar minha vida a Ele, para Ele, por Ele? Como não contribuir para Sua alegria? Ele deu Sua vida por mim. Entregou-me Seu coração. Como me calar diante de tão grande amor? 

Esse é o Deus que servimos. Esse é o Deus que amamos. O Deus que estende Seus braços a toda a humanidade. Que chama a todos para a salvação. Sem exceção. 

Deus lindo.

"Grandes e admiráveis são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-Poderoso; justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das Nações. Senhor, quem não temerá e não glorificará o teu Nome?" - Ap 15.3b-4a

domingo, 13 de março de 2016

Jesus, e Seus lindos nomes




Pensando na Árvore da vida, linda e frondosa, fiquei lembrando de Jesus e Seus diversos nomes.

Penso que Moisés devia ser parecido comigo nesse ponto. Não perguntou como o Senhor ia fazer para tirar o povo do Egito. Perguntou: "Qual o Seu nome? Quem o Senhor é? Qual Sua identidade?"

E que nome define melhor a identidade do nosso Pai que "Eu Sou"? Não consigo pensar em nenhum.

Podemos prever, com precisão, as ações de uma pessoa quando conhecemos sua identidade, seu caráter. Por isso Isaías 50.10 diz para confiarmos no Seu nome quando andarmos em trevas e não houver luz nenhuma. O nome do Senhor carrega Sua identidade.

Vamos passear comigo pelos nomes do Senhor, só em Apocalipse? Há uns textos que meu coração dispara mais que outros, quando ando por esse livro.

O nosso Senhor é a Testemunha Fiel e Verdadeira. Podemos crer em Sua Palavra. Se Ele diz que é, é. Se Ele diz que não é, não é. Podemos simplesmente acreditar em tudo que Ele fala. Em tudo.

Ele é o Primogênito dentre os mortos. Tem poder para nos ressuscitar. Tem poder até sobre a morte. Ele espalha vida!

É o Soberano dos reis da terra. Senhor dos senhores. Rei dos reis. Ninguém está acima dEle. Ninguém é maior que Ele. Ninguém é mais que Ele.

É o Alfa e o Ômega, o Princí­pio e o Fim. Podemos confiar nosso destino a Ele. As coisas não vão "desandar". Ele sabe como começar e como terminar. Ele é fiel para completar a boa obra que em nós começou.

É o Senhor Deus. Reina sobre tudo e todos. Tem domínio e poder. Glória e majestade. Força e formosura.

O Todo Poderoso. Nada é sequer difí­cil para Ele. Pode simplesmente todas as coisas, porque é.

O Filho de Deus. Faz-nos habitar em famí­lia. Reconecta cada um de nós ao coração do Pai.

O Santo e Verdadeiro. O que nos separa e nos liberta. É a verdade que nos liberta. Não há nada Nele que não seja verdade. Ah, como amo a verdade, a transparência.

O Amém. O que realiza, o que faz. O que trabalha em favor daqueles que nEle esperam, como fala em Isaías 64.4.

O Soberano da Criação de Deus. Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas.

O Criador. Aquele que traz à existência o que não existe. Basta falar. "E disse Deus ..."

O Leão da Tribo de Judá. O Soberano. O rugido de um leão atinge quilômetros e quilômetros de distância. Ele é inigualável.

A Raiz de Davi. Uma árvore que se pode plantar. Frutos certos e bons. Em todo o tempo.

O Cordeiro. Vencedor e humilde. Simples. Como amo simplicidade.  Não precisa "inventar". Simples e maravilhoso.

O Pastor. O Cordeiro se torna o Pastor. Sabe nossas necessidades. Fragilidades. Nos supre. Nos guia às fontes das águas da vida. Aos pastos verdejantes. Às sombras refrescantes. Ao barulhinho gostoso da água e da brisa suave.

O Cristo. Ungido. Despedaça o jugo. Enche nossos corações de alegria. É o anunciador de boas novas.

O Pai. Não somos mais órfãos! Temos quem cuida de nós. Quem se importa conosco. Quem nos ama. Quem supre nossas necessidades. Quem realiza nossos desejos. Quem trabalha a nosso favor. Quem nos espera. Nos conforta. Nos abraça. Nos incentiva. Torce por nós. Nos ouve com alegria. E podemos sentar em Seu colo, tagarelando ou em total silêncio, ouvindo o Seu coração. Prepara nosso futuro. Nos concede uma herança. Esperança.

Rei das Nações. Todos os povos podem esperar nEle. Ama todos os seus súditos. Se importa com cada um de Seu Reino. Individualmente. É o Desejado das Nações.

Justo. Podemos nos tranquilizar. Seu cetro é um cetro de equidade. Ele o estende a todos, ofertando vida. Não se nega a nenhum de nós. Queremos Sua presença, Ele estende Seu cetro e nos recebe com alegria. Podemos confiar a Ele qualquer causa. Ele é responsável por julgar e guerrear com justiça.

É a Palavra de Deus. Que poder tem uma palavra! Cria. Cura. Anima. Transforma. Liberta. Restaura. Fortalece. Renova. Firma. Consola. Refrigera. Semeia vida.

O Tabernáculo de Deus. Está entre nós. Onde podemos nos achegar e desfrutar. Um Deus relacional. Presente.

O Prometido Descendente de Davi. Ele mesmo é o cumprimento da promessa. Seu Reino nunca terá fim. Podemos viver em sossego e confiança. Sem nada temer.

A Brilhante Estrela da Manhã. Acaba com as trevas. Surge a luz no céu. A noite termina. Vamos chegar ao dia perfeito. Podemos acreditar. E prosseguir.

Um Deus lindo que se importa com identidade. Se importa em se revelar a nós. Em se fazer conhecido. Um Deus que se apresenta e se doa. Sem reservas. Ofertando-nos o Seu melhor, Ele mesmo. O Deus que diz "Eis me aqui. Vem me conhecer."

E aqui meu coração salta. Fico sem ar: "Farei do vencedor uma coluna no templo do meu Deus, de onde jamais sairá. Escreverei nele o Nome do meu Deus (na minha Bíblia está em maiúsculo, BKJ) e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu da parte do meu Deus; e igualmente escreverei nele o meu novo Nome." - Apocalipse 3.12

O Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Prí­ncipe da Paz, Sol da Justiça... O Eu Sou, com um novo Nome!

Que Nome é esse!? Um nome completo, que diz tudo sobre Ele! Ah como quero ler e ouvir esse Nome. Que som maravilhoso de se ouvir. Meu coração fica aos pulos! Nós o veremos como Ele é. Completamente. Sem reservas. 

Quero viver e viver bem, muito bem, todos os dias que o Senhor tem para mim e desfrutar de Sua bondade na terra dos viventes, cumprindo o meu chamado, mas almejo chegar nesse dia. Ele escreverá em mim, em nós, o Seu novo Nome! Vai escrever a Sua Identidade em mim, em você. É simplesmente demais para mim. Que privilégio! E o que Ele escreve nunca apaga! Seu novo Nome escrito em nós! E Ele também nos dará uma pedra branca, onde estará escrito um novo nome, um nome que ninguém conhece, só aquele que o recebe.

Ganhar um novo nome da mão dEle! Que nome será esse? Um nome que estamos escrevendo com nossas vidas. Ele vai olhar para nós e dizer como nos vê (Ap 2.17). Vai reconhecer o nosso nome, nossa identidade, na presença do Pai e de Seus anjos (Ap 3.5). Será lindo demais!

Temos que continuar, avante. Sem desistir. Viver! Com o coração repleto de esperança. Construindo nosso nome através de cada escolha. De cada atitude. A cada dia.


quarta-feira, 9 de março de 2016

Que tipo de árvores somos?


Pensando em árvores. Desejei muito uma para eu descansar encostada em seu tronco, ouvindo o barulhinho de suas folhas. Que delícia!

Amo árvores. De todos os tamanhos. De todos os formatos. De todas as cores. Frutí­feras ou não. Com flores ou não. Com folhas ou não. 

Mudo rotas e caminhos para observar uma árvore. Brasí­lia é um show o ano todo. Em pleno inverno, os ipês. Primeiro os rosas. Depois os roxos e amarelos. Por último os brancos. De tirar o fôlego!

Amo observá-las e compará-las às pessoas. Somos todos como árvores. Passamos pelas estações. Precisamos disso. Nossos abençoados processos. Até ser dia perfeito.

Precisamos ser cuidados. Amados. Regados. Devemos florescer onde estamos plantados. Devemos dar frutos. Frutos bons. E sermos conhecidos por esses frutos. O que não dá fruto é cortado. O que dá, é podado para dar mais fruto ainda. É verdade, a poda é dolorida, mas sempre traz recompensa.

Devemos ser abrigo. Sombra. Refúgio. Descanso.

Quando estive em Israel, vimos que as árvores são podadas para ficarem pequenas e sua força se concentrar nos frutos que são maiores. Como tantas vezes nosso sábio Agricultor faz conosco. E, passando por alguns lugares desertos, de repente, víamos uma árvore verdinha, sozinha. Linda. Vigorosa. Plantada junto a uma fonte subterrânea de água. Como devemos estar. Enraizados na água Viva! Bebendo o tempo todo da Fonte.

Absalão foi uma árvore, de bela aparência, que deu um fruto amargo. Envenenado. Raiz estragada. E o Senhor o arrancou. Deus transtornou o seu reinado relâmpago. Opôs-se a ele, é o que diz em II Samuel 17.14.

José foi uma árvore maravilhosa. Levou anos e anos para crescer. Foi podada. Arrancada. Cortada. "José é uma frondosa, árvore frutífera, plantada à beira de uma fonte de águas puras; uma grande árvore que dá muitos frutos, cujos galhos avançam por sobre o muro." - Gênesis 49.22

Que sejamos como José! Que não haja limites para nosso crescimento em Deus! E que não desistamos de ninguém. Ainda que a árvore seja cortada, há esperança. Basta um pouco de água, e ela revitalizará e produzirá novos brotos e ramos como uma planta nova (Jó 14.7-9). Vamos regar as árvores que encontrarmos em nossa caminhada.

Que não sejamos espinheiros. Pessoas que não podem ser encostadas. Que não dão suporte. Não servem de abrigo. De esperança. De consolo. Que sejamos carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor, para a Sua glória. E mesmo fora do tempo, possamos dar frutos. 

Amo o texto de Êxodo 15.27, quando o povo de Israel chega a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras. Setenta palmeiras! Fecho os olhos e imagino. No meio do deserto, um oásis. Que frescor! E, “sou ouvidos”, escuto o sussurrar delicioso das folhas ao vento. Que delícia de lugar. Que refrigério.

Que sejamos oásis na vida das pessoas cansadas, atravessando desertos. Que, em nós, encontrem refrigério, para prosseguirem viagem. E que algumas, as mais especiais, possam até construir ninhos em nossos galhos, contando sempre com nosso abrigo e proteção.

E o que falar de Jesus, a Videira verdadeira! Onde devemos estar, não apenas para dar frutos, mas para viver e viver em abundância.

É interessante que a Bíblia começa falando em árvore e termina descrevendo a árvore da vida, com seus doze frutos e suas folhas maravilhosas para a cura das nações.

Então, que sejamos benditos do Senhor: "Mas bendito é o homem cuja confiança está totalmente depositada em Yahweh, cuja fé está no Senhor. Ele será como uma árvore plantada junto às boas águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Uma árvore que não se afligirá quando chega o calor, porque as suas folhas estão sempre viçosas; não sofre de ansiedade durante o ano da seca nem deixará de dar o seu fruto". - Jeremias 17.7-8

Que a chuva do Senhor venha sobre nós, nos revigorando a cada dia. Que nossas raízes se estendam até encontrarmos a Fonte das Águas Vivas. E que alegremos nosso amoroso Agricultor, produzindo muitos e bons frutos.

Em I Reis há um texto que fala sobre um tipo de figueira que os frutos são desprezados. Frutos bravos. Não sei se é a mesma árvore, mas conheço uma, muito linda, enorme. Carregada de figos o ano inteiro. Os cachos lindos. Mas não se pode colher. Não são comestíveis. Frutos totalmente desprezados.

Fiquei pensando em Salomão. Teve a oportunidade de pedir a Deus o que quisesse (também temos). Pediu sabedoria. Pessoas de várias nações iam até a ele para ouvi-lo. A rainha de Sabá elaborou várias perguntas complicadas. E mulher gosta de perguntar. De falar. De escrever.  Salomão respondeu a todas. Sem empreender nenhum esforço. Deixando-a maravilhada. Em todos os detalhes. Todo o seu reino era organizado e admirável.

Mas Salomão, por causa das muitas mulheres que amou, se deixou desviar. Seu coração não era íntegro como o de Davi. Ele se tornou uma árvore de frutos desprezíveis. Tudo virou vaidade. Tudo ficou sem graça. Tudo perdeu o gosto, a alegria.

Que possamos amar ao Senhor a cada dia. Acima de tudo. Acima de todos. Que nada desperte nossa atenção mais que Ele. Que o amemos com todo o nosso coração, com toda nossa força, com todo o nosso entendimento. 

Que sejamos árvores que produzam frutos. Frutos agradáveis. Que sejam colhidos nos tempos certos. Que sirvam de cura para as nações. Que nossos galhos sejam abrigos. Nossa sombra, descanso. Por onde quer que passarmos.


segunda-feira, 7 de março de 2016

Davi e seus valentes

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Amo histórias de batalhas, guerreiros, homens e mulheres corajosos. Como não?!

II Samuel 23 conta sobre os valentes de Davi.

Fico imaginando um homem com apenas uma lança, acabar com tantos homens como Josebe-Bassebete de uma vez. Que nome! Significa "Apaziguador". Matou oitocentos homens com uma lança. É até difícil de acreditar. Mas acredito.

E o que dizer de Eleazar, "Deus é a minha ajuda", que lutou contra os filisteus e os feriu, até sua mão se agarrar à sua espada? E, note, foi o Senhor quem deu a vitória. Mas ele teve que lutar bravamente. E o Senhor o honrou. E o "povo" voltou só para pegar os despojos. O Senhor dá a vitória, mas a luta é nossa.

E Sama, "Desolação", que foi na contramão? Enquanto o povo fugia dos filisteus, se pôs no meio do terreno cheio de lentilhas (alimento, sustento) e o defendeu. E, de novo, o Senhor efetuou um grande livramento! 

Deus só precisa de um homem que se posicione! 

Eram "Os Três" e os 'Trinta" de Davi. Que eram, na verdade, trinta e sete.

Abisai, "Meu pai é poderoso", sempre querendo matar alguém. Ao longo do livro, a toda hora sai em defesa de Davi. Davi a todo instante mandando ele se conter, até que salva o próprio Davi. Uma vez lançou uma lança contra trezentos e os feriu.

E Benaia, "Deus edificou"? Meu preferido entre os valentes de Davi! Grande em obras. Feriu dois heróis de Moabe. Com um cajado em suas mãos, matou um egípcio armado com uma lança. Entrou em uma caverna, no tempo da neve e matou um leão que lá estava abrigado. Foi ao encalço do leão. Resultado: chefe da guarda pessoal de Davi. 

Davi sabia o que era matar um leão. Imagina então um leão escondido dentro de uma caverna. No tempo da neve. Frio. Dificuldade de locomoção. "É esse mesmo que quero para minha guarda pessoal." Davi sabia a quem confiar sua segurança. Esse homem além de matar heróis e leões, usava o cajado como arma. Um cajado contra uma lança. E prevalecia.

E os três, eram conhecidos como "Os Três", que romperam o acampamento dos filisteus e pegaram água da fonte que estava na porta de Belém? Que coragem! Para saciar o desejo de um amigo. Não uma necessidade, um desejo. Coisa de amigo.

Mas, apesar de amar guerreiros e espadas, o que mais me fascina é Benaia matar um guerreiro, armado, com um CAJADO nas mãos. Como negar a coragem de um homem desses? Como negar que o Senhor honrou sua coragem? Como negar que foi o Senhor quem lhe concedeu a vitória? Mas ele teve que lutar. Com o que tinha em suas mãos.

Basta um homem se posicionar, para o Senhor agir. Posicionamento gera disposição. Disposição traz unção. Unção gera ação. 

Deus clamou em Isaías 6.8: "Quem há de ir por nós?"

Como no meu filme preferido, Coração de Cavaleiro, que o "meu herói" só vence por causa do coração que tem, não por suas armas. Coração. Integridade. Caráter. E, por isso, o rei, que era quem tinha autoridade, ratificou a mudança do seu destino.

Nossa vida é assim. Às vezes o Senhor nos diz: "Aquietai -vos e sabei que Eu sou Deus". - Salmos 46.10. Outras nos ordena a adorar e ver o livramento que Ele nos dará, como conta em II Crônicas 20. Adoração antes do livramento. Outras nos manda cercar Jericó sete vezes, sete dias. E depois gritar, como conta em Josué 6.

Mas outras, temos que ir à luta. Temos que enfrentar o leão. Mesmo no tempo da neve.Temos que pegá-lo pela juba. Temos que guerrear até nossa mão grudar na espada. Temos que lutar bravamente apenas com um cajado nas mãos. Contra lanças. Mesmo com o coração tremendo. Mesmo que nos falte o fôlego. O Senhor ali, sempre ao nosso lado. Dupla invencível, é verdade, mas que precisa de esforço. "Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e os que usam de violência se apoderam dele". - Mateus 11.12.  "As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja". - Mateus 16.18

Então, que sejamos guerreiros e guerreiras valorosos! Que a alegria do Senhor seja a nossa força. Que Ele adestre nossas mãos para a batalha. Que lutemos Suas guerras e Ele as nossas! Que Ele seja a nossa retaguarda! O nosso Refúgio. A nossa Rocha. O nosso Esconderijo. Que Sua graça esteja sobre nós.

Que nossa armadura esteja sempre completa, alinhada e polida. E que não nos esqueçamos da capa da humildade. A cada dia. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

Davi e suas últimas palavras


Fico impactada quando leio as "últimas palavras de Davi". Sempre.

Vamos esquecer que ele era rei de Israel. Vamos nos lembrar do homem segundo o coração de Deus. O exemplo a seguir e a não seguir.

Acompanhe comigo o capítulo 23 de II Samuel: “Oráculo de Davi filho de Jessé; diz o homem que foi exaltado, o ungido do Deus de Jacó, o amado salmista de Israel”. Que autoridade! Que conhecimento de Deus e de si mesmo, de sua identidade.

Para mim, um dos motivos dele ter o coração segundo o coração de Deus é ele ter conseguido enxergar quem Deus é e então, enxergar quem ele era em Deus.

São afirmações ousadas demais, profundas demais. Davi fala de si mesmo: o homem que foi exaltado, o ungido do Deus de Jacó, o amado salmista de Israel (Davi, amado).

E continua dizendo que o Senhor falou por seu intermédio. Sua Palavra esteve em sua língua. A Rocha de Israel (amo esse nome de Deus) lhe revelou.

E continua. Fala o que o Senhor lhe revelou: "Quem governa o povo com justiça, quem governa as gentes sob o temor de Deus é como a luz da alvorada ao nascer do sol, num amanhecer sem nuvens. É como os primeiros raios de sol depois da chuva, que faz crescer as plantas da terra." Ah, como precisamos de pessoas que governem dessa maneira! Que trazem crescimento verdadeiro.

E aí, fico chocada com o exame que fez de seu reinado e à conclusão que chega. Ele era esse sol depois da chuva: "Sim, a minha dinastia está em PERFEITA harmonia com Deus." Como Paulo, "Combati o bom combate. Terminei a carreira. Guardei a fé." Que certeza! Perfeita harmonia com Deus.

E mais, Davi afirma que o Senhor estabelece uma aliança eterna com ele, FIRMADA e GARANTIDA em TODOS os ângulos! Que certeza, tenho que repetir! Nenhuma sombra de dúvida. Nenhum sentimento de "será". De talvez. De "pode ser".

E continua: "SEM DÚVIDA, me conduzirá ao sucesso EM TUDO e me proporcionará TODOS os desejos do meu coração".

Esse é o coração que o Senhor se agrada. Fé completa. Não importa a caminhada, não importam os processos, "Ele me conduzirá ao sucesso". E sabemos a longa caminhada e o duro processo pelo qual Davi passou.

Como Paulo, Davi podia dizer "Mas eu sei em quem tenho crido..."

Como o Senhor não se agradará de um coração assim? De uma fé dessas? Como Seu coração não se apegar ao de Davi? Não lhe prometer um trono eterno?

O Salmo 37.4 diz: "Agrada-te do Senhor e Ele concederá os desejos do seu coração."

Que possamos ter essa revelação de quem Deus é. De quem somos! E crer que Ele tem um futuro de paz e felicidade a nossa espera. Basta caminharmos em Sua vontade. Mesmo nos dias mais difíceis. Mesmo quando os caminhos forem solitários e repletos de obstáculos. A caminhada vale a pena. Estamos indo em direção ao nosso destino. E o Senhor é Aquele que nos guia. A nossa Rocha. Estamos seguros nEle. Podemos continuar a caminhada.